Pois é, há muito que aqui nada digo... Mas não tenho estado mudo. Na verdade fui convidado a participar num dos mais dinâmicos espaços da Blogosfera, o famoso 5 Dias! Já lá mandei umas quantas postas de pescada e é lá que passarei a escrever.
Isto não significa que abandonarei este blog completamente, é sempre um porto seguro onde posso retornar, além do que os artigos e documentos que aqui reuni constituem por si só já um considerável repositório de pensamento e análise crítica considerável.
No fundo, é o mundo em guerra que se expande levando a sua mensagem a um mais vasto auditório.
domingo, 17 de abril de 2011
Mudança!
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Os Cães Ladram e a Caravana passa, a República Popular da China soma e segue...
Parece que atribuíram o Nobel da Paz a um dissidente Chinês, a malta fica contente e acha bem... mas a postura do nosso querido Durão Barroso (como líder é o paradigma do estado a que esta Europa chegou) é sintomática, Barroso aplaude Nobel mas não insiste na libertação de Liu Xiaobo.
Aliás de que mais se estaria à espera? Neste momento o primeiro ministro Chinês está de visita à Europa e parece o Pai Natal a distribuir benesses, apoio à economia Grega com investimento directo, promessa de comprar a dívida Grega e apoio a um Euro estável.
Claro que para a China a existência de uma alternativa ao Dolar como moeda de troca no sistema internacional é fundamental (até chegaram a propor a criação de uma nova moeda). Para além disso é a oportunidade óptima para adquirir activos a preço de saldo no continente Europeu, depois do fortíssimo investimento em África e da compra de títulos do tesouro dos EUA a China vira-se para o velho continente quando ele está mais frágil... A ver vamos no que isto vai dar.
Há para mim um dado muito revelador do crescente poderio do Dragão Vermelho, é que a China hoje em dia não apenas produz mais automóveis que os EUA, mas é também o maior mercado mundial. E enquanto EUA e Europa se vão arrastando na crise, no Oriente a expansão continua.
Portanto, os Cães podem ladrar mas a Marcha dos Voluntários segue e cada vez mais alto, sobre a firme batuta do Partido Comunista Chinês!
Até agora a relação China-Ocidente tem sido bem mais complementar que competitiva. Mas creio que a médio prazo essa complementaridade está condenada, é que se nada de extraordinário ocorrer a China em breve será a potencia dominante mundial e a crise actual só veio servir como catalisador para esse processo. Mas isso é se nada de extraordinário acontecer e acho muito difícil que os EUA cedam de bom grado o seu papel de líderes mundiais, até porque isso lhes confere uma série de privilégios inalcansáveis por qualquer outra nação... Está a liderança dos EUA pronta para efectuar uma transição suave? Estão largos sectores da sociedade Norte Americana prontos para abdicar do seu "way of life"??? I don´t think so... pelo menos sem antes estrebucharem bem.
Entretanto o papel da Europa no meio disto é um tanto ou quanto incerto, a única coisa que sei é que "se nada de extraordiário acontecer" será cada vez mais irrelevante no sistema mundial...
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Morreu Muller Rojas
Há muito que não escrevia aqui... enfim, este é um blog para se "ir fazendo" não para "se fazer", mas há pequenas grandes coisas que nos provocam sobressaltos.
No passado dia 14 morreu o General Muller Rojas, foi o director da campanha de Chavez em 1998, as primeiras eleições para a Presidência a que Hugo concorreu e com alguma surpresa venceu... Era considerado um dos principais ideólogos do "Bolivarianismo" e do processo em curso na Venezuela. Quando lá fui tive o privilégio de o entrevistar, uma conversa que durou cerca de hora e meia, de facto, se não era o principal ideólogo do Bolivarianismo andava lá perto... Não concordando em tudo com ele (tinha um discurso bastante anti-sindical e "sociedade civil", o que no contexto Venezuelano até se percebe...) era claro que era um grande pensador, bastante lúcido quanto aos problemas que enfrentava o "Chavismo" e todo o processo de transformação social em curso na Venezuela. Na altura era vice presidente do PSUV (Chavez é o Presidente) e no fundo era quem estava a organizar, ou a tentar, o novo Partido.
A Revolução Bolivariana perdeu um dos seus maiores quadros. E tendo em conta os resultados e impacto do processo venezuelano, a Esquerda Popular e Radical mundial perde um dos seus pensadores mais consequentes...
Aqui vai uma das suas últimas entrevistas. Também deixo aqui um dos programas de rádio que fiz que contém trechos da entrevista realizada, logo no início quem canta o hino é ele ("Gloria al bravo pueblo"), foi gravado num comício de solidariedade com a Bolívia, no dia seguinte seria o referendo para rectificar a permanência no cargo de Evo Morales.
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Tempos Extraordinários requerem Convenções Extraordinárias
Há pouco tempo atrás um grupo de militantes do Bloco de Esquerda lançou uma petição para convocar uma Convenção Extraordinária do movimento, sob o pretexto de reabrir a discussão acerca da escolha do candidato presidencial que o Bloco deve apoiar.
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terça-feira, 6 de abril de 2010
O Rumo da Venezuela, Crew Hassan 15 de Abril às 21h
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quinta-feira, 11 de março de 2010
Grécia e Europa - ecos do passado, tempestades futuras!
Há cerca de um ano a juventude Grega ergueu-se em revolta, contra tudo? contra nada? contra o estado a que isto chegou... passado um ano não há dúvidas que, TINHAM TODA A RAZÃO! Podem não se ter sabido exprimir da melhor maneira, mas estavam cobertos de razão ao expressarem a sua revolta pelas ruas de Atenas e por toda a Grécia, basicamente opondo-se a um sistema que não lhes dá perspectivas de um futuro minimamente digno.
Houve quem lhes chama-se Vândalos, se o são, o que chamar aos governantes que enganaram o mundo e o seu povo mascarando as contas públicas? Se o são, que chamar às elites dirigentes Gregas corruptas e em favor do qual se governou nestes últimos anos? Se o são, que chamar aos restantes governos da União Europeia a começar pelos descendentes dos verdadeiros Vândalos, que aplaudem um plano que implica o empobrecimento geral da população Grega, um plano que (tal como aqui!) irá resultar na:
- Diminuição brutal dos recursos disponíveis para o grosso da população, redução drástica do poder de compra e qualidade de vida da generalidade das pessoas;
- Estratificação ainda mais acentuada das nossas sociedades, com uma elite rica e com acesso a bens e serviços de primeira e a restante populaça atirada para uma insegurança e precaridade, não só laboral, mas total (habitação, saúde, alimentação decente, cultura, etc...)!
- Espiral recessiva e de downsizing a vários níveis, mesmo do output industrial... ou seja, pura e simplesmente a procura de vários bens vai se contrair, logo várias indústrias e empresas prestadoras de serviços irão à vida... Dá me ideia que a indústria de massas (fora alguns produtos mais essenciais) vai sofrer um grande recuo, apostando-se cada vez mais em nichos de mercado e produtos especializados para a élite.
Estas últimas conclusões dizem respeito não apenas à Grécia, mas a toda a Europa, porque na própria Germânia existem planos nesse sentido.
O homem que está a levar com gás pimenta nesta manifestação na Grécia (foi a 5 de Março) tem 88 anos, chama-se Manolis Glezos, com 19 anos, em 1941, subiu à Acrópole e derrubou a Bandeira Nazi que lá estava... E este homem que foi torturado e preso por ter desafiado a ocupação Alemã, é agora gazeado por combater o "Programa de Estabilidade" apoiado pela Chancelaria Teutónica, passados 60 anos a história não se repete, mas Evoca-se!
Sim porque a Grécia foi invadida e ocupada pelos Nazis de 1941 a 1944...
E não foi uma ocupação qualquer, simplesmente a ocupação Nazi provocou a última grande fome de que há registo no continente Europeu!!!!!!!!!!!!!!!!
Bem, tendo isto em conta ver deputados e membros do governo Alemão sugerirem à Grécia que venda umas ilhas ou a Acrópole para pagar o Déficit é INACREDITÁVEL... e perigoso, com grande potencial para explodir na cara dos arrogantes que proferiram essas palavras... Não será amanhã, mas estas coisas são de tal formas graves e profundas que não se apagam facilmente, sobretudo quando as coisas daqui para diante vão apenas ficar mais complicadas e difíceis... É que lá está, a malta pode não ter consciência completa e ter uma visão bem articulada do que se está a passar, mas afirmações dessas são grãos de tempestade que se vão semeando (pelo menos se houver uma réstia de dignidade no povo Grego... e tenho ideia que sim).
A Europa está, toda ela, numa encruzilhada, o caminho que as classes dominantes querem trilhar (e foi o que sempre fizeram quando tiveram rédea livre para isso) é o do retrocesso civilizacional, sintetizando, pretendem retirar poder económico, político e social:
- às classes intermédias, reduzindo drasticamente o seu contingente e subjugando as classes profissionais com alguma independência, os sectores da Saúde e Justiça são bons exemplos. A Ideia é que se tornem, ainda mais do que hoje, uma espécie de servos de luxo e capatazes da elite, claro que terão direitos especiais e ficarão acima da populaça, mas o objectivo estratégico é através da sua redução e subjugação torná-la numa espécie de força mercenária ao serviço da reacção;
- o empobrecimento, não só financeiro, mas mesmo cultural em sentido lato, das massas populares (por exemplo quais os resultados que terão o desmantelamento da escola pública e do serviço nacional de saúde?), a destruição das suas organizações (a começar pelos sindicatos, que embora não defendam o conjunto total das massas ainda são um bastião directo para importantes sectores e indirecto para o restante) e basicamente o retorno à condição completamente precária prevalecente no início da Revolução Industrial.
Mesmo que não sejam objectivos explícitos, estas serão as consequências das políticas que estão a ser tomadas. Claro, que como referi, isto não tem apenas consequências económicas, as instituições e a forma de fazer política vão se alterar drasticamente. Nestas circunstâncias as Democracias "well fare state" do pós guerra vão ser estilhaçadas...
Para concluir, deixo uma lembrança e uma conclusão acerca da Europa.
Europa é no senso comum de hoje em dia sinónimo de paz (quase pacifismo) e civilização, aliás aquando da Invasão Norte-Americana do Iraque foi um assunto que veio muito à baila face aos belicosos gringos... E ao vermos aquelas imagens familiares de massacres à catanada em África, bombistas suicidas no médio Oriente, das favelas na América Latina ou das horríveis condições de trabalho na Ásia, essa ideia de Europa como espécie de paraíso civilizacional tende a reforçar-se... Mas será mesmo assim? Bem a verdade é que na história da humanidade nenhum outro continente assistiu a tamanhas barbaridades, crimes, guerras, massacres como a Europa, é que os últimos 60 anos são ímpares na História!!! Desde o século III (fim da Pax Romana com o início das invasões bárbaras) até 1945 a Europa esteve em estado de Guerra intermitente, sendo que em todos esses séculos houve pelo menos uma Guerra de extrema ferocidade (sem contar com os outros conflitos menores, ou entre potências menos importantes), alguns, como o XX, até tiveram duas...
Apesar disso, ou também por isso (agora seria uma longa conversa), a Europa foi, de facto, o Continente onde a massa da população conquistou maior poder e retém grandes tradições de luta e auto-confiança. Por isso mesmo, creio que as próximas grandes revoluções terão como palco a Europa. É que as revoluções não acontecem, ou melhor, não são despoletadas, pelo desejo de conquistar melhorias, as revoluções têm sempre como origem a defesa de direitos que os povos tinham como garantidos... As Revoluções dão-se exactamente quando os povos se apercebem que o mínimo que julgavam que teriam garantido é posto em causa, é aí que as grandes massas se põe em movimento... Ora, é isso mesmo que se vai passar de forma cada vez mais nítida e sem grande margem de manobra na Europa. Mas claro, essa não é condição única para uma Revolução, para um motim sim, mas não para uma Revolução... Para uma Revolução, para além da perda flagrante de posições que motive as massas a lutarem pelo que é seu por direito (o que na Europa é bem mais do que em qualquer outro lado) é preciso um projecto Utópico (é mesmo essa a palavra) que sirva de inspiração para construir um mundo novo sobre as ruínas do velho que já não dá as tais mínimas garantias... Em 1789 o projecto utópico não estava já definido, mas um século de difusão dos ideias do Iluminismo havia deixado uma base sólida, em 1917 os escritos de Marx estavam frescos e existiam grandes movimentos socialistas portadores de uma enorme esperança para grandes sectores da sociedade... E agora?
A ver vamos, não nos esqueçamos que nos anos 30 o resultado da crise foi uma guinada geral para a Direita mais dura, para já direi que o referendo realizado na Islândia teve um óptimo resultado e que depois de uma greve geral muito participada no dia 5 de Março, hoje dia 11, a Grécia prepara-se para nova greve geral que também promete... Neste site há alguma informação sobre o que se passa na Grécia.
Uma coisa é certa...
Marte anuncia a Guerra (ganda som), a questão é qual? Ao menos que seja para fazer avançar o mundo e conquistar maior Liberdade, Igualdade e Fraternidade...
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terça-feira, 9 de março de 2010
A Ordem 66 e o Massacre de Xangai
Uma dos episódios centrais da saga "Star Wars" é a Marcha sobre o templo Jedi e a execução da ordem 66... É o momento em que os Jedis são apanhados de surpresa por quem pensavam ser seus aliados e são praticamente exterminados, este vídeo contém uma das cenas mais impressionantes da série, o momento em que Anakin sob a escadaria do templo à frente das tropas Imperiais e dá início à matança dos jovens aprendizes de Jedis... Aqui está o clip do filme.
Há vários episódios na História semelhantes, o mais próximo que me lembro é o "Massacre de Xangai", que marca o início da longa guerra civil entre o Koumitang e o Partido Comunista Chinês... A verdade é que Nacionalistas do Koumitang e Comunistas começaram por ser aliados!!!! Estavam, de início, juntos e comungavam dois objectivos centrais:
- Reestabelecer um governo central que tivesse autoridade em todo o país, à data vários "Senhores da Guerra", dominavam diferentes partes da China, uma situação quase feudal;
- Acabar com o domínio estrangeiro sobre o país, não só diferentes países europeus controlavam vários territórios na China, como tinham um peso decisivo na economia e governo dessa nação milenar...
O Koumitang era uma força Nacionalista, mas com inspiração Republicana e até progressista, fundada por Sun Ya Tsen, recebeu apoio da Internacional Comunista e vários membros do Partido Comunista integravam a sua direcção. Na Academia Militar de Whampoa, em que muitos dos professores eram conselheiros Soviéticos, treinou-se um novo exército que haveria de regenerar a China, unificá-la e expulsar os Imperialistas estrangeiros... pelo menos era essa a ideia...
Em 1926 esse novo exército parte na "Expedição do Norte", das ideias aos actos. Esse exército é acolhido pela população como uma força de libertação do domínio feudal-mafioso dos senhores da guerra, os Comunistas são parte essencial desse esforço não só no nível militar, mas também através de agitação de massas. A apoteose seria a chegada a Xangai (na altura centro Industrial e Comercial da China). Pouco antes da chegada do exército Nacionalista os trabalhadores de Xangai fazem uma insurreição, tomam conta das ruas e aguardam a chegada da força que no seu caminho havia derrotado já 3 dos mais importantes senhores da Guerra...
É nesse momento que é lançada a "Ordem 66", Chiang Kai-sheck, líder do Koumitang (havia uns anos afastado Sun Ya Tsen) temendo a influência crescente dos Comunistas no Koumitang e em toda a China, ordena aquilo que chamou "a purga do partido"... À chegada a Xangai, longe de se unirem aos trabalhadores sublevados, o exército nacionalista começa uma brutal repressão, apoiando-se nas máfias Chinesas inclusive! Mas não é só em Xangai que se dá o massacre, por toda a China Comunistas em postos importantes são eliminados...
Mas nem todos são eliminados... algumas unidades do Exército ficam do lado do PC Chinês, ainda são tentadas várias insurreições em cidades com base nessas unidades militares fiéis aos comunistas e nos trabalhadores urbanos. Noutra zona, a estratégia seguida pelos comunistas foi da insurreição camponesa. Esses primeiros esforços são derrotados... Unidades do exército comunistas, quadros do partido, camponeses, todos convergem para uma remota zona rural... aí resistem por vários anos, até que são forçados à "Longa Marcha"... Uma marcha que só terminou verdadeiramente em 1949, quando as forças vitoriosas do Exército de Libertação Popular chegam a Pequim!!! Finalmente estava a China Unificada e o domínio Imperialista derrotado! Estava aberto o caminho que levou a China a ser o que é hoje...
O documentário que abaixo coloco está extraordinário, a China desde 1911 (queda do último Imperador) até ao início do processo de reformas dos anos 80 liderado por Deng Xiaoping...
Bem, isto nem chega a ser um resumo do que foi a Revolução Chinesa, da qual já havia falado um pouco aqui também, mas creio que dá pa dar ideia de quantas voltas dá o mundo e de como a realidade acaba por ser bem mais rica que a própria ficção.
Já agora para terminar aconselho este texto recente, com uma espécie de análise comparada, da Revolução Russa e Chinesa, assim como dos destinos dos regimes que foram fruto dessas Revoluções. Two Revolutions de Perry Anderson. (é engraçado, este é um artigo da New Left Review, mas no site da revista só pagando, no entanto, na página do PT do Brasil está disponível à pala! Fixe LOL)
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
E pur si muove! "O que fará um Governo de Esquerda Socialista?"
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sábado, 20 de fevereiro de 2010
Boys, Boys, Boys... Fim de Regime e Alternativa
Há 10 anos quando fiz parte da Direcção da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, tive o privilégio de assistir às manobras e enfrentar a Boysada do PS e PSD (eram e são iguais). Eram oportunistas, sem referências (a não ser ligeiramente para efeitos de marketing e facilmente cambiáveis), o seu objectivo era a auto-promoção pessoal o seu principal método a subserviência face ao poder instalado (nas Universidades, no Estado e nas Empresas das quais esperavam vir a obter favores).
Lembro-me de falar com um colega que também tava na direcção da AEIST que tinha alguma simpatia pelo PS e lhe dizer:
"As figuras mais antigas do PS tinham referências, passaram pelo combate à ditadura, exílio, viveram o PREC, não estou nesse lado na luta mas reconheço que têm alguma profundidade e raízes... Mas estes agora que conhecemos, esta nova geração, não tem nada, só está aqui para se encher à custa de tudo e todos"
Passados 10 anos vemos o que é esta nova geração sem princípios ou referências algumas a chegar ao topo do poder ... Gente que desde que chegou à Universidade (e alguns já vinham do secundário com essa escola...) e desde aí foi só safar-se à base de esquemas!!! Falsificar eleições, marcar datas de eventos eleitorais de forma a impedir concorrentes de participarem, desviar fundos das associações para empresas paralelas, difamar os adversários com as mais vis mentiras e sobretudo, nunca assumir nada, nenhuma crítica... Quando alguma coisa se aponta a defesa é sempre o ataque, uma lata descomunal! E claro a constante procura de artifícios para-legais para lixarem os outros... Esses meninos, agora já a passar dos trinta já não "brincam" com as AEs, agora é com o próprio Estado!!! A República está a saque! E se esta gente não for parada só vai continuar e aumentar!
Mas continuar, desta forma, a médio prazo parece-me insustentável, a questão é qual será a alternativa a este regime semi-mafioso e esta elite chico-esperta de vão de escada. O PP e Paulo Portas não dormem (estou farto de avisar), têm sido a oposição mais consequente e estão a facturar com este caso. A boca que o Paulinho mandou acerca de um Boy que ganha mais de um milhão de euros pa fazer recados ao Poder foi muito bem metida e aproveitam para fazer campanha ideológica contra o Estado, ou seja, o problema não é isto tar entregue a mafiosos e o Estado estar ao serviço de uma elite da tanga, segundo o PP o problema é a existência do próprio Estado em vários sectores da economia nacional... se ninguém rebater isto (coisa que ainda não vi) é um argumento que vai fazer caminho.
Para além disso na geração dos 30 e abaixo não há só Boys (& Girls), há muita gente com capacidade, muitos executivos e quadros intermédios de empresas, gente que nunca se meteu muito na política, mas que se for mobilizada (e o PP começa a fazer isso um pouco, basta ver as suas últimas listas à AR) para o combate política serão uma força temível a ter em conta.
Face a isto, a Esquerda (e quem me disser que o PS, instituição, é Esquerda é porque ou é burro ou tem interesses escondidos... isto tá a ficar demasiado óbvio para se tolerar abébias) anda a dormir... O Bloco fez bem em propor uma comissão de inquérito para esclarecer esta embrulhada, aliás a melhor jogada do BE desde o início desta legislatura, mas é pouco.
É preciso perceber que estamos numa fase de fim de regime, o pântano que já dura 10 anos é insustentável, haverá mudanças drásticas quer queiramos quer não! E antes sejam mudanças que queremos do que as que nos forem impostas. O Caso Alegre vs Nobre é paradigmático das consequências de se fazer política sem estratégia, apenas navegando à vista. O Bloco tem de saber para que é que anda aqui?
- Para construir uma alternativa de regime?
- Para salvar o regime e reabilitá-lo?
- Para combater o PS ou influenciá-lo?
- Quer chegar sozinho ao poder, ou aliado a outras forças? Quais?
- Que compromissos está disposto a fazer?
- É para ser apenas força de resistência e protesto ou mais?
- Quer se construir como força com real implantação orgânica no terreno, ou ter uma política de intervenção social mais difusa?
É preciso dar respostas consequentes a estas questões e assumir os custos que qualquer delas têm. As respostas não são simples, nem lineares, mas tem de se defini-las.
O mínimo que se exige é a construção de um "Programa de salvação da República" com 5 a 10 pontos e o lançamento de uma convenção de regeneração da República que sirva de base a um programa de um Governo Popular de Salvação da Pátria, que leve a cabo mudanças estruturais na nossa economia-sociedade e que seja exemplo para aqueles que no resto da Europa também se movem neste campo.
Aliás já se fala por aí de "Pactos de Regime", em Espanha essa é a discussão do momento e cá também virá a ser. Que resposta daremos? "Não, porque é mau", sinceramente é preciso mais! Já está claro que golpadas à toa para obter alguns ganhos imediatos, tipo apoiar Alegre a um ano e meio das eleições, não vai dar em nada...
É com quase incredulidade que assisto ao facto da Esquerda (BE, PC e outros afins) ainda não se começarem a mover no sentido de construírem uma Alternativa de Regime... Parece que tá tudo a dormir... Não sei a que ponto será preciso chegar, mas, camaradas o espírito da coisa terá de ser este:
As Jornadas de 10 de Julho de 1792, evento decisivo da Revolução Francesa e da Modernidade
7 de Novembro de 1917, O Assalto do Palácio de Inverno, o evento mais marcante do século XX!
«Por muito menos rolou no cadafalso a cabeça de Luís XVI» Afonso Costa em discurso nas Cortes nos anos finais e decadentes do regime monárquico.
E olhem esta malta, Jacobinos e Bolsheviques, soube construir amplas alianças e fazer todo o tipo de compromissos, mas, lá está, tinham um rumo e estavam dispostos a TUDO para derrotar as trevas e fazer triunfar a Liberdade, Igualdade e Fraternidade! Para construir um mundo justo sem Senhores e Servos...
E nós? Há muito quem tenha uma certa filosofia que apelido de Nacional-Tótó, um cinismo misturado com senso comum básico e com horror ao sacrifício e a sujar as mãos, há uma música dos Beatles "You say you want a Revolution" que sintetiza bem essa postura. Este post que escrevi dá uma boa resposta, mas aconselho vivamente a visualização deste excerto de uma entrevista ao Zizeck sobre Robspierre e o Terror.
E para acabar aqui vos deixo com uma gravura da Revolução Francesa, a Liberdade lançando raios de Luz sobre o fanatismo e a ignorância.
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sábado, 13 de fevereiro de 2010
As Saudades do Escudo e o Crepúsculo dos Deuses
Este slogan é por demais ilustrativo... por esta campanha publicitária da cadeia "low cost" de supermercados, vê-se, com toda a honestidade, o estado em que estamos...
Há ataques do exterior, embustes gigantescos, uma máfia pelintra e a suposta retoma não é mais do que uma miragem, e quanto mais tempo se passar sem mudanças fundamentais/estruturais as nuvens tempestuosas irão apenas adensar-se...
Esta Ópera é magnífica, A Marcha fúnebre de Siegfried, o Herói, da trilogia (ou tetralogia?) "O Anel dos Nibelungos" de Wagner... É o fim de uma era.
Se bem que ao ouvi-la, sinto muito mais um apelo à acção e olhar em frente do que a triste evocação de um passado de glória que já terminou. Até porque sei que há muito potencial na Nação... Mas, não vai ser fácil...
Depois tenho que ver se vou mais ao detalhe.
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Estudante Chavista Assassinado na Venezuela, a RTP MENTE!!!
A propósito do persistente incumprimento da Lei a RCTV (canal envolvido na orquestração de um golpe de estado e coisas que tais, por bem menos pensem no que aqui aconteceu a Manuela Moura Guedes) viu a sua licença de transmissão ser terminada.
Geraram-se protestos, como sempre à manifestantes anti e pró Chavista, em Mérida foi um estudante Chavista que foi assassinado, o título do público aqui está:
Venezuela: estudante pró-Chávez morto durante protestos violentos contra o regime
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Notas Soltas(Alegre, Liderança, Haiti)
Diálogos do FacebooK...
Liderança
Há um tempo, um momento, um ponto de viragem a partir do qual todo o potencial de protesto se transforma em movimento. Esse momento não depende do voluntarismo messiânico de um qualquer D. Sebastião emergente do nevoeiro, seja ele Sebastião, seja Obama, Lula ou Chávez. Dependerá do desequilíbrio entre Energias potencia... (deste artigo)
Mas esse "desequilíbrio entre energias potenciais" não acontece em abstracto, materializa-se em movimentos concretos, com ideias próprias e os correspondentes líderes... Aliás nunca houve nenhuma revolução ou movimentação social sem "figuras de proa". No movimento dos direitos civis foi Martim Luther King, na luta pela independência da india e como ícone da não violência temos Ghandi. Aliás os movimentos que não tiveram esses líderes falharam todos... Porque é necessário que a energia esteja polarizada e orientada num vector, se está dispersa dissipa-se...
Acrescento agora que precisamos de mais ciência, mas não tanto para fazer alegorias, ou paralelismos, entre teoria social e teorias/princípios das ciências naturais. Precisamos é de usar ferramentas científicas e o método científico para análise da realidade e a partir daí construir as teorias sociais...
Alegre
Amigo: xico... o que é que interessa se tem apoio ou não do PS??? o homem agirá de maneira diferente enquanto presidente dependente de quem o apoiou?
Moi: Obviamente
Amigo: ou seja o teu respeito por ele é zero. pelo menos eu só diria isso de alguém por quem eu n teria respeito
Amigo: ou sendo mais directo, tu estás a apoiar alguém que tu julgas ter acções diferentes consoante os apoios políticos que teve numa campanha já passada.
(esta n percebi bem, respondi logo ao comentário acima)
Moi: Hum??? Eu diria isso sobre qualquer pessoa... A forma como se chega a um cargo é determinante na condução que se faz desse cargo. Tão ou mais do que as "convicções pessoais" do indivíduo. E sobre confiança, a minha no Alegre é muito baixa, acho é que instrumentalmente pode ser uma figura útil, mas fazer depender dele (Alegre) a estratégia para a saída da Crise Portuguesa é pura ingenuidade.
Acrescento isto: Qual a minha posição? básicamente se for um ariete para malhar no PS e uma figura que ajuda a polarizar forças à esquerda do Governo tudo bem, aliás óptimo! Se for com o apoio do PS será, e a teoria da gravidade tb se aplica (+-) aos fenómenos sociais, um capacho de Sócrates e da elite dirigente mais desenvergonhada... e então o Bloco não deve tar atrelado a isso.
Aliás a escolha do BE nas presidenciais devia estar enquadrada numa mais vasta estratégia de construção de alternativa ao regime actual. Mas parece que continua a navegar à vista...
Já agora vejam este post, até achei mt bem as iniciativas com o Alegre de à uns tempos atrás, mas camaradas, "rigidez estratégica e flexibilidade táctica!" (grande frase do Cunhal...) O problema é qd não se tem estratégia é complicado ter flexibilidade táctica...
Haiti
A catástrofe é tão resultado da catástrofe natural (obviamente) como das Golpadas do Império, aqui está um bom artigo, aqui está outro sobre o golpe promovido pelos EUA contra o primeiro presidente eleito do Haiti (o que é uma óptima prova de como o Império ama a democracia...).
Esta é a uma capa da Times de 1994... Já antes em 1915 também tinha acontecido, agora parece que é de novo a mesma, ou parecida, história, aliás quando começam a dizer que "não" é porque a coisa já está num estado avançado...
Entretanto Cuba, a pequena enorme Cuba, dá lições... Vejam: vídeo da CNN sobre hospital em condições em Porto-ao-Príncipe.
Assim acontece...
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Revolução em Lisboa - 1383
«Se outros per ventuira em esta cronica buscam fremosura e novidade de palavras, e nom a certidom das estorias, desprazer-lhe-á de nosso razoado, muito ligeiro a eles d'ouvir e nom sem gram trabalho a nós de ordenar. Mas nós, nom curando de seu juizo, leixados os compostos e afeitados razoamentos, que muito deleitom aqueles que ouvem, ante poemos a simprez verdade que a afremosentada falsidade.»
Fernão Lopes
Então o comum povo livre e não sujeito a alguns que o contrário disto sentissem lhe pediu por mercê que se chamasse Regedor e Defensor dos reinos, e ele vendo este seu grande desejo, e tendo ademais presente o conselho de frei João e dos outros que sobre isto lhe haviam falado, outorgou de o fazer contanto que eles se juntassem todos naquele dia, no mosteiro de São Domingos, para lhes haver de falar do que sobre isto entendia fazer em razão da sua ficada, pela qual tanto o requeriam, e eles disseram que tal lhes prazia muito. Junto nesse dia muito povo da cidade naquele mosteiro, expôs o Mestre como se entendia de partir do reino e as razões porquê, que já dissemos, depois, como lhe fora muitas vezes requerido por eles que todavia ficasse por seu defensor, e que ele se escusara disso por certas razões que logo lhes indicou, mas pois que eles tanto se afincavam a que todavia não partisse e ficasse na cidade, ele, para serviço e honra do reino, determinava em sua vontade de ficar, contanto que eles tivessem maneira de o servir e suportar naquela honra e estado que cumpria para defensão do reino.
E eles a uma voz, não esperando que falasse um por todos, mas quantos aí eram juntos, altamente disseram que lhes prazia muito de o servir e ajudar com os corpos e haveres até morrerem todos diante dele. E o Mestre respondeu então, que pois eles assim diziam e o queriam servir, que a ele prazia de tomar carrego de ser seu defensor e pôr o corpo a qualquer aventura por honra do reino e sua defensão e deles.
Quando o Mestre outorgou desta guisa de ter cuidado e regimento do reino, toda a tristeza foi fora das gentes e seus corações não deram mais lugar a nenhum passado medo, mas todos ledos sob boa esperança, fundada em bem-aventurada conclusão, se animaram para levar seu feito adiante, tendo grande fé em que Deus os havia de ajudar. E disseram logo ao Mestre que porquanto na cidade havia muitos honrados cidadãos que ali não estavam presentes, que estes fossem chamados à Câmara do Conselho e lhes fosse razoado e proposto tudo quanto ali fora dito, de guisa que outorgassem todos o que eles disseram e queriam fazer.
O Mestre disse que era muito bem, e foram ao outro dia todos chamados. E sendo assim juntos naquela Câmara da cidade, foi razoado por parte do Mestre como todo o povo miúdo o recebia por seu regedor e defensor, e que agora era a eles requerido se lhes prazia de outorgar aquilo que todo aquele povo tinha outorgado.
Não respondia ninguém, calando-se todos, e alguns falavam muito baixo à orelha dos que se sentavam à beira deles, além de que não dava nenhum resposta que mostrasse que consentia em coisa que os outros dissessem, não por a eles não lhes aprazer de a cidade e o reino serem defesos dos inimigos, mas porque todos estes duvidavam muito de tal coisa poder ir adiante e haver depois bom fim, e no entanto já a vontade do povo miúdo era muito pelo contrário. Depois tinham grande receio da Rainha lhes acoimar isto com grandes tormentos, como fora feito no tempo delRei dom Fernando quando lhe contradisseram o casamento dela com ele.
E duvidando estes que foram chamados, e não respondendo ao que lhes diziam, era ali muito povo junto, entre o qual estava um tanoeiro que chamavam Afonso Anes Penedo, que estivera presente com todos os outros quando se juntaram em São Domingos outorgando de receber o Mestre por senhor, e vendo que não falava nenhum dos mais honrados da cidade que eram presentes, começou de andar passeando-se, e pôs a mão numa espada que tinha cinta e disse:
Que estais vós outros assim cuidando? E porque não outorgais o que outorgaram quantos aqui estão? E como! Ainda vós duvidais de tomar o Mestre por regedor destes reinos, e que tome carrego de defender esta cidade e nós outros todos? Parece que não sois vós outros verdadeiros portugueses. Digo-vos que, quanto a por essa guisa, buscai-nos vós que sejamos todos cedo em poder de castelhanos.
Entretanto trocavam-se entre eles algumas razões sobre isto, mas nenhuma resposta se dava qual cumpria, porquanto esses maiores se receavam muito das razões que já ouvistes.
Então aquele tanoeiro acima nomeado pôs outra vez a mão na espada e disse contra aqueles a quem se fazia tal requerimento:
Vós outros que estais assim fazendo? Quereis vós outorgar o que vos dizem? Ou dizei que não quereis, pois eu nesta coisa não tenho mais aventurado que esta garganta, e quem isto não quiser outorgar logo é forçoso que o pague com a sua antes que daqui saia.
E todos os que aí estavam do povo miúdo aquela mesma razão disseram.
Vendo os que foram chamados o alvoroço que todos faziam e que lhes não convinha ter nisto outro jeito em contrário, outorgaram então quanto os outros tinham prometido, e foi assim escrito e assinado por suas mãos. E desta guisa foi o Mestre tomado por Regedor e Defensor do reino, na qual regência e defensão que fez bem se mostrou depois sua virtuosa ardideza, como adiante podereis ver.
Má Nada!!!
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Afinal quem é que é Terrorista?
Parece que já é a 3ª pessoa ligada ao programa nuclear Iraniano que desaparece em circunstâncias suspeitas ou é morto... Este foi mesmo morto com uma bomba por controlo remoto... Parece que à mãozinha da Mossad.
Directa ou indirectamente nenhum estado no mundo apoiou mais actos e grupos terroristas que os EUA a grande potência Imperial dos nossos dias... Desde grupos semi-criminais no sudeste asiático, a esquadrões da morte na América Latina, Talibans no Afeganistão, grupos de extrema direita em Itália... eu sei lá... e depois os outros é q são os terroristas, é preciso cá uma lata! Mas isso nunca faltou, nem há de faltar ao Império, a este, aos passados e aos que ão de vir (veremos os que ão de vir...).
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Breves Notas sobre a ETA e o Estado Espanhol
Recentemente dois presumíveis operacionais da ETA foram presos em portugal, abaixo deixo o comunicado emitido pela Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH). Tem informação relevante de que pouco ouvimos falar, mas antes disso umas breves notas mais gerais:
- O Estado Espanhol, mais recentemente encabeçado por Zapatero, sempre impediu (a última tentativa foi acerca de dois anos...) a realização de um referendo no País Basco para que quem hoje lá vive possa livremente decidir se quer continuar, ou não, a fazer parte do Estado Espanhol (ou do Império Peninsular de Castela...). Os povos têm direito à sua auto-determinação, o que nem sempre implica independência, podem livremente associar-se em federações, mas a questão é que ao Povo Basco nunca foi dada a liberdade de livremente decidir do seu destino. Aliás, dado fundamental! O País Basco foi a única região de espanha que no final dos anos 70 não aprovou a constituição da "transição pacífica", do Estado Fascista de Franco para o "Democrático", enquanto em todas as outras regiões a nova constituição foi recebida de braços abertos, o povo basco rejeitou-a porque lhe negava o direito à auto-determinação.
- Não acho que neste momento fazer atentados seja uma grande estratégia (aliás muitos foram completa e totalmente contra-producentes e só serviram para prejudicar a luta independentista, objectivamente...), a única coisa que conseguem neste momento é provar que ainda existem... Penso que a aposta num referendo, mesmo que não autorizado, ou considerado legal por Castela, seria mais acertada e teria impacto local e internacional... Mas quando a ilegalização de partidos, jornais, manifestações, etc... mantém-se por parte do Império Castelhano é difícil seguir o caminho da PAz, sobretudo quando já há gente que leva muitos anos disto... de qq das formas, neste momento, parece-me que o "caminho da paz" seria o mais produtivo...
- Existem centenas de presos da ETA nas masmorras Castelhanas, existem evidências claras de tortura, aliás a luta suja contra a ETA já teve vários episódios tenebrosos, como os esquadrões da morte GAL! Neste momento, sem conhecer os pormenores da lei portuguesa, parece-me bem não repatriar estes dois Bascos, não tenho a certeza, mas creio que Portugal (e muito bem a ser verdade) não extradita presos para países onde sabe que serão torturados, este é exactamente um dos casos onde há essa certeza...
- Para além de um referendo, uma amnistia geral seria necessária, para os operacionais da ETA, dos GAL e torturadores das masmorras Castelhanas... Para tod@s... Porque há muitos que têm as mãos sujas de sangue, à poix é bébé...
Abaixo segue então o comunicado:
Comunicado da ASEH sobre a detenção de dois supostos membros da ETA
Perante a notícia da prisão, em Portugal, de dois supostos membros da organização independentista basca Euskadi Ta Askatasuna (Pátria Basca e Liberdade), a Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) vem alertar para o facto de haver centenas de independentistas bascos nas prisões espanholas que foram submetidos a métodos brutais de tortura. Este facto foi comprovado pelo Relator da ONU Contra a Tortura, pela Amnistia Internacional e por muitas outras organizações de Direitos Humanos. A extradição destes dois cidadãos bascos configuraria um sério risco para a sua integridade física e psicológica. Com a possibilidade de violação de direitos humanos, esta opção não pode ser senão rejeitada.
Com factos ainda por confirmar, a ASEH espera que não se tenha permitido, como acontece no Sul de França e no País Basco sob administração francesa, a entrada de forças policiais espanholas. Isso configuraria uma grave violação da soberania nacional portuguesa e uma maior submissão à estratégia repressiva do Estado espanhol, depois do acordo entre os dois países para permitir o trabalho de dezenas de polícias espanhóis no nosso território.
A ASEH denuncia também o desaparecimento, há quase nove meses, de Jon Anza, no Estado francês, em circunstâncias ainda por esclarecer mas que fazem prever o regresso ao terrorismo do Estado espanhol sobre independentistas bascos. Durante os anos 80, sob o governo de Felipe González, dezenas de cidadãos bascos foram assassinados por paramilitares a soldo do Estado espanhol.
No passado dia 2 de Janeiro, apesar da ameaça de proibição, cerca de 50 mil pessoas manifestaram-se em Bilbau pelo fim da repressão contra os presos políticos bascos e pela democracia no País Basco. Nela participaram vários partidos e sindicatos. A situação que se vive é largamente ignorada pelos meios de comunicação social. A repressão não se abate apenas sobre militantes da ETA. O Estado espanhol ilegalizou dezenas de partidos, fechou jornais e rádios, proibiu organizações juvenis e proíbe manifestações.
Consideramos que deve ser reconhecido ao povo basco o direito à autodeterminação. Cada povo deve poder decidir o seu próprio futuro. Este é um direito reconhecido pelas Nações Unidas e ignorado pelos Estados espanhol e francês.
--
Associação de Solidariedade com Euskal Herria
borrokabidebakarra@gmail.com
http://www.paisbasco.blogspot.com
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
O Artista está há um ano na sua Demanda...
O Artista está há um ano, nesta nova fase, da sua demanda... Realidade, ficção e sobretudo, Poesia e Romantismo...
Pedro Procura Inês
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Boas Entradas e 2010, Viva a República!
Pois é, 2010 já bate à Porta! A década dos anos “o” (como chamar esta década ??) já lá vai, a dos anos 10 avizinha-se!
A única certeza que tenho é que vai ser ainda mais “emocionante” de que os primeiros 10 anos deste século.
Mas não vou teorizar muito, para celebrar a entrada no novo ano escolho partilhar um pouco de uma prenda de anos/natal que recebi… Uma agenda e calendário para 2010 alusivos ao centenário da República!
É um verdadeiro festival de iconografia Republicana! E ehehehe, é uma edição limitadíssima, 500 exemplares! Atão não era de mandar isto, no mínimo, a todas as escolas primárias???
Enfim… a verdade é que enquanto virem a República como pertencendo a uma elitezinha, o seu destino está condenado a repetir-se… à poix é bebé…
De qualquer das formas, aqui vos deixo, com desejo de boas entradas, o ícone que mais me fascinou, é a figura do mês de Dezembro, ehehehe…
É caso para dizer, bom 2010 e Viva a República!
Tem 100 anos, mas tá cheia de bom aspecto e com ar mais moderno que muitas que prái vão…
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Soldados do Reino dos Céus, case study, the New Model Army (aviso inicial à população)
Camaradas, sou e continuo a ser Ateu e profundamente anti-clerical (ver posts sobre o tema). Só para ilustrar conto aqui uma pequena estória. O ano passado estudei com um colega dos EUA, ele era Mormón e foi um “Elder” na Rússia em 1999, uma vez a almoçar na cantina disse-me com ar sério e triste “In Russia Comunism Killed God…”, nem imaginem o prazer que tive em ouvir isto, foi das coisas que mais gostei de ouvir em toda a minha vida. À gandas Bolcheviques!
Bom é que eu já sei o que é que a casa gasta, basta fugir um pouco à norma e sair do quadrado pá malta começar a ficar logo à nora e tirar conclusões precipitadas… E, pela última vez repito:
Reino dos Céus não é sinónimo de Cristianismo, nem Cristianismo de Catolicismo, nem do resto das ideologias/organizações que se reivindicam seguidoras de Cristo (Palavra e conceito Grego introduzido por Saulo de Tarso aka São Paulo e não por Jesus de Nazaré). Quem tiver dúvidas reveja com olhos de ver este post…
Outro mal entendido, e este é o sumo do post, tem a ver com a relação entre os ensinamentos do “Reino dos Céus” e o pacifismo. Muita da confusão tem por base esta passagem dos evangelhos:
«Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica. Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames. O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.
Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca.»
Lucas 6, 27-35 (também em Mateus 5, 38-48)
DAR A OUTRA FACE?
Mas camaradas, claro que sim, em determinadas circunstâncias, como tudo na vida… Quantas vezes somos ofendidos e atacados e a mais sábia estratégia não é exactamente dar a outra face? Lá porque alguns acham que dei em “fanático religioso” irei me zangar? Não, há é que esclarecer… Muitos conflitos (não todos…) têm por base mal entendidos e equívocos, será lúcido partir logo pá guerra só por causa de um equívoco? Claro que não, há que dar a outra face e esclarecer a situação. Mesmo que por vezes tenhamos de perdoar 70 vezes 7…
AMAR OS INIMIGOS?
Ok, amar pode ser uma palavra forte de mais, isto há que sempre reter um forte sentido crítico em relação a tudo… mas vejamos, antes de mais quem são os nossos inimigos? É que isto é importante, para começar, muita gente sente ódio, inveja e a ataca quem julga ser seu inimigo e na verdade não é. E mesmo que saibamos que estamos perante inimigos, quem objectivamente nos quer mal, não será importante, até decisivo perceber porquê? Perceber se todos os que estão no campo inimigo têm as mesmas motivações, perceber porque escolheram um caminho que os mete em rota de colisão connosco? Sem o mínimo de empatia com o “inimigo”, sem compreendermos que, em última análise, toda a humanidade partilha um importante conjunto de anseios e desejos, torna-se muito difícil metermo-nos “na pele do inimigo”. Pois eu vos digo, para não perdermos a nossa própria humanidade e para conseguirmos triunfar sobre os adversários, o “amor” (vá lá, alguma empatia) pelos nossos inimigos é fundamental.
IMPLACÁVEIS PERANTE AS INJUSTIÇAS, a violência faz parte da vida…
Mas atenção, nada disto implica que sejamos uns tótós que se deixam constantemente humilhar. Aliás, crítico negativamente quem não levanta o braço para defender o seu irmão perante as injustiças e segue o caminho da passividade. Se queremos viver com generosidade e amor ao próximo (lembram-se da peça “Street Car named Desire”, há uma linha fabulosa: “A stranger is just a friend you haven´t met yet”) por vezes temos de ser implacáveis. Quando a tirania e a injustiça oprimem o próximo será sábio constantemente dar a outra face?
Dar a outra face quando se tornou claro que não há equívocos, mas apenas o desejo do controlo dos recursos e da conquista de poder?
E se os Tiranos, os Accionistas, não querem saber das regras minímas de convivência em sociedade; se os Tiranos, os Accionistas só estão interessados no lucro e no poder a qualquer custo; quando os Tiranos, os Accionistas não recuam perante as maiores barbaridades e condenam milhões à fome, ao cárcere, a uma vida de miséria, a dificuldades constantes e uma vida de Brutidão; quando os Tiranos, os Accionistas se banqueteiam no luxo e devassidão, enquanto esmagam os apelos dos que sofrem e por sua causa pouco têm… que deve um “justo” então fazer?
Há momentos na história em que não há perdão para os que por fraqueza, pouca inteligência ou mesquinhes inventam mansas desculpas para a inacção, ou o que vai dar ao mesmo, para se manter a acção, os métodos, que já se viu não darem em nada face á Tirania e ao reino dos Accionistas.
Retomando as citações do evangelho, eis que aqui está uma situação em que o próprio Jesus da Nazaré usa da violência.
Este é um quadro de Rembrant, “cristo expulsa os cambistas do templo”, na Arte há dezenas de diferentes obras que retratam este episódio.
"Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas nos seus postos. Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-lhes as mesas; e aos que vendiam pombas, disse-lhes: «Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira.»”
João 2, 13-16
"Depois, entrando no templo, começou a expulsar os vendedores. E dizia-lhes: «Está escrito: A minha casa será casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» Ensinava todos os dias no templo, e os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, assim como os chefes do povo, procuravam matá-lo. Não sabiam, porém, como proceder, pois todo o povo, ao ouvi-lo, ficava suspenso dos seus lábios."
Lucas 19, 45-48
(Já agora, não gosto muito do evangelho de João, é demasiado “religioso” para o meu gosto, é todo ele construído para justificar que Jesus é o filho de Deus, os outros 3 - Mateus, Marcos e Lucas - são numa onda muito mais “histórica”. )
Como vêm o profeta que aconselhou a “dar a outra face”, ele próprio usou da violência contra os cambistas e vendedores… Também lançou um sério aviso e critica às autoridades religiosas e políticas do seu povo , à classe dominante da altura na Judeia…
"Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados: formosos por fora, mas, por dentro, cheios de ossos de mortos e de toda a espécie de imundície! Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que edificais sepulcros aos profetas e adornais os túmulos dos justos, dizendo: 'Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!' Deste modo, confessais que sois filhos dos que assassinaram os profetas. Acabai, então, de encher a medida dos vossos pais! Serpentes! Raça de víboras! Como podereis fugir à condenação da Geena?
Por causa disto, envio-vos profetas, sábios e doutores da Lei. Matareis e crucificareis alguns deles, açoitareis outros nas vossas sinagogas e haveis de persegui-los, de cidade em cidade. Assim cairá sobre vós todo o sangue inocente que tem sido derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo: TUDO ISTO CAIRÁ SOBRE ESTA GERAÇÃO!»
Mateus 23, 27-36
(não me vou alongar, é um tema de debate intenso, mas o que é facto é que caíu mesmo um castigo horrível sobre essa geração, no ano de 70 d.c. o Templo de Jerusalém foi destruído e Israel foi dominada a ferro e fogo pelas Legiões Romanas, Jesus foi cruxificado por volta de 33 d.c.)
Para verem o discurso completo que fez às massas vejam este link. É dos maiores discursos (se não o maior) que fez que estão registados nos evangelhos… para além disso é uma história que está presente nos quatro evangelhos (muitos dos episódios, até dos mais conhecidos, não figuram nos quatro).
Mais uma dica, chamá-los de “fariseus” era dos insultos mais usados por Trotsky e Lenine contra os seus adversários. Porque também eles foram, à sua maneira, Soldados do Reino dos Céus…
SOLDADOS DO REINO DOS CÉUS, houve vários movimentos que se inspiraram nesta mensagem para conduzirem lutas de libertação e de emancipação face à tirania. O Cristianismo primitivo era exactamente isso… Movimentos heréticos ao longo da idade média, a Teologia da Libertação mais recentemente na América Latina… mas o exemplo mais adequado, mais consequente e que ao mesmo tempo mais se ajusta à descrição de “Soldados do Reino dos Céus” são os Levellers e o “New Model Army” que lideraram uma das mais importantes e determinantes revoluções da história…
A Revolução Inglesa, 1640-49
Sabiam que os Ingleses julgaram e cortaram a cabeça ao Rei mais de 100 anos antes dos Franceses? Que durante cerca de 30 anos a Inglaterra foi uma República?
À poix é bébé… isto na história as coisas não aconteçem simplesmente por acaso…
O EXÉRCITO DE TIPO NOVO, em luta para construir o Reino dos Céus na Terra, vá lá… na Inglaterra
O “New Model Army”, que se pode traduzir como “Exército de Tipo Novo”, surgiu a meio da Revolução/Guerra Civil Inglesa. Para algum enquadramento sobre estes eventos determinantes na História Mundial remeto o leitor para este site (Marxista, pois claro, quem mais se daria ao trabalho de presevar esta memória?) e a visualização do documentário que abaixo coloco. O seu autor é uma espécie de “comediante marxista-revolucionário”, aborda a história numa prespectiva e de uma forma bastante diferente do comum, é autor de um livro “Vive La Revolution” sobre a revolução francesa. É espetacular e na mesma linha deste documentário (vejam a palestra sobre o livro).
É que pouco se fala destes eventos, e das poucas vezes que fala, regra geral, é para chamar fanáticos a estes homens… Como em todos os casos de revoluções triunfantes, desde os Parabolani (vejam o filme Ágora) até aos Bolsheviques, houve excessos um tanto folclóricos… Por exemplo, na altura em que Cromwell governou Inglaterra com o suporte do “Exército de Tipo Novo”, chegaram a proibir as celebrações de natal e as peças de teatro… Mas o que é isso comparado com o fim do absolutismo monárquico, do feudalismo e dos privilégios aristocráticos??? Mas lá está, como dizia o George Orwell, no seu livro 1989, que os Rage tomaram como letra para uma das suas canções: “Who Controls the Past, Controls the Future, Who Controls the Present, Controles the Past”, nem mais…
Fundamental para a criação deste novo exército e triunfo da Revolução foram movimentos como os Levellers, que como o próprio nome indica, pretendiam nivelar a sociedade… Torná-la mais Justa e Igualitária, propuseram até uma constituição altamente avançada para a Inglaterra (mesmo de acordo com padrões actuais). O programa máximo, dos Levellers, não triunfou de forma completa com a queda da monarquia e instauração da república (chamaram-lhe “comonwealth” e depois a Cromwell “Lord Protector”), mas deram um contributo decisivo para que a Ingleterra saí-se do obscurantismo feudal, esta Revolução foi um exemplo para os Patriotas americanos das 13 colónias que 100 anos depois protagonizaram a Revolução Americana… Aliás a declaração de independência e a constituição dos EUA, baseia-se muito no Agreement of the People proposto pelos Levellers… Claro que a Universal e grandiosa Revolução Francesa também foi buscar insparação à sua antecessora Inglesa e muito mais directamente à filha directa da revolução Inglesa, a revolução Americana.
O que mais diferenciou a Francesa das outras foi o seu carácter explicitamente Universalista, é para libertar toda a humanidade e não apenas os Francese, e Secular, a base ideológica da revolução vem dos Enciclopedistas e do Iluminismo laico e anti-clerical e já não na interpretação das mais “luminosas” passagens dos evanvelhos por parte de seitas semi-heréticas protestantes (como eram os Levellers, em grande medida). Por isso é que a Francesa (e não as anteriores) é aquela que quebra definitivamente com as amarras do passado e abre as portas à modernidade…
Para terminar deixo-vos com mais um documentário, é sobre a Batalha de Naseby, esta foi a estreia no terreno do “Exército de Tipo Novo” e foi a batalha decisiva da guerra civil Inglesa, em que finalmente as forças parlamentares partiram a espinha ao exército Realista. Dá a conhecer vários pormenores interessantes.
3 comments Posted by Francisco at 19:39
Labels: Análise Geral, igreja, memória