Amin Malouf na Gulbenkian, Aviso à Navegação

Pois é, ontem Amin Malouf deu uma grande conferência na Gulbenkian. Grande pela multidão que lá esteve e pelo que disse. Aliás muitas das preocupações que sublinhou face ao presente e futuro da humanidade, sobretudo no início do debate, foram as mesmas que eu com outras palavras e tom transmiti na minha intervenção na VI convenção do BE (quem tem dúvidas pode ter o prazer de revê-la aqui).

Só duas notas, primeiro, foi muito uma perspectiva a partir da discussão da questão Cultural (no seu sentido mais lato), das migrações e do Choque-Encontro de civilizações... Também raspou na questão Ambiental, mas sendo estas dimensões determinantes para a construção de um outro mundo a verdade é que: a economia, sustentabilidade, a produção/distribuição de bens e serviços são áreas incontornáveis e sobre isso a reflexão de Malouf é limitada. De qq das formas subscrevo praticamente tudo o que disse... Sobretudo a tese dele que o mundo nos últimos 20 anos mudou profundamente e a humanidade ainda não criou "regras" e instituições" que permitam, no limite, a sobrevivência da espécie humana neste novo mundo, ainda, sem regras.

Bem ele regras tem, só que não são explicitas e são de tal forma moldadas ao serviço dos interesses do Império e do grande Capital que acabam por ser um autêntico garrote ao desenvolvimento e progresso da humanidade...

A segunda nota é relativa às quatro fontes de esperança que Malouf enunciou, a saber:
- Progresso Científico;
- Emergência do Sul, nomeadamente India e China;
- A União Europeia como modelo/utopia para o governo mundial;
- Obama o Símbolo e o Homem.

Bem, isto dava uma tese de doutoramento pa cada um dos tópicos, com várias nuances subscrevo estes "pilares de esperança", EXCEPTO A PARTE DA UNIÃO EUROPEIA, aí o homem atirou completa e redondamente ao lado, até quando começou por dizer que a UE tinha-se formado como uma associação voluntária de estados livres que pretendiam viver em paz e cooperarem uns com os outros... Vamos ver, um processo voluntário? Quer dizer, depois das duas mais bárbaras e brutais guerras que a humanidade alguma vez assistiu, que foram acima de tudo guerras civis europeias, depois das potências continentais terem sido todas elas derrotadas, estando confrontadas com o novo Império Americano a Oeste e o misto de "perigo Vermelho/imperialismo Russo" a leste, o que é que a França, Alemanha e Itália iriam fazer???
Já aqui lancei várias reflexões sobre a Europa e a União Europeia, 1º, 2º, 3º.

Acrescento apenas isto, a Europa é muita coisa, mas é também o Continente que protagonizou os maiores Massacres, Barbáries, foi palco da maior Violência e das mais devastadoras Guerras. A Europa foi forjada a ferro e fogo, e foi assim que também praticamente subjugou o resto do mundo. E isto são coisas que vêm muito de trás e, muito importante, estão sempre latentes mesmo que achemos que isso "são tempos que já lá vão"... Portanto cuidado, muito cuidado em relação ao futuro e a olharmos para a Europa como modelo quase perfeito de sã convivência entre os povos... Se há coisa que a Europa não é, é ser uma espécie de região idílica, em que a Paz e a Integração Social são valores primordiais...
Aliás se esses valores estão presentes, isso deve-se ao movimento Operário/Popular-Comunista/Socialista/Anarquista que aqui na Europa se desenvolveu e floresceu como em nenhum outro continente.

PS - Também curti a respostas que Malouf deu a algumas Barbaridades ditas pelo António Vitorino (que foi uma espécie de anfitrião da conversa), o Eduardo Lourenço também falou, ou melhor discorreu, pó que ele disse podia ter gasto um quarto do tempo que gastou...

Revolução no Irão?

Estes tipos são muito optimistas e demasiado, como direi... românticos, nas análises que fazem. No entanto foram eles dos primeiros a tomar nota e activamente apoiar o Processo Bolivariano, para além disso têm laços históricos com o movimento popular Iraniano. O texto cujo link se encontra abaixo é uma análise do que se tem passado nos últimos dias.

The Iranian Revolution: what does it mean and where is it going?

Sem compromissos

Sem compromissos

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Louçã mete os pontos nos "is"

Nesta entrevista ao jornal I Louçã mete os pontos nos "is". Vai na mm linha da intervenção do Rosas mencionada em post anterior.

Tenho de ver se escrevo qq coisa sobre estas eleições e o horizonte próximo, até pq há quem tenha ainda ilusões...

A alternativa ao regime, não é o regime de flor na lapela, uma coligação com o PS seria um processo de suicídio político (para quem tem um projecto emancipador e progressista...). A solução por agora é preparar caminho para um "Governo Social", que inclua o PC, Alegres e companhia, CGTP e quem mais vier por bem.
Não pode é ser feito com a estrutura/instituição principal responsável pela contra-revolução em 75, pela imposição do modelo neo-liberal em portugal. Quem é que governou portugal nos últimos quinze anos? quem é que moldou a nossa "democracia"?
Para mais o PS (ao contrário dos outros partidos da mm área na Europa) não resulta do movimento sindical, ou de amplos movimentos de massas sociais democratas. O nosso PS é um partido de quadros, financiado pela social democracia europeia dos anos 70 e a CIA, o seu batismo de fogo foi a luta contra a unidade sindical e a Revolução...
Recentemente (à 5 anos), outro momento esclarecedor teve lugar. Na sucessão a Ferro Rodrigues concorreram Manuel Alegre, Sócrates e J. Soares. Se o país (diziam as sondagens...) preferia Alegre o PS preferiu Sócrates e por larga margem.
Outro, no curto prazo, momento decisivo foi a opção de Alegre não fazer um partido nem abençoar uma frente de esquerda... O Bloco jogou bem (menos o habitual sectarismo direccionado ao PC) nas aproximações que fez, o Alegre recuou mas os frutos ficaram e agora o Bloco tem campo livre para avançar sem hesitações.

Basicamente "quem criou a crise não nos pode tirar dela..." lol

Aqui vai um excerto da entrevista:

Imagine que o PS muda de líder?

O problema não é um problema de líderes. Não estamos a fazer ajuste de contas com Sócrates, estamos a discutir a coerência profunda deste governo. Foi a voz dos interesses económicos dominantes em Portugal ao longo do último século até hoje. É a ideia de que Portugal deve ser um país pobre, de salários baixos, de exploração intensa, de grande desigualdade, a maior na Europa, acumulação vertiginosa de fortunas pessoais nas mãos de uma máfia financeira de que alguns pequenos elementos foram revelados pelo caso BCP, BPN e BPP. Mas aquilo não é defeito, é feitio, é uma forma de criar o poder económico em Portugal. Nós queremos derrotá-lo. Uma esquerda maioritária tem que ser refeita vencendo as políticas do PS.

1 Maio Vital, só mais isto

Não vale muito a pena falar sobre o assunto, este vídeo resume tudo, oiçam o Povo Consciente e não os cronistas da Corte, é o meu conselho para hoje...

Fúria popular sobre candidato do PS às eleições europeias

Este é o título do vídeo na página da RTP, foi exactamente o que sucedeu no 1º de Maio(esta galeria de fotos é fixe). Vital Moreira foi alvo especial, do justo, sentimento de traição de alguns militantes do PC, mas como se vê claramente no filme da RTP1, pela voz de um popular na manifestação (que n era militante do PC), as massas insurgiram-se contra o mais abjecto oportunismo e provocação barata de um cronista da corte que é pago para fazer combate intelectual aos sindicatos e movimento popular em prol deste governo de capatazes do grande capital.

Mais, e em imagens que se repetem no telejornal isso é evidente, muitos que o insultaram n eram militantes do PC, eram do BE e muitas das imagens, já no Martim Moniz, mostram Vital a passar ao pé da marcha do MAyday, onde eu tb estava e como muitos, ajudei a escorraçar aquela abjecta figura daquele espaço.

Vital, como ele próprio invocou, quis reeditar o episódio da Marinha Grande… Tenho uma vaga ideia, sou mt novo para me lembrar disso. Mas conheço bem estes tempos e Vital não será visto como uma vítima. Antes como uma patética figura, escorraçada, provocadora, desesperadamente à procura de um incidente.

É Pena que figuras como o Daniel, se juntem ao coro Nacional-totó, e venham falar do “sectarismo do PC”, mais o Daniel também estava lá no Mayday e sabe bem que n foram só ressabiados do PC que o escorraçaram. É pena que seja isso que tenha a dizer sobre este incidente. Ao meu lado na manif uma miúda dizia “ai que se foi a manifestação, só vão passar isto…”, não sejamos ingénuos e caíamos na tosca armadilha de Vital, ele é que ficou mal visto. A população respeita quem se dá ao respeito. È tempo de nos sintonizarmos com os nossos tempos. No pingo doce já não há Azeite Galo marca azul, agora têm uns garrafões Galo vermelhos (pelo menos onde vou…)…
Se ele tivesse sido ferido também lamentaria, mas isso n aconteceu. A única coisa que saiu de lá ferida foi a imagem de Vital e do PS.

Pela minha parte fico satisfeito por ter tado num desfile e num 1º de Maio que se dá ao respeito. Fico contente por ter ajudado, apesar de n lhe ter dado nenhuma lambada, a escorraça-lo.

25 de Abril, tod@s na Rua

É às 15h no Marquês de Pombal como sempre, e vejam a preciosidade que descobri. Muito bom!

Sinal dos Tempos, Xutos Sem eira nem beira

Inadvertidamente esta música torna-se a banda sonora da situação politico-social... Um objecto que foge ao controlo dos autores e é apropriado pela sociedade.



Um fenómeno que se irá multiplicar.

PPPs=Pilhagem

O mel foi tanto que a abelha ia tendo uma overdose. Tive a analisar a "Auditoria à Gestão das Parcerias Público Privadas Concessões Rodoviárias" feita pelo Tribunal de contas, é um arraso às PPPs no sector rodoviário. E estão lançadas mais 17 concessões num valor 3 872 Biliões de euros...

http://www.mediafire.com/?0yuz2gtzqyh , link para o relatório do Tribunal de Contas

Aqui vai um excerto:

2.12.10 O estreitamento do leque de opções estratégicas de contratação

Em termos de contratação pública, o Estado em vez de ter alargado o leque de opções para poder escolher as melhores soluções, afunilou-o nas PPP. Verificaram-se, concorrendo para este aspecto, fundamentalmente:

- Existência de progressiva perda de capacidades das estruturas do Estado para a implementação directa de projectos similares aos geridos pelo sector privado, através das PPPs;
-Opção quase sistemática pelo modelo DBOFT, sem avaliação de outras alternativas;
-Gestão da alimentação do pipeline de projectos de PPP, com o lançamento de projectos em vaga e assentes apenas em motivações politicas;

Terrível, e é sempre a "malhar", ontem chorei lágrimas pela República...

One solution, Revolution

O TGV, o que é, para quem, como e porquê. Ou não.

Mais um trabalho que foi que nem mel prá abelha!
Pediram-nos para fazer:
Uma análise crítica ao processo de decisão do projecto português de Alta Velocidade. No contexto mais geral dos investimentos públicos enquanto ferramentas ao serviço do desenvolvimento do país, e da estratégia geral para o sector dos transportes e ferrovia. hehehe... Leiam que tá fixe, bem se calhar há partes um pouco maçudas... Mas vale a pena.

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O ARTISTA

Para além de espalhar apelos nas ruas...

Faz umas curtas...



Tem um blog...

E pasme-se até apareceu nas notícias!




É o original e genuíno artista português do século XXI

Ocupar Lisboa II, o desafio da sustentabilidade

Aqui estão dois trabalhos que fiz no âmbito do meu mestrado (ou Master lol), são ambos acerca dos problemas de transportes em Lisboa e de como dar uma resposta política a eles. Se quiserem ver mais podem consultar em baixo na barra direita ou directamente aqui.

São um tanto ou quanto generalistas mas a ideia era mesmo essa vejam e comentem sff. Seria óptimo ter algum feedback. Vou ver se traduzo e sintetizo e mando para as Políticas de Igualdade do BE.

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O de cima é o primeiro, acho que está um pouco melhor, o segundo não é igual e acrescenta algumas ideias, mas n sei... mm assim podia ter feito melhor. O próximo trabalho que tenho a fazer é sobre o TGV e os caminhos de ferro em Portugal.

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Espero que gostem!

Os Anexos do I estão aqui, os anexos do II estão aqui.

Previsões

Cada vez que a OCDE, FMI, whatever, fazem uma nova previsão acerca da evolução da economia é sempre pior do que a anterior...

Significa isto que nos estamos a afundar cada vez mais? Provavelmente sim, mas não porque as previsões apresentadas estejam certas... Basta olhar para as previsões efectuadas em 2007 ou início de 2008 para ver como quase todas, passado um ano ou pouco mais, falharam completamente.

Isto tem muita a ver com a forma como se fazem essas previsões (sejam do GDP, preço de matérias primas ou consumo de bens...). Para quem quiser se focar em mais detalhe nisto vejam esta apresentação, está muito boa. São uns slides dum Prof. Americano, Neufville, que se dedica a estudar estas coisas. No seu site podem encontrar mais informação acerca de optimização de sistemas, previsões, flexible design (não sei como traduzir isto fielmente para o português) e Aeroportos (para quem queira discutir o novo Aeroporto para além da enumeração de banalidades e chavões).

A verdade é que a maior parte das projecções que nos dão são isso mesmo, projecções, é o passado projectado para o futuro (quanto muito modelado com alguns pozinhos de intuição do autor das projecções)... A questão fundamental é que o mundo não é estático, é dinâmico e cheio de surpresas... O Futuro é intrinsecamente incerto, claro que em que grau depende dos tempos, espaços e sectores em estudo.

Já que estou a falar nisto aproveito para elogiar um blog português, o Margens de Erro, Pedro Magalhães faz um trabalho extraordinário. É caso raríssimo no panorama português ver alguém que faz, de facto, análises sérias, rigorosas e honestas. Que para além de mandar umas postas de pescada recicladas, sabe mesmo do que está a falar. PARABÉNS PEDRO!

G20

Esta cimeira dos G20 (e mais alguns, tipo Comissão europeia representada pelo honirabilíssimo Durão Barroso) terá consequências históricas, sejam elas quais forem.
Se não saírem algumas medidas no sentido de dar uma resposta à crise a favor da vasta maioria da humanidade (ou seja aqueles que não são Banqueiros e Barões da Finança) a desilusão será imensa, o descrédito no sistema, no status quo, é já alto, depois da cimeira será universal. É uma janela de oportunidade a explorar ao máximo pelas forças populares-progressistas.

Para além disso uma cimeira deficitária também poderá causar tensões internacionais que com o aprofundar da crise poderão tomar proporções alarmantes.

Visit msnbc.com for Breaking News, World News, and News about the Economy

Reportagem sobre a parte mais Hardcore dos protestos, o ataque a um banco...

Agitação Estudantil em Barcelona e Roma

Enquanto em França as coisas tão como já expus, ontem em Roma e em Barcelona os ânimos também se exaltaram, com confrontos com a Polícia.

Homens na Luta, dá-lhe Falâncio!

Há pois é, e na França é sempre a bombar!As Universidades em luta há mais de um mês e hoje mais uma jornada de luta!

Revolução Social!
A Banca e o Estado ao Serviço do Povo

Plano de Emergência!

Este excerto foi retirado de um texto publicado ontem pelo Rui Tavares.

Num momento em que a produção industrial já caiu quase vinte por cento — um quinto do total em apenas um ano — aquilo de que precisamos é de um plano de emergência em grande escala. Mas para ser rápido e eficaz, esse grande plano deve concretizar-se em muitíssimos pequenos projectos: adaptação de edifícios para deficientes, recuperação de centros urbanos, prevenção social nos subúrbios, transportes públicos, o que for. Só isto dará trabalho rápido a calceteiros e engenheiros, assistentes sociais e pequenas e médias empresas. Além de nos ajudar durante a crise, um plano destes faria de nós um país mais justo e decente depois da crise.

Disse isto na minha intervenção na convenção, felizmente não anda tudo a dormir. Grande escolha do Bloco para as Europeias! Espero que consigamos eleger três deputados, com este discurso chegamos lá!

Desemprego, A menina da Pena, Louçã-Milk

Ontem fiquei ao serão em casa a ver televisão, deparei-me com uma série de três programas excelentes, Reportagem da SIC sobre o Desemprego, da RTP1 sobre uma menina do campo, um retrato do Portugal de hoje e por fim o contra-informação… Que lá para o final tem um Rábula fenomenal com o Louçã, está muito bom mesmo.



Reportagem da SIC, Desemprego, quase avassaladora...


A Menina da Pena, retrato rural à lá século XXI, a crise e o campo.


Bem, no final do último Contra os tipos passaram-se, uma performance espectacular de Trotskan, Miguel Tortas e Fernando Brocas. A não Perder!

Dívida e Dinheiro para Tótós

Aqui vai um documentário em BD muito bom sobre dinheiro, dívida e Bancos.

CRISE

Não sou um doidinho, vejam o que estes senhores da Monthly Review têm para dizer, e este artigo da New Left Review também dá uma boa anatomia do problema e possíveis saídas.
Por cá os Ladrões não param, são uma autêntica instituição de utilidade pública.

PS - Quanto a revisionismos, é altura de também nós reavaliarmos algumas experiências. Confesso que não sei muito, mas parece-me que Mao e a Revolução Chinesa mereciam uma análise mais cuidada do que é normal…