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sábado, 13 de fevereiro de 2010

As Saudades do Escudo e o Crepúsculo dos Deuses



Este slogan é por demais ilustrativo... por esta campanha publicitária da cadeia "low cost" de supermercados, vê-se, com toda a honestidade, o estado em que estamos...

ataques do exterior, embustes gigantescos, uma máfia pelintra e a suposta retoma não é mais do que uma miragem, e quanto mais tempo se passar sem mudanças fundamentais/estruturais as nuvens tempestuosas irão apenas adensar-se...



Esta Ópera é magnífica, A Marcha fúnebre de Siegfried, o Herói, da trilogia (ou tetralogia?) "O Anel dos Nibelungos" de Wagner... É o fim de uma era.
Se bem que ao ouvi-la, sinto muito mais um apelo à acção e olhar em frente do que a triste evocação de um passado de glória que já terminou. Até porque sei que há muito potencial na Nação... Mas, não vai ser fácil...
Depois tenho que ver se vou mais ao detalhe.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O Artista está há um ano na sua Demanda...

O Artista está há um ano, nesta nova fase, da sua demanda... Realidade, ficção e sobretudo, Poesia e Romantismo...

Pedro Procura Inês



quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Alexander Nevsky, O Épico dos épicos.



Apenas recentemente tive o prazer de ver este filme, é notável, quer no plano estético-artístico, quer pelo conteúdo. É um filme que se presta a muitas leituras e comparações. Começo pelas analogias cinematográficas.

Sendo fã das Star Wars e apreciando o Senhor dos Anéis (sobretudo "O regresso do rei") não deixei de reparar inúmeras semelhanças... Se não se inspiraram aqui directamente (o mais provável), inspiraram-se em quem antes já se tivesse inspirado neste filme... Afinal este é o pai de todos os épicos, é o primeiro filme sonoro do género (e que banda sonora! composta por Prokofiev). No cinema mudo já há algumas obras a apontar neste caminho, mas esta é considerada uma obra germinal do cinema "moderno".

Vejam aqui os maus da fita, os Cavaleiros Teutónicos, são Germânicos, são Católicos fundamentalistas, guiados pela nobreza tutelada pelo Bispo ao serviço de Roma.
Os Teutónicos lançam-se contra as terras russas, sobre Novogrod, quando os locais ainda mal se recompuseram das invasões mongóis (de facto ainda estavam sobre o jugo da "horda de ouro").



O Imperador Palpatine é decalcado destas personagens, o Bispo (segunda imagem) e o capelão (última)... e o que dizer da infantaria germânica? Parecem os Orcs do Senhor dos Anéis e os cavaleiros também... Aliás, os Cavaleiros fazem lembrar os Imperial Stormtroopers (e é o que eles são, literalmente... ou melhor, foram...).


(Só pa não haver dúvidas...)

Mas há mais, aqui está o Herói e os "bons" Alexander Nevsky, Príncipe Russo, vencedor dos suecos uns anos antes e recentemente expulso de Novogrod por meio de intrigas... Agora em perigo, a cidade (os sectores populares, pq os grandes comerciantes queriam pagar tributo...) exige o seu regresso e que chefie as forças Russas contra o invasor Teutónico-Germânico.



Lá está, um Rider of Rohan (na imagem é o Nevsky) por uma pena... Bem mas já chega de analogias cinematográficas.

Ao ver o filme lembrei-me bastante da nossa revolução de 1383-85, há um invasor, um povo (sobretudo numa cidade...) que se levanta para resistir e um herói que surge... Claro que estas comparações são complicadas, mas uma boa pista de que estamos perante uma luta de libertação nacional é dada observando o papel desempenhado pelas mulheres, aqui no filme também há uma "padeira de aljubarrota".





No entanto a analogia óbvia, e que serviu de motivação ao filme, é com as hordas Nazi-Fascistas, este filme é rodado em 1938!!! Tudo nos Teutões evoca os Nazis... E a história relatada no filme é não apenas um "flash back" mas uma antevisão, projecção, do que seria a própria invasão da URSS em 1941.



Os maus, são mm muito maus, nesta última imagem estão atirar crianças pá fogueira após conquistarem uma cidade russa... Abaixo há o trailer com (para mim) uma das melhores cenas do cinema de todos os tempos (a cena começa ao segundo 47)... A ocupação de Pskov pelos Cruzados. Infelizmente por mais tenebroso que seja o filme, a realidade (do século XIII e do século XX) superou-o, pode parecer propaganda, mas de facto, é apenas uma amostra da crueldade Nazi e dos fanáticos religiosos do século XIII...



O tom anti-clerical do filme é muito ao meu agrado e os Teutões para lá de Nazis, Orcs e Stormtroopers, fazem também lembrar os Franquistas da guerra Civil Espanhola, guerra que ainda estava a decorrer quando o filme estreou.





No final, quase 30 minutos da "Batalha sobre o Gelo", as milícias populares de Novogrod e outras pequenas cidades juntam-se a Nevsky e seus companheiros, é sobre as águas geladas do lago Peipus que os Russos dão combate aos invasores. Finalmente o Dark Side é eliminado e posto a correr!!! Na história mundial esta batalha marcou o fim da expansão germânicó-católica para leste e consagrou a fronteira (ainda hoje!) entre o Ocidente Católico e o Leste Ortodoxo.



Pa finalizar uma das gandes malhas do filme "Arise Russian People"




Prokofiev - Arise ye Russian people



Found at bee mp3 search engine



 Ganda Filme!
(aqui está completo on-line)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Norte e Sul

Hoje morreu Patrick Swayze, para mim ele sempre será Orry Main, o gentleman Sulista, que nem é muito a favor da escravatura, nem tão pouco da secessão, mas acaba por valorizar mais a lealdade ao seu estado da Carolina do Sul, que à União... Tal como Lee o brilhante general sulista...

Para além de ser uma boa "telenovela" a série acaba por ser também bastante rigorosa no retrato que faz da Guerra Civil e dos anos que a antecederam... Vale a pena vê-la ou revê-la, tá toda no youtube.

Neste post, escrevi acerca deste conflito o seguinte:

Foi o aumento dos lucros obtidos com o sistema esclavagista no sul dos EUA com a invenção de um novo engenho (em 1794) que facilitava o processamento do algodão, que conduziu ao aumento da escravatura em meados do século XIX no Sul, na verdade esse modo de produção torna-se de tal modo competitivo, que um confronto violento com o Norte Industrial-Capitalista torna-se inevitável. A mais brutal guerra travada pelos EUA, uma guerra "entre irmãos"...
(foi a guerra, até hoje, que vitimou mais cidadãos norte-americanos e mais danos materiais causou, sobretudo no Sul, abaixo está uma música escrita como ode a essa destruição e à libertação dos "Darkeys"...)


Tennessee Ernie Ford - While We Were Marching Through Georgia
Found at bee mp3 search engine

De facto, o conflito foi para saber quem mandava, se a Aristocracia Sulista que vivia da exportação de algodão para Europa (produzido em grandes latifúndios com mão de obra escrava), ou a Burguesia Industrial do Norte, mais interessada em desenvolver o mercado interno para os seus bens (e bloquear as importações da Europa). Mas claro que o fim da escravatura jogou um grande papel, sobretudo porque deu a superioridade moral ao Norte, e "para q serve isso?", serviu para o Norte Capitalista ter uma "Causa" moral que mobilizou uma importante e militante minoria contra o Sul e a favor da União e mais ainda, contribuiu para que o Norte tivesse a simpatia da opinião pública no Reino Unido e França.
Este último dado é fundamental, pois sobretudo a Inglaterra, esteve por um triz para entrar na Guerra ao lado dos Confederados (Sulistas), se isso tivesse acontecido a Guerra teria tido um desfecho bem diferente...

Tudo isto pa dizer que a percepção de "legitimidade" e de "superioridade moral" são dois componentes muito importantes nos conflitos, não são determinantes só por si, como há n exemplos q o demonstram (por exemplo na Guerra Civil Espanhola, não serviu de mt legitimidade da legalidade...), mas que dão uma enorme ajuda dão.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Rocky



Na Sic Notícias tem tado a passar umas reportagens sobre a "vida pessoal" dos líderes partidários dos 5 maiores partidos... A do Paulo Portas "como você nunca o viu" é deliciosa... Um pormenor da casa dele é que tem uma espécie de poster de Corto Maltese (que roda e muda para a Sharon Stone e depois pó Churchill...)... Achei estranho e interessante, mas talvez faça sentido... É que afinal Corto Maltese é um livre pensador aventureiro. Corre o mundo envolvendo-se em aventuras e romances, quase sempre colocando-se do lado dos mais fracos... Deve ser o lado Românticó-Aventureiro de Portas... Aliás, quem noutra entrevista já confessou ter tb um especial apreço por esta personagem é Francisco Louçã...

Cá por mim não sei... é de uma elegância e de um estilo dificilmente igualáveis (não é por acaso q é poster boy da DIOR)... de um lado pó outro, sempre em fantásticas epopeias... mas não sei... sempre o axei uma beca estranho, descomprometido, demasiado blasé? Ás vezes faz me lembrar o Principezinho do Saint Exupéry, não sei bem porquê. Mas talvez a minha falta de fascínio deva-se ao facto de não o axar (mm com todas as suas virtudes) uma figura inspiradora...


O poster que tenho em casa é de outro personagem...

Quem está na minha parede é Rocky, sim Rocky Balboa, Rocky I, filme escrito e protagonizado por Stallone, vencedor do óscar para melhor filme de 1976 (e a competição era fortíssima, nem tinha ideia) , conta-nos a estória de um pugilista que falhou a sua chance e agora deambula pela cintura industrial de Filadélfia, ocasionalmente faz "cobranças" para um pequeno "Boss" mafioso... Mas tem o coração mole de mais...


Com sorte e preserverança consegue uma segunda oportunidade, um combate contra Apolo, o campeão dos pesos pesados, isto pq o agente de Apolo axa piada ao seu cognome "The Italian Stalion"... 
 As condições de vida de Rocky são precárias, então as de treino... Uma das ajudas que arranja é de um tipo que trabalha num matadouro e deixa-o treinar na arca-frigorífica onde guardam as carcaças... Rocky utiliza-as como saco de box... O homem acaba por "patrociná-lo" e dá-lhe uns bons bifes de vez enquanto... Corre ao longo do caminho de ferro, passa por fábricas com enormes chaminés a deitar fumo... Há aquela cena memorável em que sobe as escadas do museu de arte de Filadélfia (nesse local existe agora uma estátua à Personagem)... tem um fato de treino sujo e velho... 
Pelo meio há também uma história de amor, mas a rapariga por quem se apaixona não é uma Deusa da Renascença ou uma Bomba Plantinada... Adrian é meio escanzelada, mas é boa rapariga, tímida e um pouco cerebral... 
O filme acaba com o combate entre Rocky e Apolo, e sabem que mais, Rocky perde, perde o combate final, mas é o grande vencedor... Aguenta os 15 rounds e dá um espectáculo de Box, perde aos pontos, mas ganha o coração do público, de todos os que o apoiaram desde sempre, e mais, ganha o respeito e torna-se um Herói na comunidade onde está inserido... Mas no final só lhe interessa a Adrian...
Abaixo coloco uma cena do Rocky II, é engraçada porque é basicamente um remake da mesma cena do Rocky I, só que aqui Rocky já não corre sozinho, aqui já é um herói Popular...



Para além da estória altamente inspiradora, poucos são os filmes, com este sucesso, que têm como protagonista um homem deste meio e têm como cenário de fundo os subúrbios Industriais...

Mas há um senão, um senão que dava para uma muito longa conversa sobre a propaganda reaganista e parte da base sociológica de apoio à contra-revolução conservadora, pelo menos nos EUA, é que Rocky IV, o mais famoso de toda a série, é uma peça de propaganda brutal!!! Talvez das mais eficazes da guerra fria... O Rocky de 1976, herói da classe operária, transforma-se em 1985 no anjo vingador da Santa América contra o Império do mal... Um Cruzado da guerra-fria... Para isto ter acontecido há muita "esquerda" que, com diferentes erros, deu um grande contributo para que este fenómeno "degenerativo" tenha ocorrido...
(axo q tão a perceber que o Rocky n deixa de ser uma grande metáfora)


Se este discurso de Churchill marca o início da guerra fria, este abaixo de Rocky faz descer o pano, é uma ode fúnebre à URSS, profético, acutilante, brutal... No som, palavras e imagem... Gorbatchov põe-se de pé e aplaude o discurso, aceita a conversão... Não foi tb isso que, de facto, se passou?



(aqui podem ver a cena em que eles iniciam o combate e Ivan Drago tem a tirada "I must Break you", a máquina de destruição do Império do mal logo no início do filme tinha dito "I can not be defeated"... afinal havia outra... Mensagens curtas, claras, o essencial...Resultou)

Rocky é Grande, pó bem e pó mal...

PS - Já agora, lembrei-me disto

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Debate Sócrates Louçã + Direitos de autor + Net + Libertação das forças produtivas = Revolução Social

Irei começar como quase toda a gente, como uma espécie de treinador de bancada, Louçã esteve abaixo do que seria esperado. Sim, no sentido em que o esperado (pelo menos por mim) seria que estivesse muito mais ao ataque e entala-se mais o Sócrates. De facto, Sócrates é esperto e recorreu à esperteza para, no mínimo, ocupar tempo precioso que poderia ser usado contra si. Louçã respondeu e bem, mas ficou o soundbyte e a sensação que foi apanhado de surpresa. Sendo assim:


- 1º Sócretinos ganham algum ânimo e pelo menos têm onde se agarrar para reclamar vitória;

- 2º Maior beneficiário é Paulo Portas, há muito eleitorado indeciso entre BE e CDS (pois é bébé...), esta tirada dos "Benefícios" assusta os mais alérgicos ao Comunismo e pode afastar alguns descontentes furiosos com Sócrates do BE para o CDS, daí como disse aqui, a importância vital do debate com Paulo Portas.

Outra nota, Sócrates utilizou terrorismo verbal e desrespeitou completamente as regras ao interromper constantemente Louçã, sobretudo a questão das nacionalizações podia ter sido melhor explicada por Louçã não fossem essas tácticas Sócratistas... E algum comentador ou seja quem for (a n ser Bloquistas...) critica Sócrates por isso??? Ele foi eficaz, ponto final.
O mundo não é dos "meninos bonzinhos" que cumprem as regras. Louçã não devia ter dado quartel, nem tão pouco o ter tratado por engenheiro (coisa que Sócrates não é).

Mas... para lá do imediato fica muito mais, concordo muito com Zé Neves, o que é facto é que nesta campanha eleitoral os temas e propostas em debate são os da "Esquerda Radical", isso só por si é positivo, mas muito insuficiente (o centrão esconde-se e agita o espantalho do "Radicalismo" na esperança q tudo fique na mesma e se piorar, que piore para os de sempre....), no entanto, se a "Esquerda Radical" tiver cabeça pode ser um enorme trunfo.

Envolvi-me em aceso diálogo a propósito deste post, aqui fica, até com alguns toques mais "pitorescos" um excerto dessa troca de argumentos:

De Francisco a 8 de Setembro de 2009 às 23:05
Foi a táctica típica de agitar o espantalho, não achem é que a população seja assim tão estúpida.

É muito mais simples, claro, eficiente e justo acabar com benefícios fiscais (aquilo é quase preciso um doutoramento pa preencher as declarações...) e ter serviços públicos universais e gratuitos, gratuitos não só a nível de isenção de taxas, mas como muito bem disse Louçã, por exemplo no secundário fornecendo GRATUITAMENTE os manuais (aliás pq é q não tão na net em PDF?)
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De Silver a 8 de Setembro de 2009 às 23:10
Francisco (Furtado? Se sim, aceita um abraço), não se trata de agitar espantalhos. A realidade é simples. Uma extrema esquerda forte assusta os empresários. Sem empresários não há emprego.
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De Francisco a 8 de Setembro de 2009 às 23:45
Desde quando? Já pensas-te nisso? É que a humanidade tem 7 000 anos de história ...

Pensar que os problemas da ecologia/sustentabilidade; crise económica; conflitos geoestratégicos entre potências novas e velhas se vão resolver sem uma alteração profunda do nosso modo de vida e quotidiano é pura ilusão.

Gente com garra e iniciativa sempre será necessária, gerir organizações e instituições sempre será necessário. Mas pensar que o actual modelo de "empresários" e "empresas" irá subsistir eternamente é pura fantasia...

Quanto mais cedo aceitarmos as mudanças de paradigma q se impõe melhor...

De Silver a 9 de Setembro de 2009 às 00:05
Posso admitir que é necessário uma mudança de paradigma. Mas não te estás a referir aos velhos modelos soviéticos, ou estás? É que esses já foram testados sem sucesso...
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De Francisco a 8 de Setembro de 2009 às 23:47
Já agora até te dava um abraço, se soubesse quem eras, LOL
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De Silver a 9 de Setembro de 2009 às 00:05
Nuno Abrantes ;)
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De Francisco a 9 de Setembro de 2009 às 00:15
Oi Nuno! Claro q sim, estou a ver.
Pois o q te digo é q estamos em 2009 e não em 1917... E é um facto q esse sistema falhou logo era preciso ser muita nhurro para querer fazer um replay.
Agora tb te digo que as análises que se fazem ao contributo da URSS para o desenvolvimento da humanidade são, no mínimo, extremamente tendenciosas e deformadas (regra geral)...

De resto o programa do BE só peca, na minha opinião, por defeito. Mas axo um excelente ponto de partida (e está mt , mt longe dos planos quinquenais ou do comunismo de guerra Soviéticos)
Ofender a mãe | Início da chapadaria | Bengaladas



Tal como em várias discussões que tive com malta que vive ainda na Revolução Interplanetária, volto a reafirmar: O Programa do Bloco (que já teve mais de 150 000 downloads!!!) é um programa de transformação Radical da sociedade e economia portuguesa!
E é assim mesmo que tem de ser e é isso que é necessário e por nada menos que isso dará o povo a confiança ao BE para liderar uma espécie de Frente Popular que chegue ao governo.

É neste ponto em que já foram mencionadas "mudanças de paradigma" e livros escolares disponíveis em PDF que decido por aqui uma pequena parte do prefácio à "Contribuição à Crítica da Economia Política” de Karl Marx, estas poucas linhas condensam o mais determinante e fulcral do pensamento de Marx (na minha opinião), condensa anos e anos de história e de lutas:

Numa certa etapa do seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou, o que é apenas uma expressão jurídica delas, com as relações de propriedade no seio das quais se tinham até aí movido. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transformam-se em grilhões das mesmas. Ocorre então uma época de revolução social.

Li este excerto num debate acerca de direitos de autor, livre partilha na Net e Partido Pirata, que decorreu no Socialismo 2009, um debate que precedeu esta conferência. Finalmente, já era tempo do BE fazer esta discussão que é das mais fundamentais, repito, das mais fundamentais que a Esquerda e toda a sociedade se confronta. Aliás as notícias são cada vez mais frequentes e o desajuste das relações de produção face às novas forças produtivas cada vez mais evidente!

Mas vamos com calma,

Vale a pena explicar em que consiste, provavelmente, a mais radical alteração das forças produtivas dos nossos tempos.

É que a "informática" permite codificar em 0 e 1 tudo o que é produção simbólica, tudo o que sejam textos, som e imagens e dessa forma permite que essa informação:

1 - Seja muitíssimo mais fácil de manipular/editar;

2 - Faz com que os custos da partilha, difusão e reprodução da informação sejam drasticamente reduzidos (é tudo energia, ou quase... deixa de existir necessidade de suporte físico para este tipo de produtos).

No fundo os tais 0 e 1 (o Byte é uma sequência de 8 desses zeros e uns, é esse o tijolo em que assenta todos os ficheiros e softwares existentes) não são mais do que uma espécie de código morse (porque é 0 ou um se existe transmissão d um sinal elétrico ou não), mas muito mais estruturado e organizado de forma a que o caudal de informação que se transmite pode ser muito maior e mais complexo.

Ou seja, toda a produção simbólico pode hoje em dia ser partilhada, disponibilizada, editada e reproduzida a um custo que é uma fracção mínima do que acontecia à 15 anos...
Ainda me lembro de usar um Walkman... Uma cassete de 90 minutos (as maiores e diziam que faziam mal pois eram muito pesadas) tinha prái umas 30 músicas e se ouvia duas vezes a cassete tinha de mudar de pilhas. Hoje em dia o pequeno leitor que tenho permite-me ouvir mais de 800 músicas e a bateria dura prái três dias e não tenho qu e ter um monte de cassetes que mesmo assim ficam longe de ter a mm informação que tenho hoje em dia no leitor, para n falar que até posso ver imagens, editar playlists, etc...
É que agora é tudo zeros e uns, é tudo energia e código, antes era preciso fita, um motor para rodar a fita, no fundo muito mais matéria, mais recursos e mais dispêndio de energia... para obter um serviço, um resultado final muito mais limitado do que é possível hoje em dia apenas manipulando energia...

Os direitos de autor, tal como existem, são uma relíquia da história. Mas não apenas os direitos de autor... Estas novas ferramentas de manipulação e partilha de informação têm aplicação em numerosos outros campos (vejam este trabalho q fiz acerca dos sistemas de transportes urbanos). Na economia esta alteração permite tirar um muitíssimo maior partido das economias de escala, que é o que empresas como a Wal Mart, Amazon ou a Google andam já a fazer.

Por exemplo as directivas europeias que obrigam os estados a privatizar (e num certo sentido ainda mais anti-económico) espartilhar as empresas de transporte (nomeadamente nos caminhos de ferro) são completamente abestrusas e só servem para dar rendas aos amigos!!! São as relações de produção desajustadas à nova realidade das forças produtivas. São um colete de forças!!!

Neste momento os avanços nestas áreas são das melhores ferramentas ao serviço da humanidade para superar o problema cada vez mais crescente de delapidação do nosso suporte de vida (destruição da natureza) e da escassez dos recursos naturais. Não é por acaso que a NASA já não se pode dar ao luxo de queimar triliões de recursos (literalmente, aquilo era uma brutalidade de desperdício, pesquisem na net os pormenores técnicos se tiverem curiosidade) para por um homem na Lua. A era da abundância material terminou!

O que nos pode safar é exactamente a gestão muito mais inteligente dos recursos e a partilha de informação que a internet e a informática permitem. Um texto extraordinário que recomendo é este, Is Paradigm Shift too Difficult in U.K. Transport? Dá uma boa ideia das mudanças no quotidiano que serão necessárias se não quisermos ir parar a um cenário Mad Max.

Revolução Social

Quando Marx fala em Revolução Social no excerto acima tinha uma ideia mais precisa que aquela que eu axo mais correcta (vejam o texto completo). Ou seja, qd ele diz que "De formas de
desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transformam-se em grilhões das mesmas. Ocorre então uma época de revolução social." esta revolução social não significa apenas uma revolução como a francesa (passagem do feudalismo pa capitalismo, ou mundo antigo para o moderno), ou a Russa (capitalismo para comunismo) até porque axo essa estratificação da história da humanidade demasiado esquemática e eurocêntrica, mas enfim... A questão é que essa contradição gera inevitavelmente grandes conflitos, a emergência de novos movimentos, ideias, culturas, valores, etc...
As forças produtivas sujeitas às velhas relações de produção ficam como num colete de forças... São precisas novas relações para arranjar um novo equilíbrio, de preferência que liberte as forças produtivas de forma a atingirem o máximo potencial.

As soluções encontradas e os conflitos gerados podem ser de vários tipos:
- As Revoluções Nacionais, os movimentos Fascistas dos anos 20-30...
- Foi o aumento dos lucros obtidos com o sistema esclavagista no sul dos EUA com a invenção de um novo engenho (em 1794) que facilitava o processamento do algodão, que conduziu ao aumento da escravatura em meados do século XIX no Sul, na verdade esse modo de produção torna-se de tal modo competitivo, que um confronto violento com o Norte Industrial-Capitalista torna-se inevitável. A mais brutal guerra travada pelos EUA, uma guerra "entre irmãos"...
- Um exemplo mais recente e "caseiro" na área das Artes é este mesmo (felizmente graças à combatividade do Artista parece que os abutres recuaram). Este tipo de polémicas é possível pq hoje em dia um indivíduo criativo com um computador e uma máquina fotográfica consegue produzir Arte e difundi-la até mais longe do que uma instituição com n funcionários e uma estrutura muito mais pesada...

Em conclusão, cabeçada é garantido que vai haver, não há volta a dar, a questão é que tipo de novas relações de produção emergirão dos conflitos que se avizinham (até já temos um partido pirata tb! era de falar com eles) .

Lenine disse que o Comunismo era a Eletricidade e os Sovietes, básicamente progresso e democracia. Refino, a Esquerda Radical e Popular, luta por maior justiça, liberdade e igualdade...mas a óptica não é a de defender os "coitadinos e pobrezinhos", nem tão pouco como certos sectores propagam, o propósito do Comunismo não é a pura resistência e defesa das relações existentes (mesmo quando a transformação afecte momentaneamente certas clientelas actuais da esquerda, seja no mundo das artes ou nos sindicatos... à pois é bébé).

Não, o grande argumento da Esquerda Radical e Popular, face à contradição central exposta, é o de lutar por novas relações de produção que libertem ao máximo as forças produtivas e o façam no sentido de garantirem maior liberdade, igualdade e justiça para todos/as.

Por isso é que se fazem Revoluções, é porque vai nesse sentido estratégico que é tão positivo o programa do BE, por isso a direcção do BE face aos truques rasteiros do imediatismo deve manter-se no plano mais alto. Porque a malta não é estúpida e percebe que novas soluções, com grande dose de radicalidade, mais do que positivas são absolutamente necessárias...

Até porque a revolução há de sempre acontecer pode é ter um sentido muito, muito tenebroso, porque a técnica é uma ferramenta com muitos gumes e se o potencial destas novas tecnologias para o acesso e democratização do saber e da gestão inteligente (de tudo!!) é impressionante, não é menos o imenso potencial de controlo...

Portanto, Camaradas, com toda a serenidade, com o máximo de coragem e inteligência, não hesitemos em ser os porta-estandarte das soluções de transformação radical que o momento impõe. Só com elas poderemos ganhar a confiança das massas e com elas, e como parte integrante delas, construir uma nova, mais justa, próspera, livre e fraterna República.

PS - Já me apelidaram de "Cromo" em vários comentários da Blogosfera, sabem que mais, nem imaginam quanto... e melhor, há muitos mais, e piores q eu, MothaFucka Geeks out there! A Revolução só será se for tb uma beca Geek.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SKA-P e Socialismo



Os, no mínimo, lendários SKA-P (at last!!!) chegam a Portugal, será no Avante, no Domingo dia 6 de Setembro... pelo menos é o q diz na página da banda, n percebo pq é q os cromos do PC nem o programa da festa têm no site...


De qq das formas este é um evento q não poderia deixar de ser registado, uma banda q oiço pelo menos há 10 anos... eu e mt, mt gente, vai ser lindo. Aqui deixo links pa duas das minhas favoritas Paramilitar e Legalizacion.

Antes disso há o Socialismo 2009, não é um festival de verão nem tem bandas SKA, mas tb vale mt a pena, pelo menos pa quem se interessa e quer fazer alguma coisa consequente relativamente ao futuro do país e da humanidade...
O Programa até me parece melhor q o do ano passado, é pena haver vários debates interessantes em simultâneo...
Deviam gravar todos e por no youtube, n percebo pq n o fazem... n é por falta de meios (nem são precisos muitos...), espero q este ano corrijam essa lacuna.

sábado, 15 de agosto de 2009

Épicos Imperiais


Zulu, de 1964, é dos mais bem encenados filmes de guerra de sempre, e uma das primeiras aparições de Michael Caine no Cinema... Esta é a história "real" de uma famosa batalha da Guerra entre Zulus e o Império Britânico, a batalha de Rorke´s Drift... Menos de 100 soldados de sua majestade, de colete vermelho e capacete branco replandescente contra 4 000 guerreiros Zulus, de tanga, lancinha e escudo de couro...

Mais do que uma espécie de western o filme faz me lembrar os confrontos entre Legionários e Bárbaros nas fronteiras do Império (tipo a batalha inicial do gladiador)...
Aliás à coisa de um ano ou dois lembro-me de ler notícias sobre batalhas travadas entre Britânicos e Talibans (ou neo-Talibans, ou Resistência Afegã, é capaz até de ser o mais correcto) que n eram assim tão diferentes desta... Se bem que parece-me que hoje em dia, felizmente, o diferencial tecnológico(e n só) n é tão grande... Já n é tão fácil fazer Impérios à ponta da Baioneta e da Maxim. Ainda bem.
Bem mas é como digo, pa quem gosta de filmes de guerra este é dos melhores!
Esta ode à bravura de John Bull foi realizada por um Norte-Americano, perseguido pelo Macartismo...

Em 1979 fizeram uma prequela do filme acima, Zulu Dawn, segue o início imediato dessa guerra e foca-se na batalha que se deu no dia anterior aos "heroicos" eventos retratados no filme de 1964. Acaba por ter mais meios e "estrelas" superiores a Zulu, tem imagens mt boas, mas no global n tá tão bem montado, dá muito mais gozo ver o primeiro filme... De qq das formas é importante, a batalha de Isandlwan foi a maior derrota de um exército moderno ocidental às mãos de uma horda de guerreiros com tecnologia da idade do ferro.

Na senda das lendas imperiais vem este Karthoum, a saga do Mahadi e do "chinese" Gordon, os eventos retratados neste filme passam-se 3 a 4 anos após os dos filmes acima. Ainda estamos em África mas desta vez no Nilo e o que está em jogo é o controlo do Egipto e Sudão. O filme tem diálogos interessantes e é pedagógico ver associações de beneficiência e afins a protestarem a favor de uma invasão imperial... Bem n sei se foi bem assim... é como retratam no filme. Mas pa quem gosta de épicos vale a pena e é uma grande estória de um conflito n mencionado muitas vezes (que ainda foi importante...).
Aliás até é importante pa se perceber melhor a questão do Darfur e dos novos Mahadis...

Este é bem mais recente, de 2002, não foi tão falado qt aquilo q eu axo q o filme merecia... Não só a fotografia é mt boa (as cenas que se passam no Sudão são espetaculares), como a estória é original.
Um jovem oficial de cavalria (ainda por cima...) que se demite qd sabe q será enviado pó Sudão... Manchado com a infâmia da cobardia o "herói"acaba por embarcar à mesma para o Nilo, mas vai sozinho e a sua missão não é marchar contra o Mahadi... Um dos grandes papéis de Heath Ledger.

São crónicas do final do século XIX a Era do Império ...