Este fim de semana decorreu a VI convenção do Bloco, mais por inércia do que outra coisa, acabei por ir como delegado da lista A ( a mainstream).
Na convenção passada, na intervenção que fiz, tinha tentado explanar aquilo que na minha opinião eram os maiores defeitos e virtudes do BE e elencar algumas tarefas essenciais do movimento, era tanta coisa que acabei por não conseguir transmitir grande coisa…
Foquei-me em três pontos:
- Realçar a dimensão da Crise e que a questão não é se queremos mudar, as coisas vão mudar quer queiramos quer não, a questão é que sentido terá essa mudança. Face a este cenário há duas tarefas primordiais:
-> Acabar com a pouca vergonha, a corrupção, a apropriação de bens públicos para fins privados e o sequestro da democracia pelos grandes negócios;
-> Perante um estado de emergência é necessário Mobilização Geral e Total! Especial enfoque à geração (a minha) que tem o futuro hipotecado, é dever da sociedade dar uma chance e esperança a esta geração, ela será protagonista principal do processo de transformação social que desejamos.
95% do pessoal adorou, uns quantos (a malta mais Dirigente e “responsável”) ficou algo… incomodada será talvez muito forte mas é por aí… é normal e muito bom sinal. Obviamente que o tom e registo utilizados não se adequam a todos os momentos, públicos e espaços… Mas acho que por agora o problema não é termos demasiado entusiasmo (ou uma certa dose de populismo de esquerda), é exactamente o contrário.
Para que uma mensagem passe, mais importante que o rigor dos argumentos, é ter a atenção dos ouvintes, depois claro que a tese que apresentamos deve estar suportada em sólidos argumentos. Bem, creio que falei do tema do momento, acordei a malta toda e ainda mencionei o caso Freeport de que pouco se falou na convenção…
Sobre a Convenção no geral gostei bastante. Mais do que a última (também fui numa onda bem mais relaxada)… As decisões já estavam definidas à partida, mas o espírito e o debate foram bons e sempre se esclareceram algumas questões. Entretanto vou ver se deixo amadurecer um pouco mais algumas ideias… A impossibilidade de uma convergência político-partidária de esquerda para as próximas eleições e a dimensão da crise obrigam a uma reflexão profunda. Começo a achar que antes de pensar em convergências devíamos pensar muito bem que programa e respostas à Crise necessitamos… Não vi em pormenor, mas mesmo o BE tem graves lacunas nesse campo. Sem algumas balizas, “guidelines”, não vale a pena começar a falar em convergências entre partidos e movimentos estabelecidos, antes há que perceber muito bem o que se está a passar à nossa volta...
Menção especial aos responsáveis pelo espaço, agora sim isto parece um congresso à Séria! O espaço tem uma influência, muitas vezes menosprezada, no decorrer das discussões, este ano a coisa estava muito boa!
Menção também à intervenção do camarada grego, a não perder!
E last but not least, uma gracinha pá malta do 31 (num post mais antigo já tinha feito referência a este fenómeno da Blogosfera).
ATÉ À VITÓRIA FINAL!
PS – Epá n foi pelo vídeo que fizeram com a minha intervenção, até pq já outros o disseram, mas foi o 31 foi o órgão de comunicação social que melhor cobertura fez do nosso conclave… Talvez até melhor que o próprio Esquerda… O problema do Esquerda é que tem as áreas muito espartilhadas, quando hoje em dia som, vídeo e texto são cada vez mais uma plataforma comum… Bom tb não sou especialista na matéria e não sei quantas pessoas estavam a fazer cobertura para o Esquerda…
E nisto sou insuspeito porque se há coisa que sempre elogiei e elogio no BE é exactamente o Portal Esquerda e associados.
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