O que não é racional é submeter a decisão popular matérias que, pela sua manifesta complexidade, a generalidade dos eleitores não pode razoavelmente compreender.
Ou seja, não é racional consultar o povo acerca do processo e da instituição que no presente mais condiciona as suas vidas.
Já agora quem tem capacidade de compreender todas as complexidades da macroeconomia, ou da geopolítica, ou das políticas energéticas?
Porque não sermos governados por uma elite de sábios, de pessoas altamente preparadas e educadas, que consigam lidar com, não apenas, a densidade mas o elevado número de variáveis que devem entrar em jogo no momento de formular soluções e tomar decisões no que à causa pública diz respeito?
A maralha que se entretenha com a bola, umas jolas frescas e sobretudo trabalhe, quanto ao resto deixem para quem sabe…
Pois é, à medida que avança a ofensiva Neo-Liberal, aumenta a resposta popular (mesmo que de forma algo tumultuosa, como de resto sempre aconteceu noutros momentos históricos de ascenso das lutas…). A democracia da era da abundância já não dá resultados previsíveis, correctos, “ponderados”.
Já antes tinha alertado para isto: A única hipótese de continuar com o desmantelamento do estado social, privatizações, etc… é recorrer de forma crescente à violência e repressão sobre os movimentos populares e ir contraindo o campo da democracia, reduzir o âmbito das decisões passíveis de serem tomadas pelos cidadãos.
Portanto, ou começamos a construir movimentos sólidos capazes de resistir e sobretudo passar à ofensiva ou ainda acabamos assim…
Por mim antes prevenir que remediar… Mas a história nunca acaba…
sábado, 14 de junho de 2008
Democracia em Risco
Posted by Francisco at 01:27
Labels: Análise Geral, Nacional
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