sexta-feira, 12 de junho de 2009

Louçã mete os pontos nos "is"

Nesta entrevista ao jornal I Louçã mete os pontos nos "is". Vai na mm linha da intervenção do Rosas mencionada em post anterior.

Tenho de ver se escrevo qq coisa sobre estas eleições e o horizonte próximo, até pq há quem tenha ainda ilusões...

A alternativa ao regime, não é o regime de flor na lapela, uma coligação com o PS seria um processo de suicídio político (para quem tem um projecto emancipador e progressista...). A solução por agora é preparar caminho para um "Governo Social", que inclua o PC, Alegres e companhia, CGTP e quem mais vier por bem.
Não pode é ser feito com a estrutura/instituição principal responsável pela contra-revolução em 75, pela imposição do modelo neo-liberal em portugal. Quem é que governou portugal nos últimos quinze anos? quem é que moldou a nossa "democracia"?
Para mais o PS (ao contrário dos outros partidos da mm área na Europa) não resulta do movimento sindical, ou de amplos movimentos de massas sociais democratas. O nosso PS é um partido de quadros, financiado pela social democracia europeia dos anos 70 e a CIA, o seu batismo de fogo foi a luta contra a unidade sindical e a Revolução...
Recentemente (à 5 anos), outro momento esclarecedor teve lugar. Na sucessão a Ferro Rodrigues concorreram Manuel Alegre, Sócrates e J. Soares. Se o país (diziam as sondagens...) preferia Alegre o PS preferiu Sócrates e por larga margem.
Outro, no curto prazo, momento decisivo foi a opção de Alegre não fazer um partido nem abençoar uma frente de esquerda... O Bloco jogou bem (menos o habitual sectarismo direccionado ao PC) nas aproximações que fez, o Alegre recuou mas os frutos ficaram e agora o Bloco tem campo livre para avançar sem hesitações.

Basicamente "quem criou a crise não nos pode tirar dela..." lol

Aqui vai um excerto da entrevista:

Imagine que o PS muda de líder?

O problema não é um problema de líderes. Não estamos a fazer ajuste de contas com Sócrates, estamos a discutir a coerência profunda deste governo. Foi a voz dos interesses económicos dominantes em Portugal ao longo do último século até hoje. É a ideia de que Portugal deve ser um país pobre, de salários baixos, de exploração intensa, de grande desigualdade, a maior na Europa, acumulação vertiginosa de fortunas pessoais nas mãos de uma máfia financeira de que alguns pequenos elementos foram revelados pelo caso BCP, BPN e BPP. Mas aquilo não é defeito, é feitio, é uma forma de criar o poder económico em Portugal. Nós queremos derrotá-lo. Uma esquerda maioritária tem que ser refeita vencendo as políticas do PS.

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