Há algum tempo comprei uma colectânea de música Punk lançada para comemorar os (mais ou menos) 30 anos deste género musical... Até já estava a pensar escrever este post há mais tempo, mas pensava, punk is not dead? Mas n estará mesmo?
Bem, este fds no Bairro vi alguns putos com ar de Punks, uma ainda adolescente tinha uma t-shirt em q estava exactamente a imagem que coloquei acima, portanto, sinto-me mais à vontade em dar este título ao Post, de facto, Punk is not dead! E muito do espírito de rebeldia intrínseco a este género é bem necessário nos dias que correm...
London Calling, greve dos mineiros em 1984, o irmão de Billy Elliot foge da bófia no bairro operário, ele tal como o pai de Billy é um mineiro e um dos principais organizadores do protesto... É a melhor cena deste filme e não só... A música, a acção e o cenário combinam-se de uma forma rara no cinema. É como uma versão condensada, a essência, do protesto e resistência nesses anos de contra-revolução conservadora.
É que o Punk nasce no final dos 70, quando as grandes esperanças dos 60 e inicios de 70 já haviam sido trituradas e o Neo-liberalismo, espreitando, ainda não tinha tomado conta da "casa"... É por isso mesmo bem diferente das músicas de protesto dos 60, para além disso, o Pop-Rock já se havia imposto como hino das gerações jovens (no início dos 60 estava apenas a começar a Beatlemaniae o resto da explosão Pop) e este novo género não deixa, de uma forma mais crua e sem subterfúgios, de pertencer a essa raíz de cultura jovem-ocidental-pop/rock.
Só que, lá está, no final dos 70 os horizontes de largas camadas da juventude já não são os mesmos do início dos 60. Os trinta gloriosos anos haviam acabado de terminar (embora na altura ainda n se tivessem apercebido bem disso), numa Inglaterra em crise, sem alternativas (a não ser o projecto Neo-Conservador que se acabou por impor), irrompe então este novo estilo, misto de grito de revolta, chamada de atenção e pura provocação...
Este é um ganda som, Action Time Vision, dos Alternative TV (é só clicar na imagem pa ouvir as músicas...)
If the Kids are United! Muito bom! dos Sham 69.
Muito Galvanizante, embora o look "laranja mecânica" não seja dos meus preferidos...
E não podia deixar de por uma das músicas e bandas que mais projectou o fenómeno! Sex Pistols, "God Save the Queen, the fascist regime..."
Ok, o próximo vai mesmo "embeded", o Punk na linha da frente, estamos em finais de 70, o auge do conflito pela auto-determinação e direitos civios da população da Irlanda do Norte... os Stiff Little Fingers dizem-nos:
what we need is an ALTERNATIVE ULSTER!
(a letra e uma montagem fixe podem ver aqui)
Em Portugal o fenómeno, as almost always, chegou com algum atraso, 10 anos para ser exacto... Cá ficam com CENSURADOS, "Tu ó Bófia", é incrível como têm tantas músicas fixes... deviam pensar em reunir-se novamente e fazer uns concertinhos e lançar um best off com uma música original não lançada (o costume...). Pá, pelo menos ganhavam uns trocos e a malta curtia!
Vejamos, o meu estilo n é bem este, é um bocado mais "luminoso" e "construtivo", n sei se tão a ver... De qq das formas o derrube da ordem estabelecida implica sempre um certo culto da transgressão...
Mesmo que a maioria das revoluções tenha sido realizado invocando a defesa de direitos naturais e imemoriais das maiorias(sim é verdade...), mesmo que tenham sempre invocado algum tipo de legitimidade formal, mesmo que tenham sempre retratado a "velha ordem" como uma farsa e uma estrutura podre a sanear para não contaminar com a sua podridão o corpo da nação... a verdade é que a inércia tem muita força, as pessoas no seu quotidiano estão "pré-progamadas" para obedecer a certas instituições e têm uma espécie de receio/respeito automático face a certas instituições/cerimónias do status quo.
Aqui entra o PunK, não devemos exagerar, afinal n somos meros PunKes (literalmente "Bandalho" ou "Marginal", lembram-se da famosa do Dirty Harry, Do you feel lucky, Punk?), é como acima disse, na verdade até somos os mais sérios e honestos no meio desta palhaçada toda! Somos portadores de uma nova ordem justa, fraterna, solidária, ética e mais eficiente... Mas sem algum espírito de transgressão e rebeldia, sem alguma provocação, a mudança n é possível. Às vezes é preciso mm partir a loiça toda, má nada!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
PunK is noT deAd! Fod@-s&!
Posted by Francisco at 15:53
Labels: Análise Geral, arte, memória
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2 comentários:
Viva,
Premiozinho para o Mundo em Guerra no Activismo de Sofá:
http://www.activismodesofa.net/2009/08/comprometidos-y-mas-2009.html
Cumprimentos,
JRV
Parabéns pó Activismo q foi distinguido (e com razão) e obrigado pela tua menção!
Abraço
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