
Na segunda fui a um colóquio organizado pela comissão de transportes da Assembleia da República, na terça fui à Sociedade de Geografia ver a apresentação de um interessante trabalho, feito por um Eng. com longos anos de experiência em caminhos de ferro "Contributo para um Plano Integrado de Transportes Nacional".
Destas sessões e do que estive a aprender durante este ano tiro as seguintes conclusões:
1 - Antes de se embarcar neste mega projecto, há que ter uma estratégia para o sector, é algo que faz mm muita falta, o TGV é uma solução had-oc, muito mal enxertada na actaul rede e tecido produtivo/social português, citando o meu trabalho sobre o tema:
High Speed, the “triumph of the will” decision making paradigm?
The Portuguese TGV project is not integrated in broader Strategy for the Portuguese Rail network, and that Strategy is not a part of a wider Transportation sector strategy, because these strategies simple do not exist yet.
So the first question to raise is if it is wise to go forward with such a huge investment, 7.1 billion euros24, without a proper broader plan for rail and transport sector? Not only it’s a huge investment, but it’s in a fixed infrastructure with little flexibility, so the decisions taken now are to a great extent irreversible and will condition the Portuguese Rail and Transportation sector for the next decades.
The second question is why weren’t much of the plans, namely the Director Plan for the National Rail Network, made before, or in parallel with the studies made for the TGV?? The public presentation of this project was made in December 2005, couldn’t Refer/Rave assemble a subcommittee to finish those broader Plans? Just the studies for the third Tagus crossing had a cost of 15 million euros25… Why weren’t some resources mobilized for such a basic thing? Portugal instead of having a comprehensive Strategy as a Mega-Project, somewhat disconnected from the rest of the sector26, that by itself is expected to connect us to Europe, be the back bone of our logistic system, improve sustainability, have a reproductive effect in our economy and deliver a more integrated system… Not having a program the government chooses to have a Project that is a program by itself… But will this work? Some key questions must be addressed…
24 Just for the Lisbon-Madrid and Lisbon-Porto not counting the Third Tagus Bridge
25 Number given by RAVE financial director, at the presentation he gave to the MIT Portugal Transportation group.
26 This is not a line to “Freixo de Espada à Cinta”, Its the biggest investment ever made concerning Rail and Transportation… So we have, we must be demanding!
2 - Objectivo fundamental a atingir é de ligar os nossos portos (de Viana a Sines) entre si e até Madrid e além pirinéus. Nas negociações com Espanhóis e UE este é um objectivo pelo qual temos de nos bater e fazer pressão sobre Espanhóis para q n inventem problemas e com os Franceses para que concluam a ligação à rede espanhola, não apenas de TGV pa passageiros, mas tb linhas que permitam o tráfego de mercadorias.
3 - Quanto a opções a tomar para já:
A linha do Norte precisa de levar uma volta, isso pode incluir fazer uma segunda linha, mas Alta Velocidade já os nossos Alfas possibilitam se tiverem linhas, eles já nadam a 220 km/h! Os Alemães estão a fazer uma linha de alta velociadade estrututral, que vai de Paris até Budapeste, passando por Estugarda Munique... Vejam as velocidades e o que se está a fazer na Alemanha. Aliás na Alemanha (e restantes países civilizados) estas coisas são pensadas, de tal forma que quem está afazer o troço Stutgard-Ulm é o Aeroporto de estugarda, os Caminhos de Ferro Alemães (que estão verticalmente integrados, operação e infraestrutura sob a mesma empresa), a região alemã em causa e o governo federal alemão. Ou seja não é um consórcio manhoso de amigalhaços que só quer chular o orçamento de estado... Como podem ver esse projecto inclui remodelação de várias linhas e a velocidade é de 200km/h, isso é bom pós Alemães, nós somos os máiores e merecemos melhor. tá certo...
Com isto quero dizer que se devem analisar os estrangulamentos da linha do norte e pq q é q o Alfa n dá os 220 q podia dar, se calhar é preciso construir uma nova linha, mas talvez uma linha que n precise de ser o Créme de la Créme das linhas! Aliás a linha do Oeste, uma vergonha nacional! podia ser parte dessa segunda linha do Norte, com remodelações e mais alguns by passes a coisa até dava!
4 - Linha de mercadorias Sines-Elvas, mas a vir de Sines pó poceirão (ao pé de setubal) e daí partir para Évora e depois badajoz, assim ficariam ligados os Portos de Lx, Setubal e Sines e daí até Madrid. A ligação Aveiro-Salamanca, tb deveria ser feita a permitir uma segunda ligação dos portos a Madrid.
5- A linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, devia ser uma linha modesta! Que permita comboios pesados de mercadoria e de passageiros, aliás podia até ter duas linhas paralelas, uma mista e outra só mais pa mercadorias e comboios regionais, ou melhor uma linha mista com espaço para mais tarde se poder construir outra (aquilo q tiver a bombar mais). Até pq no futuro há outras hipóteses, se calhar bem mais interessantes para chegar de Lx a Madrid... (Podem ver no Mapa acima q uma das hipóteses seria Lx-Santarém-Cast. Branco-Guarda-Salamanca-Madrid, seria mais interessante pq passa por mais cidades portuguesas e tem maior potencial de desenvolvimento regional, que foi o que os espanhois conseguiram nas linhas q fizeram...)
6 - A Palhaçada das PPPs tem de acabar! è um cancro que mina completamente o processo de decisão, que destroi o know How e competência do estado para desenvolver projectos, que sai bem mais caro aos portugueses.
Mapa com rede ferroviária existente e umas alternativas que andei a estudar para a ligação Sines-Elvas.
Atenção! parece que a decisão para avançar com o projecto foi suspensa! Isto são mt boas notícias, o governo passa a batata quente pó próximo. não significa q o projecto morreu, mas que muitas opções vão estar de novo em cima da mesa!
O Bloco não pode ser um partido tótó e de tótós! Isto é muita massa e poder que está em jogo, é a infraestrutura básica do país que irá condicionar o seu desenvolvimento que está em jogo. Não é altura de encolher os ombros e dizer tem de ser, ou vagas generalidades! É altura do BE, no mínimo:
1 - Não aprova o Actual Projecto de Alta Velociade, que não está enquadrado numa estratégia geral, está tecnicamente mal concebido e, sobretudo, obedece a um modelo de negócio mafioso;
2 - Lançar o processo de criação do tal Plano de Transportes, com uma ou duas ideias chaves e projectos...
3 - Dizer o que para já são prioridades óbvias (portos, mercadorias, linha do oeste...), que já podem estar incluídas como exemplos no germem de plano mencionado no ponto 2.
PS - Para quem se interessa em Transportes, Mobilidade e novas tecnologias em geral vejam esta feira de quinta a sábado na Expo (pavilhão da Fil)