quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Legislativas 2009... Programa do Bloco e a questão POPULAR



Tem-se discutido e caricaturado (pa usar um eufemismo) muito o programa do BE, não me debruçarei sobre todo ele, aliás já fiz a minha apreciação estratégica dele (embora haja muitas hesitações a resolver e arestas a limar) neste post. Neste momento escolho dar relevo a dois pontos importantes e bem conseguidos.

Quando há uns meses fui assistir à sessão de apresentação do programa, Louçã destacou 5 pontos prioritários. O primeiro é a proposta de Reabilitação dos Centros Urbanos, este vídeo faz um bom resumo:



Esta proposta antes de ser apresentada pelo BE foi defendida pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros e pelo Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil, aliás o Bastonário, tal como o BE refere que esta é uma proposta altamente eficaz no combate ao desemprego a curto prazo.
Esta é uma prioridade política com várias virtudes, dinamiza a economia (nomeadamente as tão faladas pequenas e médias empresas), responde ao problema do desemprego, ataca um problema social gravíssimo que é a questão da habitação, devolve vida e dinamismo aos centros urbanos o que por sua vez dá um contributo positivo para o aumento da qualidade de vida e para termos uma sociedade mais económica e "ecologicamente" sustentável.
Este é o exemplo de politicas de investimento público que fazem falta.



Outro bom ponto do programa é o da Defesa, ou melhor, a discussão feita para elaboração do programa foi de alta qualidade, aqui podem ver um artigo sobre o tema, que nesta revista se encontra de forma mais desenvolvida. Pena é que no programa em si, a mudança de paradigma proposta esteja colocada de forma muito tímida. Aqui vai um excerto do artigo que lançou a discussão sobre este capítulo do programa do BE.

Esse «avesso efectivo da guerra» vamos encontrá-lo na mudança de paradigma: o eixo da Defesa Nacional deixar de ser militar para passar a ser civil. A despesa de mais de 2 mil milhões de euros, na sua quase totalidade improdutiva e parasitária, irá passar a promover a criação de fortes dinâmicas na própria economia, no emprego e no serviço público, particularmente no ordenamento do território, florestação, urbanização, transportes, saúde, ensino, solidariedade social.


Os meios de previsão e de resposta às catástrofes, derrocadas, inundações, acidentes, fogos florestais (as reais ameaças que afligem os cidadãos) são sempre inadequados. As vidas humanas e os bens que se perdem rapidamente são pasto das estatísticas E há sempre a desculpa que Bush deu para a falta de resposta ao Katrina: «Fomos chamados à humildade pelo poder da mãe natureza», ou do azar, ou do imprevisto. Trata-se, no mundo de hoje, de um falácia criminosa que esconde a inversão de prioridades: o desvio para as despesas militares de meios necessários à segurança dos cidadãos e dos seus bens acima de tudo.

A crise actual, pondo a descoberto a corrupção endémica e tornando ainda mais difícil a resposta às necessidades vitais da comunidade, torna pertinentes as propostas que seguem:

1. Portugal deve ganhar o respeito internacional como interface de paz.

2. Assumir que a capacidade da sociedade portuguesa para assegurar espaço de liberdade, democracia e cidadania, de justiça social e serviço público, num quadro de relacionamento solidário e cooperante com todos os povos, é a única garantia de defesa nacional na sua essência

3. Portugal, deve sair da NATO, bater-se pela extinção da NATO e, como membro de pleno direito da União Europeia, deve recusar a constituição de uma força armada europeia e propor o fim das bases militares estrangeiras na Europa, começando pelo fim da cedência da Base das Lajes aos EUA.

4. Em conformidade, a Defesa Nacional terá como eixo prioritário o desenvolvimento das atribuições e capacidades da actual Protecção Civil que poderá designar-se Defesa Civil.

5.
Uma futura “Lei de Programação de Defesa Civil” deverá prever a atribuição dos necessários meios humanos, terrestres, aéreos e náuticos adequados às missões da defesa civil, e a criação de carreiras de defesa civil com hierarquia própria e Escola – académica e prática - que assegure autonomamente a preparação adequada dos seus comandos, quadros e agentes para as complexas missões que têm de enfrentar.

6. A participação de Portugal em missões de paz e humanitárias será sempre efectuada com base nos meios da Defesa Civil, ou a ela naturalmente associáveis, como PSP e GNR, pois são esses os únicos adequados a tal tipo de missões.

7. Da mesma forma, Portugal não participará em missões ditas de paz que violem a Carta da ONU ou que pressuponham a utilização de força militar a não ser em situações de intervenção pontual para proteger ou evacuar cidadãos portugueses em situações de risco.

 





As FA's portuguesas devem ser reestruturadas, redimensionadas e reequipadas de acordo com estes pressupostos gerais por forma a - a) assegurarem aos seus membros as condições de dignidade cívica e militar no respeito pelos direitos adquiridos, nomeadamente com o 25 de Abril, e tendo em conta a especificidade da sua condição, garantindo as capacidades de intervenção cidadã, de associação e expressão, inalienáveis num Estado de Direito Democrático; b) responderem adequadamente e com eficácia às missões que lhes sejam cometidas no novo quadro de prioridades definido.

Mário Tomé, coronel



Dito isto, não posso deixar de dar umas tacadas na condução da campanha, o Bloco está mt longe de ser a Esquerda Caviar que alguns pintam, mas ainda tem alguns tiques que o impedem de ganhar o apoio que necessita nas massas populares. 

Recentemente Louçã, de visita a um mercado, não foi à zona das peixeiras, esta atitude, na verdade é sintomática de um certo modo de estar na vida (neste longo post tb tinha alertado para sinais dessa "atitude").
A questão é que esse "modo de estar" tem consequências catastróficas. Se não estivermos com Rocky e ele connosco outros tomaram posse desse activo... 
O Paulo Portas é que não anda a dormir, muito do eleitorado que vai votar nele assim o fará por INCOMPETÊNCIA E PRECONCEITO da Direcção do BE, a ver vamos se ele não consegue ser a 3ª força política, se o conseguir haverá responsáveis e a causa não será (como alguns básicos armados em pseudo intelectuais da tanga irão dizer) o povo ser estúpido.


ISTO NÃO VAI SER PA MENINOS

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