The election results prove conclusively that a nationalist Sunni-Shiite cross-sectarian alliance, much of which has roots in the insurgency that followed the US invasion, is reaching for power. There's no stopping it. By prolonging the occupation, the United States is only standing in its way.
Este artigo é obrigatório… Parece-me demasiado optimista, os factos positivos são bem polidos e exibidos e os mais negativos não merecem grande destaque… De qualquer das formas são avanços encorajadores…
Empenhei-me bastante em 2003, no combate contra a guerra, quando quase todo o mundo se indignou contra a Invasão do Iraque… Depois fui sempre seguindo com muita atenção a evolução dos acontecimentos. Ao ler o artigo acima lembrei-me desses tempos e de como eu fui percepcionando este conflito...
Uma coisa sempre foi certa, que a libertação do Iraque seria obra dos próprios Iraquianos e que só unidos em torno de uma plataforma nacionalista (se bem que com vocabulário ou até termos religiosos…) seria possível aos vários grupos da resistência derrotar o invasor.
Em 2006 a luta armada estava no auge, mas dois factores combinaram-se: Primeiro à luta contra o opressor somou-se uma fratricida guerra civil entre milícias e grupos armados (muito mais do que entre xiitas e sunitas); Segundo, os fundamentalistas (Wahabitas…) impunham regras medievais nas zonas sob o seu controle… Uma das coisas que sempre enfraqueceu a resistência foi a falta de coêrencia nacional… Em 2004 a Resistência e o Movimento de Al Sadr foram aliados tácticos e uma aliança estratégica esteve para nascer… Infelizmente foi afogada sob o sangue de ataques bárbaros e sectários de origens algo nublosas…
Em 2007 dá-se a “surge” e mais do que isso, a resistência Iraquiana volta-se contra (as coisas n são tão preto e branco, obviamente) os combatentes “estrangeiros”, que além de regras draconianas, ainda alimentavam o conflito com os xiitas…
Em 2008 as coisas acalmaram, os combatentes estrangeiros foram expulsos pela resistência (com a cobertura dos EUA)… O movimento de Moqtad Al Sadr foi atacado (e pelos resultados das eleições, com sucesso)… No entanto o objectivo de partir o país em três está cada vez mais distante… E existe um grande consenso contra a privatização do Petróleo e sua entrega aos EUA.
Nas últimas eleições parece que a resistência apresentou-se… Por todo o lado ganhou terreno e mesmo no coração do Xiismo candidatos apelidados de “populistas” ganharam aos religiosos… Quer sejam sunitas ou xiitas a bandeira da Unidade Nacional e a Soberania Popular sobre o petróleo reforçaram-se. O irracional está em retirada do Iraque… E embora seja apenas um sinal, os resultados mostram que a gloriosa e épica gesta protagonizada pela Resistência Iraquiana, pelo povo Iraquiano ainda não terminou…
Parece que essa mesma resistência, agora no plano político e desembaraçada de “Talibans” faz valer o seu peso. Se no referendo deste ano o povo recusar a permanência de tropas ocupantes até 2011 e o petróleo permanecer um bem público, com os benefícios a serem partilhados por todo o país, então, em grande medida, a Resistência terá vencido esta guerra e derrotado o Império mais poderoso que o mundo alguma vez viu…
Seja como for, Glória à Brava Resistência Político-Militar e Social levada a cabo nos últimos seis anos pelo povo Iraquiano!
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Iraque? Luz ao fundo do túnel?
Posted by Francisco at 19:23
Labels: Iraque, Médio Oriente, memória
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1 comentário:
Este artigo do "The Nation" faz uma análise política bastante equivocada.
Nem a divisão sectária (por confissão religiosa ou etnia) deixou de existir, nem me parece que haja grande progresso de forças seculares/laicas.
O grande vencedor das eleições é o Parido Islâmico Dawa - sem surpresa trata-se de um partido Xiita confessional.
O resultado mais surpreendente é a vitória de uma coligação nacionalista árabe (que dizem ser controlada por pessoas próximas do Partido Dawa e do pro-EUA, Ayad Allawi) numa província dominada anteriormente pelos nacionalistas Kurdos, no Norte do Iraque.
http://en.wikipedia.org/wiki/Ninawa_Governorate
Tal como a maioria dos partidos Xiitas confessionais iraquianos ele foi teve laços com o Irão durante a sua história. Após a Revolução Islâmica do Irão, o Dawa formou um braço militar que teve uma actividade intensa contra o regime de Saddam até meados dos anos 90.
Depois perdeu força, os seus líderes foram todos para o exílio e dessa ausência surgiu a força rival do "Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque" (CSRII) o braço político da alta hierarquia clerical Xiita comandada pelo Ayatollah Al-Sistani.
O que esta eleição mostra é uma certa alternância entre o Islamismo Xiita. Talvez seja um Dawa mais pro-EUA contra um CSRII mais pro-Irão, ou talvez ambos pro-Irão. Seja como for ambos são sectários e favoráveis a partir o Iraque sectariamente.
O Movimento de Al-Sadr ainda é o menos das forças Xiitas por representar as classes baixas da população Xiita. Mas tal como o Dawa e o CSRII, os sadristas são sectários e vingativos em relação aos Sunitas que dominaram o Iraque na época de Saddam.
Nas regiões Sunitas, pouco mudou, o Partido Islâmico Iraquiano continua a ser a força dominante (de carácter confessional) que chefia diversas coligações Sunitas, mas tal como antes existe entre as forças Sunitas um forte sentimento laico e progressista. O nacionalismo árabe iraquiano e o desejo de manter o Iraque unido continuam a ser as grandes bandeiras da comunidade Sunita.
Os kurdos foram talvez os grandes derrotados desta eleição, mas a sua derrota foi maquinada não pela resistência nacionalista Sunita mas sim pelo poder pro-EUA do Dawa e de Allawi.
http://en.wikipedia.org/wiki/Iraqi_governorate_elections,_2009
http://en.wikipedia.org/wiki/Islamic_Dawa_Party
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