quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Insurreição na Grécia!


Desde o assassinato pela polícia de um jovem activista social, no dia 6 de Dezembro, que a Grécia tem estado em pé de guerra… Ataques a sedes de polícia, bancos, multinacionais, confrontos com a polícia, faculdades ocupadas, contra-ataques da polícia em conjunto com organizações de extrema-direita, greve geral… E por enquanto a insurreição por não deu sinais de acalmar, dois eventos recentes dignos de nota são a ocupação de um estúdio da televisão e da sede da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos, a primeira por estudantes e a segunda por activistas que não se revêem na burocracia sindical.
É mais um momento que ficará registado na História, até já podem ler um relato muito completo na Wikipédia!
É mais um sinal dos tempos que se avizinham, não à volta a dar o conflito social só irá subir de tom, e sabem que mais? Ainda bem! É sinal que o movimento popular não vai abdicar de 200 anos de conquistas por dá cá aquela palha!
Melhor seria se este fosse um sinal de que a População não aceita as receitas da classe dominante para resolver a crise, e que perante a falência do status quo pretende aproveitar a crise como momento para refundar a sociedade na base de valores como Liberdade, Solidariedade, Cooperação, Criatividade e Imaginação... Mas ainda é um bocado cedo para dizer tanto...
A humanidade neste momento dispõe de um capital de saber e de técnicas que são mais do que suficientes para transformar este planeta, de uma forma sustentável, num lugar muito aprazível para tod@s vivermos em paz e relativa prosperidade, à que quebrar a actual super estrutura e reformar as relações de produção de forma a que se libertem todas as forças produtivas ao dispor da humanidade, que neste momento estão restringidas por todo um conjunto de normas que operam em favor das classes dominantes.



Esta explosão social ultrapassa em muito os estudantes, jovens desempregados e operários, sectores mais marginais (o famoso Lumpen), populares não enquadrados e afectados pela crise... O PC Grego é que já se pôs um bocado à margem, mas o equivalente Grego do Bloco não. De qualquer forma ao mesmo tempo que se dá esta explosão insurreccional, algo desestruturada, foram convocadas várias manifestações pela esquerda mais “convencional”. Amanhã será dia de uma manifestação de massa estudantil, veremos…
Entretanto deixo mais um filme sobre os motins e um relato na primeira pessoa (membro das esquerdas-anti-capitalistas). Para seguirem os eventos aconselho vivamente este link, é muito bom!



Probably you have already understand that the murder of 15-years old Alexis gave only the occasion for the expression of a social resentment which has been accumulated years and years before in the youth as also to the greek society in total –which helps us to understand also why the majority of the society seems not to be shocked, at least that much…, by the extent of the violent uprising which followed.
Social resentment as a consequence of the prolonged implementation of neo-liberals counter-reforms that decomposed the social welfare state (public health, education etc), the working relations (with an increase of flexibly relations, not insurant work etc) plus…

After that we have to note (very very briefly….) two things. First of all that subject of this revolt –I suppose similarly to all the other revolts…- is in a great extent a non organized part of the society (students, young proletariat as also luben proletariat of metropolis etc). In matter of fact when they finally appeared in the streets they overpass the organized left especially as far as concern the planning of direct action against the police.
Second, the crucial role especially at the first place –the first hours of Saturday night- of the revolutionary movement (which inhere a big part of the anticapitalistic left as also the anarchists/autonomous) who took the initiative of going to the streets, start fires, constructing barricades etc.
We have also to note that in a great extent this movement (the non organized peoples that come to the streets as also the anticapitalistic left) borrow tactical methodology from anarchists (molotof, barricades, shoot stones, destroys of enterprises –mainly the big, multinational ones etc).
About the prospects? If we don't manage to relate this revolt with the organized working movement (pretty much difficult taking into concern the extent of its bureaucratization) or even with the student movement (which is easier but not any more sufficient or even a step back…) this dynamic will leave away… Similar with the france banlieues and sarkozy electoral victory afterwards, or not?

Um Beijo de despedida do povo Iraquiano! Cão!



Hesitei em escrever algo, mas não resisto… O consulado Bushista acaba com esta deliciosa imagem, isto não é justiça, muito mais seria necessário para fazer justiça às centenas de milhares de Iraquianos assassinados devido às ordens deste senhor… De qualquer das formas não é de cabeça erguida que Bush sai do Iraque… É simbólico, sem dúvida, mas daqui a alguns anos quando a história desta guerra começar a ser feita esta é daquelas imagens que será recordada, é assim que o povo Iraquiano se despede do invasor!

Liberdade para Muntazer Al-Zaidi!


O jogo já está disponível!
http://gostei.abril.com.br/frame/index/game-de-uma-sapatada-no-bush-bush-shoe-throw

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Em Paris


No último fim de semana estive em Paris com a Margarida! Da mesma forma que quando fui à Venezuela percebi que Portugal não é um país do terceiro mundo, percebi depois de visitar Paris os comentários que uma das personagens do Eça fez (acho que nos Maias) quando chegou a Santa Apolónia vindo de Paris... E à 100 anos imagino a diferença...

Dá também para ver que a Belle Epóque foi mesmo o auge de Paris, aliás no centro poucos edifícios há construídos depois dessa data (pelo menos de interesse histórico-turístico). É uma cidade magnífica, monumental, bela, mas também dá a sensação de ser um mega museu, de qq das formas tá tudo limpo e bem organizado. Os transportes são mt bons! Acho que as deslocações de transportes dentro de Paris são mais rápidas que em Lisboa (e Lisboa é bem mais pequena...)

Aqui é junto ao túmulo onde estão as cinzas de Napoleão, nos Invalídes...



No cemitério do XXª Arrondissement, na parede onde foram fuzilados os ultímos communards em 1871


O Arco do Triunfo, onde estão registadas todas as campanhas das Guerras Napoleónicas, os Generais, etc... Também há algumas alusões às primeiras batalhas da República.

Junto à Estátua de Danton... Há muitos sinais de Napoleão em Paris (até N´s gigantescos em várias pontes no Sena..), mas para os grandes homens da Revolução é preciso uma lupa pa descobrir referências... Esta estátua de Danton é numa praçazinha no centro e há um café Danton mesmo ao pé. Em homenagem a Robspierre só detectei o nome de uma estação de metro que fica mais para os subúrbios (n fui lá, talvez aí tenham algum monumento a esse grande homem). Marat, Saint-Just, nem vê-los...
Aliás arquitectonicamente dá ideia que eles depois de 1871 fizeram uma ganda limpeza, para além da figura de Napoleão (o Túmulo está numa ex-igreja imponente perto da Torre Eifel) o que se nota em Paris é mesmo a glorificação do Poder (e as referências a Napoleão são tb isso...), seja da Monarquia (Louvre, etc...) ou da Burguesia triunfante (Torre Eifell, toda a zona da exposição no fina do século XIX).
Na Praça da Bastilha há um memorial às Revoluções de 1789 e 1830... De 1849 e da Comuna n detectei nada, a não ser aquela placa miserável no cemitério...


Isto é que é muito, muito fixe! O sistema de bicicletas partilhadas em Paris funciona e é muito bom! É rápido, barato, faz bem à saude e é muita louco, e poupa-se tempo nas deslocações! Aqui em Lisboa a cidade tem uma topografia lixada, mas também dava para muitos percursos! É só pegar neste exemploe fazer alguns ajustes!
As bicicletas propriamente ditas são um espetáculo, muito robustas e sem nenhum problema (não ouvi um único estalinho enquanto andei com elas).

sábado, 6 de dezembro de 2008

Gande Som

Hoje enquanto tomava o pequeno almoço vi este video clip na TV, achei espetacular!



Tá bem sim sr...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Futuro em Aberto

Os resultados das eleições regionais-municipais na Venezuela foram uma forte demonstração do vigor da Revolução Bolivariana, acaminho do Socialismo do Século XXI. Para verem resultados detalhados podem consultar o site do Conselho Eleitoral Venezuelano.
Foram das eleições regionais mais participadas da história (cerca de 65% dos eleitores registados), o PSUV conseguiu 5,5 milhões de votos contra pouco mais de 4 milhões da Oposição. Dos 22 estados em disputa o PSUV ganhou em 17 e perdeu em 5 (Carabobo, Miranda, Nueva Esparta, Táchira e Zulia), dos 327 municípios o PSUV ganhou em 265 (mais dos que detinha anteriormente).


Se encararmos os resultados como um referendo ao processo (que inclusive se tem vindo a aprofundar, nomeadamente com a aprovação das leis habilitantes no final de Setembro) é uma vitória confortável, se compararmos com os resultados do referendo de 2007 a oposição obteve menos 200 000 votos que o Não e o PSUV supera os votos Sim (estou a falar tanto em termos absolutos como relativos).

Mas nem tudo são rosas, a oposição continua a controlar Zulia, o estado mais rico e fronteiriço à Colômbia, também conquistou/manteve Miranda (outro dos estados mais ricos) e Nueva Esparta. O resultado mais surpreendente para mim foi contudo a derrota de Aristobolo em Caracas… Caracas está dividida em 5 Municípios e tem uma Alcaldia Mayor que reúne todos os Municípios, antes das eleições as forças bolivarianos controlavam a ponta oeste (o Município Libertador o mais populoso), a ponta este (Sucre) e a Alcaldia Maior. Os três mais pequenos e ricos Municípios centrais eram da Oposição. O que se passou foi que Sucre tombou para a oposição e também a Alcaldia Mayor… Se em votos e mandatos a oposição foi amplamente derrotada, se depois da derrota no referendo é verdade que estas eleições novamente relegitimam o processo… Não deixa de ser preocupante que a oposição reforce o seu controlo sobre zonas estratégicas, ricas e simbolicamente importantes.

Bem… Sinceramente até temia pior… O mais determinante acaba por ser a relegitimação eleitoral do processo, quer pelos resultados obtidos, quer por mais uma vez, a forma impecável como decorreram as eleições. A Venezuela demonstra, mais uma vez, ser uma Democracia pujante… Assim sendo, creio que se alargou a margem de manobra para os próximos anos! O primeiro desafio é o reforço do estado social e da democracia popular, a implementação efectiva das leis habilitantes… Depois há a questão da reeleição de Chavéz…

Ao contrário do que muita gente pensa, no referendo o Não ganhou, não porque uma das propostas previa que Chavéz tivesse a possibilidade de ser reeleito, aliás, se fosse essa a única questão o Sim teria ganho por larga maioria… O Não ganhou porque a oposição soube agitar o fantasma do “Comunismo”, “Socialismo”, etc… Ao todo estavam mais de 60 artigos a votos, o que gerou imensa confusão e desconfiança. Para além disso algum excesso de triunfalismo e acomodação tinha afastado muita da militância do trabalho de rua, junto à população. Gerou-se uma falha entre a elaboração teoricamente avançada das propostas, a sua complexidade e grande número e a realidade percepcionada pela maioria da população… A oposição soube bem tirar partido disso.
Como lá me disseram neste último ano atravessaram por uma fase de Reflexão Rectificação e Re-impulso, parece agora estar a dar alguns frutos… Veremos se a próxima jogada não será um referendo para ver se Chaves pode ou não ser reeleito… Aceitam-se apostas!

Ainda não consegui perceber bem, mas parece-me que nos locais onde concorreram à margem do PSUV, o PPT e o PCV tiveram resultados miseráveis… Veremos como evoluem as relações entre as forças pró Bolivarianas…