Estamos na alvorada de uma nova era, por todo o lado sente-se o mundo a mover e transformar-se… Dizem que as artes são muitas vezes percursoras, das novas tendências, arautos do futuro… Numa tosca pincelada diria que as artes nos dão objectos que são símbolos do sentir da sociedade onde foram criados. As artes sublinham tensões que se pressentem antes mesmo de se sentirem…
É natural portanto que seja nos períodos de maior transformação, logo de conflito, que surjam os mais sublimes objectos e movimentos, que transcendam o senso comum e não apenas pela provocação gutural, antes porque nos fazem questionar acerca do dado como adquirido, porque transportam o nosso pensamento para caminhos ainda não explorados.
Dá uns tempos para cá tenho sentido essa positiva fúria criativa, sobretudo no cinema e música, mas não só. Tenho sentido que existe algo novo, novo e bom. Mais ainda, novo, bom e empenhado. Confesso que sem ser um expert, tenho apreciado muito uma espécie de novo pop-rock-alternativo que tem vindo a conquistar o main stream quer a nível internacional com exemplos tão dispares como LCD Sound System, White Stripes, Gossip… Ou por cá com o Projecto Bala, Wray Gun, Micro Wave… E no cinema, já não via tantos bons filmes e com suco à muito tempo…
Mas falava em empenhado, há momentos em que, predominantemente se produz a “arte pela arte” e outros em que a “arte está ao serviço de…”. Neste momento estamos a sair de uma fase de arte umbigista para arte militante. É impressionante pensar na evolução dos Green Day, cujo último álbum altamente aclamado se chama “Bullet in a Bible”, uma bala na bíblia, isto no país em que a direita religiosa fundamentalista quer abolir o estudo do evolucionismo das disciplinas de ciências… Ou que dizer de Bruce Springsteen e o seu “We Shall Overcome: The Seeger Sessions”. São dois exemplos entre muitas no mundo da música. No cinema, dos documentários block buster de Michael Moore e Cª (e vem aí um novo sobre o sistema de saúde na terra do Uncle Sam “Sicko”), ao pouco falado mas magnífico “Lord of War” com Nicolas Cage…
E reconheço que nem todas as novas experiências estético-artísticas, com qualidade, têem carácter progressistas (e apesar de tudo há sempre um oceano de obras que reflectindo o que se passa, não tomam posição de forma assumida, o interessante é que há muitas que o começam a fazer), lembro-me das últimas obras cinematográficas baseadas nas BD´s de FranK Miller, no Nietzschesiano-Niilista “Sin City”, ao proto-fascista “300”, embora por vezes tenha sentido um frio na espinha (não, aquilo é mesmo fascismo, uma espécie de “Os Deuses do Estádio”, de Leni Riefenstahl com propaganda Bushiana anti-islâmica) não deixei de apreciar.
Por cá tenho gostado de Valete e fui tomado de surpresa por este cartaz no Bairro
Ouvi umas coisas na Rádio acerca disto, simplesmente sublime!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
ARTE - NOVAS TENDENCIAS
Posted by Francisco at 23:47
Labels: Análise Geral, arte
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