Cerca de 250 presos palestinianos detidos em Israel foram libertados e recebidos em júbilo na Palestina. O governo, ilegítimo e não sufragado, da fatha na Cijordânia está à beira de receber apoios da “comunidade internacional”, como já não se via desde finais dos anos 90… até se fala na possibilidade de libertar Marwan Barghouti, o mais carismático dos líderes da Fatha…
São cedências ao campo palestiniano, por parte de Israel e dos EUA (com a UE a fazer uma triste figura seguidista), ou melhor a um dos campos, obviamente, na tentativa de encurralar os sectores mais comprometidos com a luta pela autodeterminação. No entanto, não deixa de ser uma cedência. Afim de conter o Hamas EUA&Cª são obrigados a vergar e finalmente ceder alguma coisa de concreto aos Palestinianos. Ainda é cedo para saber até onde irá este auxílio e qual a dinâmica que um proto-estado palestiniano tolerado pelo “Ocidente” irá gerar, no entanto algumas coisas são certas e este processo dá disso um exemplo paradigmático:
Ao contrário do que os Mandarins do regime proclamam, os EUA não são os únicos que podem obter cedências de Israel… bem, é um absurdo pensar que o estado que mais impulsiona a postura agressiva de Israel no médio-oriente seja aquele que num belo dia de verão decida que o melhor é agora reverter toda a sua política e force Israel a compromissos com os seus vizinhos. O que os EUA querem e largos sectores da sociedade Israelita (pois têem consciência que a sobrevivência de Israel enquanto estado confessional Judeu depende do desempenho desse papel) é que Israel seja um cão de fila do Império junto de todos os vizinhos Árabes, pronto a morder e ladrar a todos os que desafiem a ordem estabelecida imperial. Israel é um estado de colonos que vigia a região mais rica em recursos energéticos (fósseis) do planeta.
As cedências que agora vemos, a paz com os estados árabes (nomeadamente com o Egipto) no final dos anos 70, a criação da autoridade palestiniana nos 90 são tudo recuos de Israel obtidos não devido à “pressão” dos EUA mas devido às lutas travadas pelos povos da região contra o Império. As cedências actuais só acontecem porque há um ano Israel foi derrotado pela Resistência Libanesa, porque o Hamas ganhou as eleições e o boicote internacional ao governo democraticamente eleito e todas as tentativas até ao momento para remover o hamas do poder falharam! Só houve uma autoridade palestiniana porque houve a Intifada e 30 anos de luta pela libertação… O Egipto só recuperou o território perdido na guerra dos 6 dias e conseguiu obter a paz de Israel porque na guerra do Yom Kipur quase derrotou os soldados do império.
Como sempre os detentores do poder só cedem quando a isso são forçados, mesmo que quem os a isso force não seja exactamente quem recolhe os frutos da redestribuição do poder.
Quanto a Israel, a mim parece-me que, a não ser que exista uma devastadora guerra imperial que vergue completamente todo o médio-oriente (e por arrasto o mundo), a médio-longo prazo tenha de cessar de ser um estado confessional judeu, a alternativa será a sua eliminação. De qualquer das formas este é um processo que está muito longe de estar terminado… Mas, repito, a questão é quantos mais conflitos terão de existir, quanto mais tempo terá que passar para que se perceba que Israel, na sua actual configuração, é um estado-nação insustentável a não ser pela força do medo que infunde aos seus vizinhos. E como diria Napoleão, não se pode governar um país sentado na ponta de baionetas, ou um antigo ditado chinês “pode-se conquistar a China a cavalo, mas não governá-la…” Portanto, o medo e a força militar são cartas que duram um certo tempo, não eternamente. Infelizmente muita luta ainda vai ser travada até que esta verdade inexorável seja reconhecida… Ficam a perder os árabes e Palestianos que muito ainda terão de sofrer para conquistar a sua auto-determinação, ficam a perder os Judeus que a longo prazo correm o risco de ser escorraçados, mais uma vez, da terra santa… Os primeiros estados cruzados na terra santa duraram pouco mais de 100 anos, este quanto durará???
São cedências ao campo palestiniano, por parte de Israel e dos EUA (com a UE a fazer uma triste figura seguidista), ou melhor a um dos campos, obviamente, na tentativa de encurralar os sectores mais comprometidos com a luta pela autodeterminação. No entanto, não deixa de ser uma cedência. Afim de conter o Hamas EUA&Cª são obrigados a vergar e finalmente ceder alguma coisa de concreto aos Palestinianos. Ainda é cedo para saber até onde irá este auxílio e qual a dinâmica que um proto-estado palestiniano tolerado pelo “Ocidente” irá gerar, no entanto algumas coisas são certas e este processo dá disso um exemplo paradigmático:
Ao contrário do que os Mandarins do regime proclamam, os EUA não são os únicos que podem obter cedências de Israel… bem, é um absurdo pensar que o estado que mais impulsiona a postura agressiva de Israel no médio-oriente seja aquele que num belo dia de verão decida que o melhor é agora reverter toda a sua política e force Israel a compromissos com os seus vizinhos. O que os EUA querem e largos sectores da sociedade Israelita (pois têem consciência que a sobrevivência de Israel enquanto estado confessional Judeu depende do desempenho desse papel) é que Israel seja um cão de fila do Império junto de todos os vizinhos Árabes, pronto a morder e ladrar a todos os que desafiem a ordem estabelecida imperial. Israel é um estado de colonos que vigia a região mais rica em recursos energéticos (fósseis) do planeta.
As cedências que agora vemos, a paz com os estados árabes (nomeadamente com o Egipto) no final dos anos 70, a criação da autoridade palestiniana nos 90 são tudo recuos de Israel obtidos não devido à “pressão” dos EUA mas devido às lutas travadas pelos povos da região contra o Império. As cedências actuais só acontecem porque há um ano Israel foi derrotado pela Resistência Libanesa, porque o Hamas ganhou as eleições e o boicote internacional ao governo democraticamente eleito e todas as tentativas até ao momento para remover o hamas do poder falharam! Só houve uma autoridade palestiniana porque houve a Intifada e 30 anos de luta pela libertação… O Egipto só recuperou o território perdido na guerra dos 6 dias e conseguiu obter a paz de Israel porque na guerra do Yom Kipur quase derrotou os soldados do império.
Como sempre os detentores do poder só cedem quando a isso são forçados, mesmo que quem os a isso force não seja exactamente quem recolhe os frutos da redestribuição do poder.
Quanto a Israel, a mim parece-me que, a não ser que exista uma devastadora guerra imperial que vergue completamente todo o médio-oriente (e por arrasto o mundo), a médio-longo prazo tenha de cessar de ser um estado confessional judeu, a alternativa será a sua eliminação. De qualquer das formas este é um processo que está muito longe de estar terminado… Mas, repito, a questão é quantos mais conflitos terão de existir, quanto mais tempo terá que passar para que se perceba que Israel, na sua actual configuração, é um estado-nação insustentável a não ser pela força do medo que infunde aos seus vizinhos. E como diria Napoleão, não se pode governar um país sentado na ponta de baionetas, ou um antigo ditado chinês “pode-se conquistar a China a cavalo, mas não governá-la…” Portanto, o medo e a força militar são cartas que duram um certo tempo, não eternamente. Infelizmente muita luta ainda vai ser travada até que esta verdade inexorável seja reconhecida… Ficam a perder os árabes e Palestianos que muito ainda terão de sofrer para conquistar a sua auto-determinação, ficam a perder os Judeus que a longo prazo correm o risco de ser escorraçados, mais uma vez, da terra santa… Os primeiros estados cruzados na terra santa duraram pouco mais de 100 anos, este quanto durará???
1 comentário:
Israel é o pior "foco de infecção" no Mundo actual.
Eliminá-lo seria um acto terapêutico...
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