quarta-feira, 9 de abril de 2008

Novas fronteiras

O capitalismo tem o condão de conseguir transformar qualquer desgraça numa oportunidade de negócio. Uma dessas oportunidades que se começa a desenhar tem a ver com o aquecimento global que está a levar a uma acelerada diminuição das calotes polares, um processo mais rápido no Ártico. A questão é analisada num interessante artigo de Scott Borgerson no último número da Foreign Affairs.

Só no último quarto de século a região perdeu 40% da sua camada de gelo permanente. E porque é que isto é uma oportunidade de negócio? É que o Artico é riquíssimo em recursos naturais e geológicos, desde a pesca ao petróleo e ao gás natural. Mas todas estas riquezas estavam escondidas sob centenas de metros de gelo impenetrável.

Para além disso o recuo do gelo vai permitir a abertura da mítica passagem do Noroeste,permitindo a navegação entre o Atlântico e o Pacífico pelo norte do Canadá. Uma viagem entre Seattle e Roterdão seria encurtada em 25% (menos 2000 milhas) em comparação com a passagem pelo canal do Panamá. Outra possibilidade é a abertura da Rota Marítima do Norte que corresponde à navegação ao longo da costa norte da Rússia. Uma viagem entre Yokoama e Roterdão seria encurtada em mais de 40% (menos 4700 milhas) em relação ao percurso pelo canal do Suez.

Com a indefinição fronteiriça que existe na reunião, a corrida à riquezas da região pode transformar o Ártico numa das zonas mais quentes do planeta.

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