segunda-feira, 24 de março de 2008

We don't do body counts


“Não contamos cadáveres” foi a política anunciada pelo general Tommy Franks em 2002 no Afeganistão. Nessa altura a ocupação do Iraque estava ainda na sua fase preparatória mas a política de Franks iria ser aplicada com todo o rigor no novo cenário de guerra. Hoje ninguém sabe com exactidão quantos iraquianos já morreram mas há estimativas que apontam para um número superior a um milhão. Quando os cadáveres não são importantes a única coisa que se pode fazer é estimativas sobre o seu número. Sejam quais forem os seus resultados elas são reveladoras da catástrofe que George Bush fez abater sobre o povo do Iraque. Mas isto é certamente resultado de uma estrutura mental limitada pelos dogmas da extrema esquerda.
José Pacheco Pereira, também general mas de sofá, não perde tempo com estes detalhes no seu incansável combate pela liberdade dos iraquianos e alerta contra essa nefasta prática de contagem de cadáveres, desonestamente instigada por gente do Bloco de Esquerda, e que obscurece os sucessos da ocupação.

Outro coerente general, José Manuel Fernandes, deixou passar o aniversário da ocupação sem nos brindar com o seu pensamento estratégico. No editorial do Público de dia 18 de Março JMF exalta as virtudes da vida no campo, a 19 aproxima-se mais de Washington e fala dos sucessos do ensino da matemática nos EUA (não fica claro se aprendem a contar cadáveres), a 20 zurze o governo por não privatizar os hospitais e pôr Portugal a um passo de se transformar numa República Popular. Estará a fraquejar nas suas convicções? Ou preferiu deixar a Pacheco Pereira o trabalho sujo de defender o indefensável?



Digo Eu (Rack): Pensava que ele estava no Iraque

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