Obama não é o novo Lenine, Obama também não era, dos possíveis, o melhor candidato para liderar uma mudança progressista de políticas nos EUA, como já o tinha dito o meu candidato seria John Edwards.
De qualquer das formas à que não menosprezar o potencial da sua candidatura e sentido geral da sua campanha. Primeiro no que concerne às medidas concretas propostas há que fazer a comparação com o estado actual da política Norte-Americana e não qualquer mundo ideal imaginário. A pergunta não é se Obama rompe com todas as contradições da sociedade dos EUA pela esquerda, já sabemos que não. A questão é se consegue abrir campo para essas transformações? Creio que sim, pelo menos muito mais do que se fosse Mcain a ganhar as eleições…
Dito de outra forma, não é indiferente Barak Hussein Obama ser negro, filho de imigrante e ter votado contra a intervenção dos EUA no Iraque. Não é indiferente propor mudanças no sistema de saúde, não é indiferente mobilizar vastas camadas populares (sobretudo jovens) que estavam antes alheadas da política, não é indiferente ancorar a sua campanha na Esperança.
Aliás a Esperança é para mim a base de qualquer projecto progressista, a Esperança de que é possível mais e melhor e não estamos condenados ao status quo, bem diferente do medo, um dos principais aliados da reacção e das classes possidentes, o medo do diferente, do comunista, do terrorista… Claro que o medo é um sentimento poderosíssimo e a direita não detém o seu copyright, aliás em determinadas circunstâncias históricas, tal como na vida, é mais do que justificável… Foi o medo sentido pelos Franceses, nomeadamente os parisienses, justamente fundado na declaração do Duque de Brunswick que impeliu o povo para uma das mais épicas e determinantes jornadas da história da humanidade, que culminou no fim do feudalismo e na emergência da modernidade. Foi também o medo de Kornilov primeiro e do regresso da servidão depois que colocou a população russa firmemente do lado da Revolução de Outubro. Mas o projecto pelo qual quer Jacobinos (num sentido lato), quer Bolsheviques se bateram era de emancipação e esperança, esperança num outro mundo, esperança de que era possível organizar a vida de outra forma mais Justa, Livre e Igual. Que não tem nada a ver com o amedontrar a população com espantalhos para que esta não se mobilize e ponha em causa os interesses instituídos. Yes we can, não é de menosprezar e para manter a veia heterodoxa bem viva, não resisto a aconselhar este bom texto de, sim o belzebu de uma certa extrema-esquerda, Daniel Oliveira.
Dito isto e voltando ao início, não será Obama, qual Prometeu, que entregará a tocha da sabedoria e com ela irá iluminar o povo a caminho do socialismo. Será o movimento popular, o movimento contra a guerra, os cidadãos em luta por condições mínimas de vida, os movimentos de imigrantes e trabalhadores, que poderão impor a paz e outro tipo de políticas. O que é certo é que uma vitória de Obama daria alento a esses sectores e deixaria uma porta aberta para, então sim, reais mudanças. A questão é saber depois aproveitar essa brecha…
Se estivesse nos EUA saberia em quem iria votar.
De qualquer das formas à que não menosprezar o potencial da sua candidatura e sentido geral da sua campanha. Primeiro no que concerne às medidas concretas propostas há que fazer a comparação com o estado actual da política Norte-Americana e não qualquer mundo ideal imaginário. A pergunta não é se Obama rompe com todas as contradições da sociedade dos EUA pela esquerda, já sabemos que não. A questão é se consegue abrir campo para essas transformações? Creio que sim, pelo menos muito mais do que se fosse Mcain a ganhar as eleições…
Dito de outra forma, não é indiferente Barak Hussein Obama ser negro, filho de imigrante e ter votado contra a intervenção dos EUA no Iraque. Não é indiferente propor mudanças no sistema de saúde, não é indiferente mobilizar vastas camadas populares (sobretudo jovens) que estavam antes alheadas da política, não é indiferente ancorar a sua campanha na Esperança.
Aliás a Esperança é para mim a base de qualquer projecto progressista, a Esperança de que é possível mais e melhor e não estamos condenados ao status quo, bem diferente do medo, um dos principais aliados da reacção e das classes possidentes, o medo do diferente, do comunista, do terrorista… Claro que o medo é um sentimento poderosíssimo e a direita não detém o seu copyright, aliás em determinadas circunstâncias históricas, tal como na vida, é mais do que justificável… Foi o medo sentido pelos Franceses, nomeadamente os parisienses, justamente fundado na declaração do Duque de Brunswick que impeliu o povo para uma das mais épicas e determinantes jornadas da história da humanidade, que culminou no fim do feudalismo e na emergência da modernidade. Foi também o medo de Kornilov primeiro e do regresso da servidão depois que colocou a população russa firmemente do lado da Revolução de Outubro. Mas o projecto pelo qual quer Jacobinos (num sentido lato), quer Bolsheviques se bateram era de emancipação e esperança, esperança num outro mundo, esperança de que era possível organizar a vida de outra forma mais Justa, Livre e Igual. Que não tem nada a ver com o amedontrar a população com espantalhos para que esta não se mobilize e ponha em causa os interesses instituídos. Yes we can, não é de menosprezar e para manter a veia heterodoxa bem viva, não resisto a aconselhar este bom texto de, sim o belzebu de uma certa extrema-esquerda, Daniel Oliveira.
Dito isto e voltando ao início, não será Obama, qual Prometeu, que entregará a tocha da sabedoria e com ela irá iluminar o povo a caminho do socialismo. Será o movimento popular, o movimento contra a guerra, os cidadãos em luta por condições mínimas de vida, os movimentos de imigrantes e trabalhadores, que poderão impor a paz e outro tipo de políticas. O que é certo é que uma vitória de Obama daria alento a esses sectores e deixaria uma porta aberta para, então sim, reais mudanças. A questão é saber depois aproveitar essa brecha…
Se estivesse nos EUA saberia em quem iria votar.
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