sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Os Cães Ladram e a Caravana passa, a República Popular da China soma e segue...
Parece que atribuíram o Nobel da Paz a um dissidente Chinês, a malta fica contente e acha bem... mas a postura do nosso querido Durão Barroso (como líder é o paradigma do estado a que esta Europa chegou) é sintomática, Barroso aplaude Nobel mas não insiste na libertação de Liu Xiaobo.
Aliás de que mais se estaria à espera? Neste momento o primeiro ministro Chinês está de visita à Europa e parece o Pai Natal a distribuir benesses, apoio à economia Grega com investimento directo, promessa de comprar a dívida Grega e apoio a um Euro estável.
Claro que para a China a existência de uma alternativa ao Dolar como moeda de troca no sistema internacional é fundamental (até chegaram a propor a criação de uma nova moeda). Para além disso é a oportunidade óptima para adquirir activos a preço de saldo no continente Europeu, depois do fortíssimo investimento em África e da compra de títulos do tesouro dos EUA a China vira-se para o velho continente quando ele está mais frágil... A ver vamos no que isto vai dar.
Há para mim um dado muito revelador do crescente poderio do Dragão Vermelho, é que a China hoje em dia não apenas produz mais automóveis que os EUA, mas é também o maior mercado mundial. E enquanto EUA e Europa se vão arrastando na crise, no Oriente a expansão continua.
Portanto, os Cães podem ladrar mas a Marcha dos Voluntários segue e cada vez mais alto, sobre a firme batuta do Partido Comunista Chinês!
Até agora a relação China-Ocidente tem sido bem mais complementar que competitiva. Mas creio que a médio prazo essa complementaridade está condenada, é que se nada de extraordinário ocorrer a China em breve será a potencia dominante mundial e a crise actual só veio servir como catalisador para esse processo. Mas isso é se nada de extraordinário acontecer e acho muito difícil que os EUA cedam de bom grado o seu papel de líderes mundiais, até porque isso lhes confere uma série de privilégios inalcansáveis por qualquer outra nação... Está a liderança dos EUA pronta para efectuar uma transição suave? Estão largos sectores da sociedade Norte Americana prontos para abdicar do seu "way of life"??? I don´t think so... pelo menos sem antes estrebucharem bem.
Entretanto o papel da Europa no meio disto é um tanto ou quanto incerto, a única coisa que sei é que "se nada de extraordiário acontecer" será cada vez mais irrelevante no sistema mundial...
Posted by Francisco at 16:47
Labels: Análise Geral, China, EUA, Europa
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