sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Debate Venezuela-IPJ 11h 2-09-2007

Pessoal vou apresentar um workshop no evento do BE, Socialismo 2007, em baixo segue o link para o programa e o meu txt sintese de apresentação do workshop!

http://www.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=515&Itemid=51

Venezuela

O Chavismo e a Revolução Bolivariana


“Os governos e a governação tornam-se independentes dos compromissos eleitorais. O continuismo das políticas subordinadas à lógica liberal é a lei não escrita do exercício contemporâneo do poder. E é o problema que governos tão distintos como os de Jospin em França ou Lula no Brasil não conseguiram resolver.”
O BLOCO COMO ALTERNATIVA SOCIALISTA
MOÇÃO APROVADA PELA IV CONVENÇÃO DO BLOCO DE ESQUERDA

Será que estamos condenados à lógica acima descrita?

O exemplo que nos chega do outro lado do atlântico demonstra que não, em 8 anos de auto denominada revolução bolivariana foi possível colocar os recursos do país não apenas ao serviço de uma elite de privilegiados, mas de toda a população.
Fez-se um bem sucedido combate ao analfabetismo e iliteracia; disponibilizaram-se serviços médicos a quem antes nunca a eles pode aceder; avançou-se com uma reforma agrária; disponibilizaram-se alimentos e bens de primeira necessidade abaixo dos preços de mercado; o mais importante recurso natural do país, o petróleo, foi efectivamente nacionalizado; a democracia participativa e órgãos de poder popular foram promovidos; a nível internacional contestou a hegemonia dos EUA e os dictats do FMI e Banco Mundial, não apenas por palavras, mas dinamizando um novo bloco regional a ALBA, promovendo a criação do Banco do Sul. A “Revolução Bolivariana” tem sido fiel aos compromissos assumidos, tem até ido para além deles…

Todo este período foi marcado por uma intensa luta político-social. Hugo Chavez por três vezes ganhou as eleições presidenciais (1998, 2000 e 2006), foi convocado um referendo em 1999 para eleger uma Assembleia Constituinte, foram realizadas eleições para essa constituinte ainda em 1999 e em 2000 a nova constituição, ponto de partida para todo este processo, foi referendada. As classes dominantes locais e os seus patronos Norte-Americanos recorreram vários métodos para derrubar o governo e interromper a mudança, tentaram greves/lock-outs em 2001 e 2002, em 11 de Abril de 2002 promoveram um golpe de estado e em 2004 convocaram um referendo para depor o Presidente (aproveitando uma medida da nova constituição provada em 2000). Todas as tentativas fracassaram e acabaram por resultar em grandes vitórias para Chavez e para o movimento popular.

Após as últimas eleições presidências, em Dezembro de 2006, o ritmo não abrandou… algumas das várias medidas já tomadas foram: não renovação do canal televisivo RCTV; lançamento de um novo partido que unifique as forças bolivarianas o PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela); nacionalização de campos petrolíferos e empresas do ramo de telecomunicações, lei que dá amplos poderes à Presidência; convocação de debate em torno de uma nova reforma constitucional…

Para além de tudo isto, o fenómeno Chavista tem levantado vários debates e sido alvo de muitas críticas… Populismo, o papel dos militares na política, autoritarismo, apoio e alianças com regimes como o Chinês ou Iraniano, o facto de tudo isto ser possível porque a Venezuela é dos maiores produtores de petróleo, o regresso de um certo nacionalismo progressista…

Para debater este fenómeno, conhecê-lo melhor e assim tirar lições, questões, para a nossa praxis política, convidamos todos e todas quantos queiram, a participar no workshop sobre a Venezuela do Socialismo 2007.


“No estamos en tiempos de posiciones defensivas, estamos en tiempos de ataque, en tiempos de ofensiva”.
Hugo Chavez
Intervención en la entrega del Premio Internacional
de la UNESCO “José Martí”
La Habana, 3 de febrero de 2006

Sites com mais informação acerca do assunto
tirem-as-maos-da-venezuela.blogspot.com
www.venezuelanalysis.com
www.minci.gob.ve
www.aporrea.org
www.mundoemguerra.blogspot.com
www.zmag.org

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