tag:blogger.com,1999:blog-1651379874555559392.post5510259237608272482..comments2023-11-02T08:34:12.038+00:00Comments on O Mundo em Guerra: Aqui e Agora!Franciscohttp://www.blogger.com/profile/11220282648840987794noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-1651379874555559392.post-19762437875309707782008-06-01T18:14:00.000+01:002008-06-01T18:14:00.000+01:00"Aqui e Agora"... O QUÊ? Como e relâmpago em céu a..."Aqui e Agora"... O QUÊ?<BR/> <BR/><BR/>Como e relâmpago em céu azul foi anunciado um "comício/festa das [algumas] esquerdas". <BR/><BR/>Na próxima terça-feira, Manuel Alegre e outros socialistas partilharão o mesmo palco com dirigentes do Bloco de Esquerda e da Renovação Comunista, todos reunidos em torno dum manifesto de inteções onde se anunciam como pontos centrais o combate à corrupção, às crescentes desigualdades sociais, pela paz e pelo aprofundamento da democracia.<BR/><BR/>Que não restem dúvidas sobre o assunto: é de saudar um comício destes! <BR/><BR/>Esta aproximação de Alegre (e dos alegristas) ao Bloco de Esquerda (e vice-versa) é resultado do descontentamento larvar na sociedade portuguesa, consequência das maiores manifestações e lutas operárias dos últimos 20 anos. <BR/><BR/>Tudo isto teria de ter - como está a ter - consequências nas organizações tradicionais da classe trabalhadora: É o que está a suceder no PS que tem sido desde o 25 de Abril, o partido mais votado pela classe trabalhadora em Portugal, malgrado os seus sucessivos programas e direcções alinhados com a burguesia. <BR/><BR/>Com as suas tibiezas e contradições, o surgimento e reforço duma ala esquerda no PS é, simultanemanete consequência, mas também será causa duma guinada à esquerda no país: que surjam dirigentes históricos do PS a romper com a lógica neo-liberal, em defesa dos serviços públicos e de maior justiça social em Portugal, terá como efeito reforçar a luta contra o actual governo PS e tudo aquilo que este representa: o decrépito capitalismo português e a sacrossanta (e burguesa) União Europeia.<BR/><BR/>Finalmente, que várias sensibilidades e correntes de esquerda promovam acções conjuntas, apenas pode ser saudado como um passo importante para a recomposição do nosso campo.<BR/><BR/>Todavia, a "unidade" não pode ser conquistada a qualquer preço, nem com exclusões de palmatória! E, não deixando de saudar a iniciativa e de reconhecer o seu alcance, torna-se, também, necessário e em rigor de assinalar algumas insuficiências que desde já despontam.<BR/><BR/>Antes demais, porquê a exclusão do PCP? Foi convidado ou não foi convidado? Como e em que moldes foi feito (se foi feito) o convite? E se foi feito tal convite, porque recusou o PCP a estar presente?<BR/><BR/>Qualquer unidade das "esquerdas à esquerda de Sócrates" que não tenha o concurso do PCP é, desde o princípio, uma unidade coxa: não apenas pela importância eleitoral do PCP, mas sobretudo pela sua influência política e social, pela sua militância e intervenção pública. Se algum partido tem mobilizado na rua o protesto contra as políticas do governo e do patronato, esse crédito tem de ser dado (ainda que não exclusivamente) ao PCP e aos seus militantes. Não está o PCP, mas estará a "Renovação Comunista" que é uma organização que não representa mais do que a si própria...<BR/><BR/>Depois, há questão dos motivos da convocatória: até a hierarquia católica (ou a Manuela Ferreira Leite) poderia subscrever um vago manifesto contra a corrupção e as desigualdades sociais, pela democracia e pela paz! <BR/><BR/>Claro! O simbolismo do comício ultrapassa em muito as razões oficiais da sua realização mas, não negando o papel do simbólico na política, é preciso relembrar que a política se faz no concreto. E concretamente temos (pelo menos por agora), uma mão cheia de nada e outra vazia de tudo. <BR/><BR/>Como se propõem os protagonistas desta convocatória resolver os problemas sociais em Portugal? Como vão reabilitar os serviços públicos? Que medidas têm para tirar o país da crise? Depois do "comício-festa" farão o quê? Esta acção esgota-se aí, ou vamos assistir à formação dum novo partido a partir da união do Bloco com a RC e o "alegrismo", à semelhança do que sucedeu na Alemanha com o Das Link? Resta ainda saber se o Bloco não virá a "moderar" os seus programas e tácticas para conseguir uma (eventual) unidade com o "alegrismo"... Unidade.. mas a que preço..?<BR/><BR/>Sobre tudo isto há um grande mistério e estas expectativas e interrogações têm de ser respondidas. Convém que começem já a ser no anunciado comício. Ou tudo isto não passará dum epifenómeno, numa daquelas acções de "mediatismo político" que se esgota em si próprio...<BR/><BR/>Mas sobre tudo isso, terão de responder os protagonistas (presentes e ausentes) no "comício festa das esquerdas" - não apenas os Estados-maiores das esquerdas, mas sobretudo os seus militantes que um dia acordam e descobrem, pela imprensa, de que afinal a unidade das esquerdas até pode ser possível.<BR/><BR/>E seria bom que essa unidade, consequente e combativa, pudesse ir a votos já em 2009! Não uma unidade "qualquer" e só com alguns, mas de todos e em torno dum programa genuinamente socialista que seja alavanca da luta e transformação social de que este país precisa: em torno dum programa anti-capitalista que rompa com um sistema que está a rebentar por todas as costuras. <BR/><BR/>Pois de boas intenções, está o inferno já (bastante) cheio...Esquerda Comunistahttps://www.blogger.com/profile/12487747836232717204noreply@blogger.com