quarta-feira, 28 de outubro de 2009

José Carvalho, Assassinado há 20 anos por um Bando Nazi



Justa Homenagem, em boa altura vem esta iniciativa... Só 5 euritos e com direito a bebida, a não perder... Abaixo segue o "press release" a explicar a iniciativa.

Vinte anos depois do assassinato, a APSR organiza uma festa/concerto de homenagem a José Carvalho, com seis bandas rock e um vídeo evocativo do Zé da Messa. O encontro é na sexta-feira, 30 de Outubro, às 21h30 na Caixa Económica Operária, em Lisboa.

No dia 28 de Outubro de 1989, um grupo neonazi de cabeças-rapadas assassinava José Carvalho à porta da sede do PSR, onde decorria um concerto antimilitarista.

José Carvalho - o "Zé da Messa", como era conhecido por todos - fez parte da Comissão de Trabalhadores da Messa, a empresa de máquinas de escrever que em tempos foi o maior empregador no concelho de Sintra, com mais de mil e quinhentos trabalhadores. Em 1985 fechou portas, deixando centenas de pessoas com salários em atraso. Nos anos seguintes, o Zé da Messa foi um dos activistas que organizaram a luta pelos direitos destes trabalhadores.

Dirigente do PSR desde o fim dos anos 70, José Carvalho foi um dos impulsionadores do trabalho antimilitarista do partido, após ter participado nos SUV - Soldados Unidos Vencerão, um movimento de militares pela democracia nos quartéis constituído em 1975. Doze anos mais tarde, foi um dos responsáveis pela organização dos concertos do bar das Palmeiras, que envolveu dezenas de bandas rock contra o serviço militar obrigatório. Foi num destes concertos que viria a ser assassinado pela extrema-direita.

Vinte anos depois, a Associação Política Socialista Revolucionária organiza uma festa/concerto de homenagem a José Carvalho, com seis bandas rock e um vídeo evocativo do Zé da Messa.

A festa/concerto terá lugar no dia 30 de Outubro, na Caixa Económica Operária, em Lisboa, a partir das 21h30, com as bandas Albert Fish, Ex-Votos, Dalailume, Revolta, Gazua e Peste & Sida.

domingo, 25 de outubro de 2009

A arte da Política




Com este post quero apenas partilhar um, muito interessante, livro intitulado:


"Policy Paradox: The Art of Political Decision Making"
(o ficheiro tá em pdf)


Não está completo, mas contém o sumo: Symbols, Numbers, Causes, Interests, Decisions, são os capítulos que me disponibilizaram e agora partilho.


Muito bom para descodificar (e construir) o discurso político... para quem quiser perceber melhor o mundo que nos rodeia e o que envolvem os processos de tomada de decisão política (e não só)...


Mesmo pa quem já sabe muito disto ajuda a arrumar algumas ideias. Pa quem se sente uma beca à nora  é uma ajuda para encontrar o "Norte".

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Balanço com História

Aviso Prévio

Publiquei este texto como um post corrido, no entanto a formatação estava a dar cabo da cabeça, para além disso era longo demais para um post... Por isso está aqui o ficheiro em word (que contém as linkagens, tb n são muitas) e abaixo podem ler e sacar em pdf.


Entretanto deixei os Bonecos e os títulos e sempre fica um post mais agradável, quem se quiser rir e pensar um bocadinho sobre o assunto veja os ficheiros.





Para que é que isto serve?











Assim, este Balanço será focado nos problemas (não todos e a selecção é minha) e claramente construído de forma a melhor perspectivar o que teremos de fazer para ter um Bloco que seja catalizador e representante de um forte movimento popular capaz de impor as mudanças e as políticas que o País necessita pa responder à crise.













A Convenção Primeira





Análises e Caracterizações Germinais





L'ÉTAT C'EST MOI e a terra queimada













Heróis e Políticas




A Teia de Penélope






Em Conclusão








quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Uma análise "científica" e a Discussão Necessária

Antes de tirar grandes conclusões acho importante compreender bem o terreno do jogo... Aliás uma das coisas que mais me faz confusão são análises superficiais e pouco sérias dos problemas.  O Socialismo científico pode estar fora de moda, mas no mínimo devemos tentar fazer uma análise "científica" da realidade.


Aqui faço um parêntesis, coloco a palavra científico entre aspas, pois parece-me abusivo chamar científico a qualquer estudo da sociedade humana e sua evolução, isto porque é virtualmente impossível isolar problemas e sobre os problemas isolados fazer experiências controladas. Nesse sentido tb considero abusivo chamar-se ciências sociais à História, Antropologia, Sociologia e mesmo à economia... Mas como é o consenso, pelo menos do senso comum, utilizo o termo.
Em conclusão do parêntisis, ao fazer um balanço da nossa prestação eleitoral, ou em que campo da luta social for, devemos sempre proceder a uma análise sistemática, rigorosa com o máximo de informação possível, tentando perceber quais os factores mais determinantes para que o curso dos acontecimentos tenha sido o que foi e não outro.


Portanto, apresento vos aqui umas quantas tabelas e gráficos com alguma informação organizada referente às últimas eleições.
Basicamente o que fiz foi seleccionar 57 concelhos, todas as capitais de distrito e das regiões autónomas (menos Portalegre onde o BE n apresentou lista), concelhos das áreas metropolitanas/Distrito do Porto e Lisboa, Margem Sul e e mais um ou dois de Setúbal, vários em Santarém, vários no Algarve e em cada Distrito não mencionado (e que são os mais pequenos ou onde o BE goza menos implantação) mais um ou dois concelhos... A maior parte deles concelhos onde o Bloco teve grandes votações. Portanto esta não é uma lista de todos os conselhos onde o BE concorreu!!! Os critérios foram os que acima expus!
Ou seja, estão mais representados os Distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Santarém e Algarve, nos outros distritos está a capital de distrito e concelhos onde o BE obteve mt boas votações.
Para cada um dos concelhos comparei os resultados obtidos para a Câmara Municipal, eleitos para a Assembleia Municipal e eleitos para a Junta de Freguesia destas eleições (2009) com o das anteriores (2005) eleições autárquicas.


1 - Este Primeiro gráfico compara o resultado obtido pá Câmara nas Capitais de Distrito (ordenado pela que obteve maior votação para menor, nas eleições de 2009)







2 - Esta tabela acrescenta a informação dos mandatos obtidos.




3 - Aqui está a lista dos 57 concelhos agrupados por distrito.




4 - Aqui está a lista ordenada, do concelho onde se obteve maior votação para menor (na Câmara em 2009)




5 - Aqui está a lista ordenada, do concelho onde se subiu mais para o onde se desceu mais




6 - Aqui está o Gráfico e Tabela dos resultados no Distrito do Porto





7 - Aqui está o Gráfico e Tabela dos resultados no Distrito de Lisboa


(Aqui está o ficheiro excel se o quiserem! tem uns filtros, setinhas no cabeçalho da tabela que permitem seleccionar e ordenar a lista; se clicarem nas imagens vêm com maior detalhe, espero que curtam os rankings ehehehe)

Constatações
O Bloco nos Distritos do Porto e Lisboa desce em relação às últimas eleições (fora algumas excepções, como o próprio Concelho do Porto no Porto). Em Setúbal, Santarém, Coimbra e Algarve os resultados são mais positivos (embora haja subidas e descidas).
Nos locais onde o Bloco já se encontra implantado desce, mantém e há poucas subidas. O Bloco ganha mais nos locais onde nunca antes tinha concorrido, aliás se não fosse o facto de ter concorrido a muito mais conselhos e freguesias teria obtido resultados globais inferiores aos de 2005.
Não se tratou do concelho de Lisboa, ou do Distrito, os resultados obtidos demonstram um recuo nas zonas onde já temos implantação, a questão não é "temos muito a aprender e a caminhar", é mais, estamos a andar para trás e a desaprender!
Ou seja, não foi apenas um resultado abaixo das expectativas, foi um resultado inferior ao de 2005 nas áreas onde já tínhamos presença autárquica (estou a falar da tendência dominante, da regra).

Logo, um balanço como este feito no Esquerda, é claramente insuficiente face aos dados em presença.


Discussão Necessária


Para mim isto é revelador não apenas do trabalho autárquico, mas da própria estratégia seguida e de várias escolhas que a Direcção tem vindo a tomar desde o início do Bloco. Certas ou erradas (lá chegaremos a seu tempo) todas as escolhas têm custos e toda a táctica e estratégia têm de ser revistas de quando em quando face à alteração do ambiente em que nos movemos (até em virtude das nossas bem sucedidas acções).


Tal como disse aqui dias antes do resultado das legislativas...


muito do eleitorado que vai votar nele assim o fará por INCOMPETÊNCIA E PRECONCEITO da Direcção do BE, a ver vamos se ele não consegue ser a 3ª força política, se o conseguir haverá responsáveis e a causa não será (como alguns básicos armados em pseudo intelectuais da tanga irão dizer) o povo ser estúpido.


Pois é, muito bom militante(e até dirigente!!) culpa o povo e não as escolhas erradas do Movimento/Partido na altura de analisar os resultados. Essa atitude é equivalente a fugir para um beco sem saída!
A questão é: como temos agido obtivemos estes resultados (e os das Europeias e das legislativas que não foram nada maus), a agir da mesma maneira quais serão no futuro? Inclusive nas legislativas, presidenciais ou europeias? (sim pq nas autárquicas a seguir o mesmo rumo o resultado será obviamente ainda pior).

Mais, podemos inventar as desculpas que quisermos, que somos mt coerentes e blá blá blá... mas a questão permanece, face ao desafio que tínhamos pela frente agimos da melhor maneira? Tudo o que foi feito estava correcto? Com diferentes escolhas poderíamos ter atingido diferentes resultados?


Quanto a mim é necessária uma nova análise do país e do mundo, daí retirar uma nova estratégia geral que enquadrará novas políticas:
- para todos os sectores a organizar;
- para as necessárias convergências a realizar;
- para ir dando a mais adequada resposta aos interessantíssimos eventos que iremos assistir no plano Políticó-Social.


Digo-vos mais, para mim essa discussão deveria ter culminado na V Convenção do Bloco (logo a seguir às presidenciais de 2005), não aconteceu. Em 2006, ainda em boa hora, foi lançada a discussão acerca do "Rumo Estratégico", que depois ficou em "águas de bacalhau"...


OU AGORA TEMOS ESSA DISCUSSÃO E SE ESTABELECEM NOVOS PLANOS, OU A CONTINUAR O MESMO CAMINHO O DESTINO É O ABISMO


Escutem bem, posso me enganar, mas não afirmo nada, repito, nada, de forma gratuita...
E relembro, independentemente de saber se as escolhas passadas foram correctas ou erradas, importa perceber se daqui para a frente serão as mais adequadas!


Felizmente o debate já começou!!! Agora só pode, só tem, de prosseguir!


Estamos longe de novos confrontos eleitorais em que o partido esteja envolvido e num momento em que o Bloco sai politicamente reforçado deste circulo eleitoral, apesar dos resultados das autárquicas que levantam muitas questões sobre a estratégia seguida pelo Bloco (eles são um preocupante retrato do trabalho do partido no terreno). Mas o Bloco tem pela frente um novo momento, com um governo minoritário e uma crise social e económica. Não pode adiar mais um debate que seja. 



Este problema é o da redução da vida partidária à vida parlamentar, da comunicação política ao espaço mediático dominante, das bases e dos meios da militância (mais ou menos partidarizada) a um núcleo dirigente e seus assessores. Este núcleo dirigente e seus assessores, cuja generosidade e competência não está em causa (como não esteve, nunca, nas críticas feitas à direcção do PCP por alguns dos seus críticos internos), detém demasiado poder para um partido que pretende reinventar democraticamente as formas de fazer política. 


Que o Bloco tem muito que aprender já se sabe, já muitos o vieram dizer. Espero que este debate que se tem gerado, por apoiantes e opositores, em torno deste fracasso eleitoral do Bloco, venha de facto contribuir para relembrar em militantes e simpatizantes, mas sobretudo, naqueles que dirigem este partido, que nada disto são favas contadas, que importa pensar todos os dias se a estratégia seguida se adequa ou não, refazê-la quando for preciso, e ouvir sem preconceitos quem queira contribuir.

O Bloco nas Autarquias

O Bloco nas Autarquias

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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Parabéns Cascais! Resultados Distritais (n foi só no conselho...)

Um bocado nesta linha, antes de mais saudar o único conselho da Grande Lisboa (a norte do tejo) em que o BE reforçou a sua votação, CASCAIS.
No último dia de campanha, 8 de Outubro, fui até ao Fim do Mundo, bairro que fica à entrada de S. João do Estoril de quem vem da A5.
Recentemente no Bairro foi construído/melhorado uma igreja (Católica) e centro paroquial com creche e outras instalações, com dinheiros da República, é claro. O problema é que as pessoas do Bairro n arranjam lugar na creche, não há vagas pós putos... já tá tudo preenchido...
Este problema foi o mote pa um teatrinho que decorreu no próprio bairro...





Não foi uma acção de massas, mas para além de haver o potencial para isso, não deixou de envolver os locais e de passar a mensagem do BE a mt gente e da q mais precisa... Foi mais do q os activistas do costume a fazer performances pá televisão, ou coisas no género... Aqui houve envolvimento real com a população e focou-se um problema mt específico apartir do qual mt mais pode ser dito...
Nestes 10 anos de existência pq é q o Bloco nunca fez um comício a sério na Cova da Moura? ou noutros bairros estigmatizados, Porquê? Nada me parece mais frutífero e necessário... 

Também de Cascais não resisto a colocar as fotos da "arruada" pelo Paredão... Também é preciso e foi simbolicamente importante.



Em seguida coloco gráfico e tabela com comparação dos resultados desta eleição e da de 2005, na tabela está incluído o resultado para a Câmara e o número de eleitos (por conselho) para a Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia.








Só Cascais sobe, na Azambuja n houve lista em 2005... É verdade que a a gestão feita pelo BE do caso "Sá Fernades-Acordo (ou GOLPADA) de Lisboa" não foi a melhor... e aí devo dizer que não há, repito, não há inocentes e que a forma como o Bloco decidiu gerir o processo não foi a melhor (era pa cortar logo, ou apostar... mas enfim...). No entanto essa é apenas uma pequena parte da explicação, é que isso não explica como em todo o distrito, com ou sem pressão do voto útil, em diferentes contextos locais, os resultados do BE foram sistematicamente inferiores aos das AUTÁRQUICAS de 2005. Excepção CASCAIS. E sabem que mais, não foi só no Distrito de Lisboa. Em regra, os resultados do BE nos locais onde já estava implantado (Grandes cidades e Arredores)  foi manter ou descer... No Porto bem vistas as coisas, o resultado até foi dos mais positivos... O Bloco só consegue uma subida marginal pq apresenta novas candidaturas em 50 conselhos (ou à volta disso)... É positivo este aumento em extensão, mas em intensidade está a diminuir...

Basicamente, "Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto" , e honra seja feita a quem lançou a primeira pedra, mas tem que se ir bem mais fundo, aqui e aqui já estão algumas pistas... Nesta passagem Daniel ainda coloca um bom ponto...
Mas estas não são, longe disso, as primeiras eleições em que o Bloco se confronta com a pressão do voto útil. E tem conseguido resistir. A razão porque o apelo ao voto útil desta vez funcionou no núcleo duro do eleitorado do Bloco e não apenas nas suas franjas é não ter sido dada nenhuma razão para que o voto ali se mantivesse.

Que perceba que esse apelo só foi muito mais eficaz desta vez porque o eleitorado não conseguiu perceber a estratégia do Bloco. Fui falando com muitas pessoas, daquelas que votam sempre no Bloco, e foi isso que fui ouvindo: perante a pressão do voto útil precisavam de compreender o que queria o Bloco fazer com o seu voto em Lisboa. E não percebiam. E entre essa incompreensão e a “utilidade” do voto em Costa escolheram a segunda. Não é nada difícil de compreender.

Voltando a Cascais (e à acção de 2001 de que falei neste post), sobretudo é preciso aprender com o que de bom vamos fazendo e isso é que tem de ser o eixo da nossa política... mAS as Cenas fixes nunCa gostaM... Pá n pode ser.
Há uma revisão/definição Estratégica a fazer e é AGORA.

sábado, 10 de outubro de 2009

Profecias para Portugal...

Bem, isto há com cada cromo...



Pelo sim pelo não já fiz apostas!
(só n sei é se troquei o primeiro com o segundo... será 41,39 ou 39,41?)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Porto, Autárquicas 2009



Começo por confessar um "pecado", de lesa majestade!!! Não conheço o Porto... tive lá umas quantas vezes, mas sempre de passagem ou pa reuniões, fui uma vez ao Palácio de Cristal e pouco mais conheço da cidade para além da estação de Campanhã...

Bom, de qq das formas, vendo à distância, parece-me q a campanha no Porto tá BRUTAL, sempre que oiço o JT Lopes a falar parece-me mt bem e hoje no Debate tb foi à matador, nem consigo ver como é que ele poderia ter feito melhor (o q é um elogio pouco usual, pelo menos vindo da minha parte...). Os temas abordados e a Estratégia seguida (Focar na Pobreza, Desemprego, Exclusão e retirar a maioria ao RRio, com uma beca de cultura pelo meio) parece-me mt adequada!
Aliás o cartaz acima tem uma mensagem forte, clara e mt acertada para o contexto político da Cidade Inbicta.
(Para o Porto... já pó país não serviu, uma vez q era impossível Sócrates repetir a maioria absoluta, era uma questão que não se punha!!!! a n ser na cabeça dos dirigentes do BE...).

"E o que lhe acontece é que alguém a está a vender. Da pedra à dignidade, Rui quer ir embora com o maior botim possível, o pirata, o maroto... Rui não gosta de nós, Rui gosta dele. Rui gosta de negócios. Rui finge, mas finge mal.
Rui faz um negócio com o grupo Pestana para oferecer o Palácio do Freixo.

Dizem ao Rui que vive lá gente à beira, são ciganos, parece. Tirem-nos de lá. Mas eles vivem há mais de 20 anos. Nem sabia disso, o Rui, nem quer saber. O negócio está feito. Vá lá, não fosse a dignidade daquela "ciganagem" e tinham ficado no meio da rua. Ainda bem que vale a pena lutar. E foi dura a luta. Porque se pediu diálogo, Rui tapou os ouvidos. Porque se pediram casas, Rui trouxe a polícia. Rui e a sua amiga Matilde ficaram zangados, chamaram-nos "agitadores" e nem se deram conta que nos elogiaram. Porque eles não sabem que agitador é uma pessoa que tem a coragem e o altruísmo de agitar a consciência das pessoas para que renasça nelas a dignidade. Mas eles zangaram-se porque nós, as pessoas que lá estavam éramos os do Rivoli, éramos os do Bolhão, somos os dos jardins e somos mais, temos de ser mais."

 Ganda texto no Esquerda do Ricardo aka Riça
 
Agora, tal como (e mt bem) vi no Facebook do BE pelo Porto, nada está garantido ála mandar sms´s e e-mails e o diabo a 4 por esses 4 ventos...
 
Continuando com o texto do Riça,
 
"Assim anda o Porto a esquecer, no meio do turismo cor-de-rosa, essas tantas lutas, essa tanta dignidade de um povo que sente o que é seu, essa História imortal que não é contada nem lembrada a quem visita a cidade. Assim anda o Porto às turras consigo mesmo tentando perceber o que lhe está a acontecer. "
 
É que este parágrafo vem mm a calhar pa uma pequena homenagem à malta do BE Porto e toda a gente q quer um Porto Justo, Solidário, Inclusivo, Fraterno, Moderno e Combativo... e já agora pós q não sendo do Porto compreendem que apenas com um Porto assim é possível um Portugal tb +- assim (sim pq Portugal nunca à de ser como o Porto, ou como Lisboa e ainda bem).
 


Imagem durante o Cerco do Porto, nas Guerras Liberais (mais de um ano, decisivo na vitória dos Liberais).
 

Gravuras do 31 de Janeiro de 1891, tentativa de Instauração da República, o Porto adianta-se em quase 20 anos ao país (ou a Lisboa, vá...).
 

Fotos da Revolta de 3 de fevereiro de 1927, a mais séria tentativa para reverter o Golpe Militar de 28 de Maio (que desembocaria no Estado Novo...).
 
E acabo, lá está, com Riça,
 
"Que nos lembremos do que aqui ficou escrito e do muito que ficou por escrever, dessa história que fazemos. Rio não, carago! Rio não pode ser. Se Rio fica mais quatro anos corremos sérios riscos de deixar uma enorme ferida crescer na nossa cidade. Rio demonstrou desprezo pelas pessoas dos bairros, Rio mostrou desprezo pelo nosso Património, Rio mostrou desprezo pelo associativismo. Rio não é o Porto, o Porto somos nós!"
 
PS - Em Lisboa n é q a malta tb n se esteja a mexer, mas falta a estratégia estruturada que se tá seguir no Porto (q não sei se foi assumida explicita ou implicitamente, mas vejo aplicada na prática no Porto, talvez venha tb na sequência de outros combates...no fundo como quase sempre há de ser uma mistura disto tudo) e um... um... um pouco mais de "rasgo"... Essas duas coisas faltam aqui...
E se o Porto é necessário pa um país mais Justo e Blá. blá, blá... O q dá vontade de dizer pá malta é que sem Lisboa é q n vamos mesmo a lado nenhum!!! Não é que Lisboa seja o país e o resto paisagem (até já foi mais...), mas... é a grande metrópole cosmopolita (e já o era antes do Afonso Henriques a ter conquistado aos Mouros... à poix é bébé) e a Capital de um estado que sempre foi mt centralista (o q n é necessáriamente mau, mm pó país, olhem pá França, bem lá ainda é mais claro, é que em França nem há um "Porto"...).
Conclusão deste longo PS, malta de Lx, olhem pó Porto e pá Província e mexam-se, sobretudo melhor!!!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Lisboa, Autárquicas 2009


LISBOA, a campanha não está perfeita, mas tem tido bastante dinâmica... Muitas acções, bom comício no Teatro Villaret e propostas certeiras (embora ontem no debate o Fazenda pudesse ter falado mais um bocado no "prós e contras", nomeadamente sobre a prioridade máxima pa Lisboa... o Plano Especial de Reabilitação).



A foto acima (e este video) são de uma acção realizada exactamente para chamar atenção pá prioridade absoluta para LISBOA (como aqui já referi!!!), um plano de reabilitação geral da zona urbana, nomeadamente a histórica (mas n só), tendo como objectivo primeiro a re-ocupação da cidade (lisboa tem perdido centenas de milhar de habitantes nos últimos 30 anos)  por jovens e tod@s mais que queiram vir para o centro e não podem devido aos preços exorbitantes e falta de condições. Esse repovoamento por si só irá arrastar uma data de outras "externalidades" positivas (como possibilitar um sistema de transportes mais sustentável, ou o uso mais eficiente de uma data de equipamentos sociais que existem na cidade e estão desaproveitados por falta de gente...).


Mas, como diz o BE, este plano especial de reabilitação não pode ser responsabilidade apenas da câmara (tem de ser um esforço Nacional, q tb abranja os centros de outras cidades) e não é só pa habitação... pequeno comércio, empresas culturais, empresas de software e programação (novas tecnologias ligadas a código e n tanto hardware, dá me ideia q estas últimas precisam de condições que um "estúdio" por melhor q seja não consegue dar... digo eu...), centros culturais e de convívio, hostels e residências baratas, Repúblicas pa Estudantes, Residências, etc...

Aliás em termos de políticas pá cidade esta campanha tá mt mais focada que as do "Zé", algumas coisas fazem-me lembrar a campanha de Miguel Portas em 2001... A melhor campanha que (pelo menos da parte dos jovens de Lx) fizémos... Dessa vez, além de pintar a fachada (e com mt gente q ia passando, é q a casa que escolhemos Ocupar pá acção ficava em frente á faculdade de Belas Artes), ocupámos de facto uma casa numa acção que durou três dias... Limpámos a casa toda, organizámos a pintura da fachada, alguns retoques e nessa casa fizémos um debate sobre políticas pá cidade (a abarrotar) e uma festa, uma mega-festa!!! O nosso plano era mais ambicioso, mas por uma série de razões, ficou por aí. O que já não foi mau... Muita gente veio ter comigo (e outros q organizaram a acção) com conversas do tipo "É por isto que sou do Bloco", ou mais do tipo "tou a ver que os jovens decidiram salvar a campanha do Miguel"...

É verdade que ele (Miguel Portas) não foi eleito (estas foram prái as terceiras eleições da história do BE), aliás estas foram as eleições que provocaram um terramoto político, onde o PS levou uma abada monumental, de tal forma que Guterres de demitiu e partimos para eleições legislativas antecipadas (foi o fim simbólico da década da abundância em Portugal...).
Na altura o Coro de comentadores do regime apressou-se a concluir que o Bloco iria em breve desaparecer, a vontade popular foi diferente, o Bloco foi a única força de esquerda que cresceu nessas eleições acrescentando um terceiro deputado (pelo Porto), aos dois que tinha obtido por Lx nas primeiras eleições legislativas a que concorreu (em 2001 manteve esses dois).



Esta foto foi tirada de um terraço/varanda existente no primeiro andar da casa (já agora, fica na Rua Ivens e neste momento estão lá em obras, mantiveram a fachada e o resto estão a fazer de novo, portanto este Terraço já n existe...), infelizmente não tenho fotos desta acção, mas no video dos 10 anos do Bloco  (aos 50 segundos do video linkado) aparecem algumas imagens desta acção (da parte em q távamos a dar uma limpeza e a pintar), é usada para ilustrar algum "Freakismo" existente no BE à data...
Bem, "Freakes" são as propostas do BE do último Programa Eleitoral tipo "acabar com os Rodeos", esta acção foi uma demonstração prática de como é possível fazer diferente, mobilizou imensa gente (q pa simplesmente distribuir panfletos n tinha paciência, pode-se culpá-los?...) e galvanizou muito mais. Em torno daquilo que é a prioridade mais necessária, urgente e SÉRIA para Lisboa...
Ou seja, um dos caminhos a seguir é certamente recuperar este tipo de intervenções, mas de forma ainda mais consequente.

"Quando analisamos uma coisa, devemos atender à sua essência, considerando as aparências apenas como o guia que nos leva até à porta. Uma vez transposta essa porta, há que aprender a essência das coisas. Eis o único método de análise seguro e científico"
MAO, Uma Faísca pode incendiar a pradaria, 5 de janeiro de 1930



Voltando às Autárquicas de 2009 e alargando a análise para além de Lisboa Cidade, uma coisa a destacar é a juventude dos candidatos e activistas do BE no terreno, outra é a abrangência nacional da campanha, não é que o BE tenha candidatos em todas as Freguesias (nem acredito que algum partido tenha candidato a todas as freguesias... aliás, sei que não, pq em várias existe apenas uma lista), mas já dispõe de candidaturas com impacto não apenas em Lisboa e Porto.
Muito significativa é a força crescente que tem em Cidades de média e pequena dimensão (em Portugal Grandes só Lx e Porto, e já é a esticar...) e se é certo que continua a ser um projecto com força sobretudo nas Cidades (o que faz todo o sentido Histórico, bem isto dava uma ganda conversa...) tb já penetra em zonas rurais.

Portanto Juventude (esta é apenas uma de muitas reportagens sobre "candidatos e listas Jovens" o engraçado é que até agora nos vários orgãos de comunicação social que apanhei, todas estas reportagens focam listas do BE... é que não foi nem uma, nem duas que já vi...) e Abrangência Nacional: desde os arrabaldes da Capital Oeiras, Cascais ou Sintra (todos com Juventude à Cabeça) até à Provincía, Nazaré (mt, mt dinâmica, sim Sr), Vila Nova de Famalicão e Penedondo... São alguns exemplos desta Juventude e implantação Nacional (entre muitos!).

Balanço e Perspectivas e O que Fazer, são questões para depois de dia 11 (com algumas dicas pelo meio, olhem esta é do mais elementar bom senso), para já e para tod@s que estão envolvidos nesta campanha, em Lisboa ou na Província, nas Cidades ou nos Campos, Homens e Mulheres, Jovens e Dinossauros, para tod@s

AQUELE ABRAÇO!!!



PS - Já agora, Parabéns ao Rio! Parabéns Brasil! Parabéns pelos Jogos Olímpicos e tudo! O Mundo bem vai precisar de um Brasil confiante nas suas forças e inspirado na sua diversidade...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Viva a República e os Heróis da Rotunda!


Sobre a importância do 5 de outubro, da República e o revisionismo histórico em voga vejam isto.

Sobre o papel da Carbonária e povo organizado em armas vejam isto (artigo do "militante", revista mais teórica do PCP) .

Sobre um dos Heróis da Rotunda vejam isto.


Tal como é bem patente no último link, a República foi um regime mt contraditório, foi uma tentativa progressista de arrancar Portugal à decadência e atraso, coisa que a monarquia pós 1850 (Monarquia-"Liberal") não conseguiu, antes pelo contrário... Apesar do Fontismo e muito bem retratado pela geração de 70, a dos "vencidos da vida", o regime que se impõe após as lutas liberais não consegue impulsionar Portugal para junto do pelotão da frente Europeu... Aliás, a situação vai se detriorando cada vez mais...
Basta ver como meia dúzia de bravos barricados no Marquês mais um navio que mandou uns balázios para o palácio das necessidades conseguiram mandar abaixo o regime (simplificando)... A Monarquia estava podre até ao tutano e não dava soluções!

Mas o programa Repúblicano estava longe de ser entendido da mesma forma por diferentes sectores mm dentro do Partido Repúblicano... A tragédia foi a República não se ter aliado ao operariado e campesinato organizados (a CGT anarquista e apartir dos anos 20 as organizações comunistas), ou pelo menos a facção mais progressista em conjunto com esses sectores não se ter conseguido impor... Em 1925 (pouco antes do golpe militar de 28 de Maio) ainda houve uma espécie de "governo de Esquerda", chefiado por José Domingo dos Santos:

Esboça-se, em 25 de Janeiro (de 1925), a criação de uma frente comum de apoio ao governo, com socialistas, comunistas, CGT e Federação Nacional das Cooperativas.

mas o seu apoio parlamentar era titubiante e com a crescente pressão dos grandes interesses o Partido Democrático dividiu-se e esse governo caíu...




Daí até ao 28 de Maio foi só esperar, o Operariado e Campesinato organizados haviam sido brutalmente reprimidos (e em várias ocasiões!!!) pela República, a sua última esperança, o governo acima mencionado foi derrubado pelo próprio Partido Democrático...
A pequena burguesia urbana já não podia com tanta instabilidade, golpes e contra-golpes, carrinhas da morte e para quê? Estava cansada e queria paz...
O povo rural havia sido completamente hostilizado, primeiro foi quase arrastado em cadeias para as trincheiras da primeira guerra, para além disso as suas crenças foram ultrajada, mas pouco receberam em troca...
Grande parte das élites burguesas Repúblicanas (as mesmas que derrubaram o Governo de José dos Santos) já não cofiavam no próprio regime e no Partido Democrático (que conseguiam tropedear mas não controlar tão bem qt queriam)...
As Forças da Reacção Pura e Dura tinham campo aberto! Todos os sectores sociais que podiam surgir em defesa da República tinham sido neutralizados, desmobilizados ou pura e simplesmente haviam desertado da própria República.

Sem esquematismos e com consciência de que em cada época e local à diferentes actores e dinâmicas, creio que a Teoria do Trotsky da Revolução Permanente (para quem só ouviu falar disto por alto, antes de começar a pensar disparates pelo menos leia isto, OK?) até se aplicava mt bem à realidade portuguesa.


Básicamente, apesar de ser um país da Europa Ocidental (o que já nos põe dentro dos 30 primeiros países a quase todos os níveis, existem à volta de 170 países...), Portugal no início do século XX era um país periférico e com um desenvolvimento anémico (nomeadamente na Indústria, comparativamente com os países mais avançados). Mas apesar disso já dispunha de fortes organizações de trabalhadores (nomeadamete a CGT), de um forte movimento associativo e mutualista, a arraia miúda urbana não operária dispunha da Carbonária... Resultado de algumas "ilhas" de modernidade que o país dispunha... Nesse contexto, para alargar as "ilhas" de modernidade, o programa Repúblicano genérico anti-clerical, patriota e pró-ética era insuficiente... Como se viu, a República herdou contradições e gerou outras, a que o seu programa  não dava resposta, isto ao mesmo tempo que alienava a base social de apoio que necessitava para cumprir o tal programa nos pontos mais avançados... A única solução seria um governo "canhoto" sólidamente apoiado por comunistas e anarco-sindicalistas, e só um governo desse tipo poderia tomar as medidas que alargassem a base de apoio popular para a República...


Mas n foi isso q aconteceu e as coisas n ficam na balbúrdia ad eternum, chega uma altura em que a ordem é imposta...

Que da balbúrdia que agora se irá iniciar (refiro-me há actual situação política) saía uma Ordem bem mais Livre, Igual e Fraterna que aquela que sucedeu à primeira República... Para isso há que tirar agumas lições do que então se passou...