segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Iraque? Luz ao fundo do túnel?

The election results prove conclusively that a nationalist Sunni-Shiite cross-sectarian alliance, much of which has roots in the insurgency that followed the US invasion, is reaching for power. There's no stopping it. By prolonging the occupation, the United States is only standing in its way.

Este artigo é obrigatório… Parece-me demasiado optimista, os factos positivos são bem polidos e exibidos e os mais negativos não merecem grande destaque… De qualquer das formas são avanços encorajadores…

Empenhei-me bastante em 2003, no combate contra a guerra, quando quase todo o mundo se indignou contra a Invasão do Iraque… Depois fui sempre seguindo com muita atenção a evolução dos acontecimentos. Ao ler o artigo acima lembrei-me desses tempos e de como eu fui percepcionando este conflito...
Uma coisa sempre foi certa, que a libertação do Iraque seria obra dos próprios Iraquianos e que só unidos em torno de uma plataforma nacionalista (se bem que com vocabulário ou até termos religiosos…) seria possível aos vários grupos da resistência derrotar o invasor.

Em 2006 a luta armada estava no auge, mas dois factores combinaram-se: Primeiro à luta contra o opressor somou-se uma fratricida guerra civil entre milícias e grupos armados (muito mais do que entre xiitas e sunitas); Segundo, os fundamentalistas (Wahabitas…) impunham regras medievais nas zonas sob o seu controle… Uma das coisas que sempre enfraqueceu a resistência foi a falta de coêrencia nacional… Em 2004 a Resistência e o Movimento de Al Sadr foram aliados tácticos e uma aliança estratégica esteve para nascer… Infelizmente foi afogada sob o sangue de ataques bárbaros e sectários de origens algo nublosas…

Em 2007 dá-se a “surge” e mais do que isso, a resistência Iraquiana volta-se contra (as coisas n são tão preto e branco, obviamente) os combatentes “estrangeiros”, que além de regras draconianas, ainda alimentavam o conflito com os xiitas…

Em 2008 as coisas acalmaram, os combatentes estrangeiros foram expulsos pela resistência (com a cobertura dos EUA)… O movimento de Moqtad Al Sadr foi atacado (e pelos resultados das eleições, com sucesso)… No entanto o objectivo de partir o país em três está cada vez mais distante… E existe um grande consenso contra a privatização do Petróleo e sua entrega aos EUA.
Nas últimas eleições parece que a resistência apresentou-se… Por todo o lado ganhou terreno e mesmo no coração do Xiismo candidatos apelidados de “populistas” ganharam aos religiosos… Quer sejam sunitas ou xiitas a bandeira da Unidade Nacional e a Soberania Popular sobre o petróleo reforçaram-se. O irracional está em retirada do Iraque… E embora seja apenas um sinal, os resultados mostram que a gloriosa e épica gesta protagonizada pela Resistência Iraquiana, pelo povo Iraquiano ainda não terminou…
Parece que essa mesma resistência, agora no plano político e desembaraçada de “Talibans” faz valer o seu peso. Se no referendo deste ano o povo recusar a permanência de tropas ocupantes até 2011 e o petróleo permanecer um bem público, com os benefícios a serem partilhados por todo o país, então, em grande medida, a Resistência terá vencido esta guerra e derrotado o Império mais poderoso que o mundo alguma vez viu…

Seja como for, Glória à Brava Resistência Político-Militar e Social levada a cabo nos últimos seis anos pelo povo Iraquiano!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Conquistar a Rubra Primavera, onde surge o Sol do Porvir

Esta é uma grande música dos Partisans Italianos, o clip abaixo vale mesmo muito apena...



Neste site podem encontrar uma das melhores versões desta canção.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dívida e Dinheiro para Tótós

Aqui vai um documentário em BD muito bom sobre dinheiro, dívida e Bancos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Victoria Popular



Deu-se lugar ontem o referendo na Venezuela. O Processo ganhou e tal como Franklin Delanor Roosevelt pôde fazer 4 mandatos (de 1933 a 1945), também Chavez poderá fazer o mm na Venezuela, se o povo assim o quiser.

Sobre o episódio da expulsão de um Eurodeputado espanhol vejam isto e isto.

Entretanto começam existir tensões com um grupo de ultras La Piedrita” que inclusive atacaram o Patriarcado Venezuelano… a oposição parece-me mais calma do que o normal…

Já agora volto a lembrar a nova morada do tirem as mãos da venezuela,
http://tirem-as-maos-da-venezuela.blogs.sapo.pt/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

CRISE

Não sou um doidinho, vejam o que estes senhores da Monthly Review têm para dizer, e este artigo da New Left Review também dá uma boa anatomia do problema e possíveis saídas.
Por cá os Ladrões não param, são uma autêntica instituição de utilidade pública.

PS - Quanto a revisionismos, é altura de também nós reavaliarmos algumas experiências. Confesso que não sei muito, mas parece-me que Mao e a Revolução Chinesa mereciam uma análise mais cuidada do que é normal…

Crónicas da Venezuela, o Programa de Rádio já saiu!

Finalmente! Seis meses após a viagem à Venezuela já está on-line o primeiro de 5 programas (variam entre 1h e os 30 min) que fiz em conjunto com a Rádio… É pena não ter mais tempo porque até podiamos ter feito mais programas... Tenho horas e horas de gravações...

VEJAM AQUI!

O primeiro programa é mais geral, são sons, conversas, captados em vários sítios, com maior destaque para a avaliação da situação política feita pelo ex-General Muller Rojas (vice presidente do PSUV) e por Gonzalo (Membro da Aporrea e da Corrente Maré Socialista), este último focando-se mais no movimento popular.

Os programas seguintes abordam estes temas:
- Conselhos Comunais/Poder Popular;
- Orgão de Comunicação Alternativos;
- Mundo Sindical;
- Internacionalismo.

PS - O Colectivo Tirem as Mãos da Venezuela tem novo poiso! Agora estamos aqui!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

NPA, fundação do Nouveau Parti Anticapitaliste


Enquanto por cá andávamos entretidos com a nossa melhor convenção de sempre, em França deu-se um passo histórico. Decorreu o congresso fundador do NPA.

Surge no melhor momento, na sociedade em geral há uma abertura a novas (e velhas…heheheh) ideias, o capitalismo é questionado… No sistema partidário o centro está debilitado, Sarkozy é cada vez mais contestado e o PS francês está à deriva… A luta social está em ascensão, vejam estas notícias in loco aqui e aqui.

Neste contexto a velha e digna LCR decide fazer uma aposta forte… Dissolução! (isto em França é diferente... é pa partir é pa partir não andam cá com ai desculpes durante anos a fio...) e criação de um novo partido que retenha os valores essenciais, o património que sabemos nos será útil em qualquer circunstância e desembaraçou-se de alguns lastros, que por mais decisivos tenham sido, hoje já não contam. Parece estar a correr bem as notícias que tenho visto são muito positivas...
Quem encabeça esta nova força é Olivier Besancenau, Carteiro, licenciado ou mestrado em História, sindicalista, que anda de Jeans e Casaco de cabedal. É uma lufada de ar fresco não apenas à Esquerda mas em todo o mapa político francês.
Depois do Die Link na Alemanha surge agora o NPA Francês, fazem parte da mesma corrente histórica que começa a surgir, no entanto têm origens e naturezas um pouco diferente. O NPA é filho do casamento entre a extrema-esquerda Trotskista e os movimentos sociais que surgiram no pós Seatle-99(grosso modo). O NPA tem no seu código genético uma irredutibilidade superior à do Bloco ou Die Link… Será que a estratégia de chegada ao poder cavalgando protestos sociais de alta intensidade está de regresso? Pelo menos o sucesso eleitoral deste novo movimento aparenta ser maior ou igual que quer BE quer Die Link, além disso (pelo menos em relação ao BE) a capacidade de mobilização social é bem maior... A sociedade é outra tb...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

VI Convenção do Bloco de Esquerda, uma boa malha!



Este fim de semana decorreu a VI convenção do Bloco, mais por inércia do que outra coisa, acabei por ir como delegado da lista A ( a mainstream).


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Na convenção passada, na intervenção que fiz, tinha tentado explanar aquilo que na minha opinião eram os maiores defeitos e virtudes do BE e elencar algumas tarefas essenciais do movimento, era tanta coisa que acabei por não conseguir transmitir grande coisa…

Nesta convenção pensei… Já que me pediram para ser delegado vou aproveitar, e vou dizer qualquer coisa que marque. Não me quis meter em minudências internas ou em propostas organizativas… Preferi fazer uma intervenção sobre, aquilo que para mim, é o grande desafio dos nossos tempos… Que políticas ter numa fase história de transição entre duas eras…

Foquei-me em três pontos:
- Realçar a dimensão da Crise e que a questão não é se queremos mudar, as coisas vão mudar quer queiramos quer não, a questão é que sentido terá essa mudança. Face a este cenário há duas tarefas primordiais:
-> Acabar com a pouca vergonha, a corrupção, a apropriação de bens públicos para fins privados e o sequestro da democracia pelos grandes negócios;
-> Perante um estado de emergência é necessário Mobilização Geral e Total! Especial enfoque à geração (a minha) que tem o futuro hipotecado, é dever da sociedade dar uma chance e esperança a esta geração, ela será protagonista principal do processo de transformação social que desejamos.
Já ia com ideia de me entusiasmar um bocado, mas acabei por “explodir em palco”, confesso que curti bué!!! E os tipos do 31 da Armada fizeram esta caricatura espectacular da minha intervenção.

95% do pessoal adorou, uns quantos (a malta mais Dirigente e “responsável”) ficou algo… incomodada será talvez muito forte mas é por aí… é normal e muito bom sinal. Obviamente que o tom e registo utilizados não se adequam a todos os momentos, públicos e espaços… Mas acho que por agora o problema não é termos demasiado entusiasmo (ou uma certa dose de populismo de esquerda), é exactamente o contrário.
Para que uma mensagem passe, mais importante que o rigor dos argumentos, é ter a atenção dos ouvintes, depois claro que a tese que apresentamos deve estar suportada em sólidos argumentos. Bem, creio que falei do tema do momento, acordei a malta toda e ainda mencionei o caso Freeport de que pouco se falou na convenção…

Sobre a Convenção no geral gostei bastante. Mais do que a última (também fui numa onda bem mais relaxada)… As decisões já estavam definidas à partida, mas o espírito e o debate foram bons e sempre se esclareceram algumas questões. Entretanto vou ver se deixo amadurecer um pouco mais algumas ideias… A impossibilidade de uma convergência político-partidária de esquerda para as próximas eleições e a dimensão da crise obrigam a uma reflexão profunda. Começo a achar que antes de pensar em convergências devíamos pensar muito bem que programa e respostas à Crise necessitamos… Não vi em pormenor, mas mesmo o BE tem graves lacunas nesse campo. Sem algumas balizas, “guidelines”, não vale a pena começar a falar em convergências entre partidos e movimentos estabelecidos, antes há que perceber muito bem o que se está a passar à nossa volta...

Menção especial aos responsáveis pelo espaço, agora sim isto parece um congresso à Séria! O espaço tem uma influência, muitas vezes menosprezada, no decorrer das discussões, este ano a coisa estava muito boa!

Menção também à intervenção do camarada grego, a não perder!





E last but not least, uma gracinha pá malta do 31 (num post mais antigo já tinha feito referência a este fenómeno da Blogosfera).


ATÉ À VITÓRIA FINAL!

PS – Epá n foi pelo vídeo que fizeram com a minha intervenção, até pq já outros o disseram, mas foi o 31 foi o órgão de comunicação social que melhor cobertura fez do nosso conclave… Talvez até melhor que o próprio Esquerda… O problema do Esquerda é que tem as áreas muito espartilhadas, quando hoje em dia som, vídeo e texto são cada vez mais uma plataforma comum… Bom tb não sou especialista na matéria e não sei quantas pessoas estavam a fazer cobertura para o Esquerda…
E nisto sou insuspeito porque se há coisa que sempre elogiei e elogio no BE é exactamente o Portal Esquerda e associados.