À esquerda é urgente trilhar um caminho consequente, que passa fundamentalmente por dois pontos:
1º Uma postura, acção e proposta radical e sem vergonha, que ao mesmo tempo seja inteligente, criativa e livre de alguns símbolos e preconceitos do passado que hoje em dia não são mais do que lastro que atrasa a "luta";
2º Um projecto de "Salvação da República" que polarize o campo político-social à esquerda da actual direcção do PS que integrando PC, BE e "ala esquerda" do PS, transcenda esses sectores e que tenha como objectivo claro ganhar o apoio da maioria da população.
Isto tem de ser mais bem explicado, é certo, e lá irei a seu tempo, mas de forma sucinta estes dois eixos são incontornáveis para quem queira, de facto, se constituir como alternativa à cavalgada Neo-Liberal.
Deixo abaixo um bom exemplo e uma perplexidade depois comentada...
Se bem me lembro uma das propostas que o Bloco teve logo na sua origem foi a de promover uma "mesa redonda de todas as esquerdas"...
A nós é nos exigido a definição de um caminho de saída da crise e superação do actual regime, e quem pensa que o Bloco sozinho pode fazer isso não está a ler a realidade. O PC não irá desaparecer (até se tem reforçado) e os descontentes com actual direcção do PS (vulgo Sócrates) já tem uma alternativa muito mais natural que a transição para o BE, portanto a manter-se o actual cenário a alternativa é entre a marginalidade ou sermos muleta do PS.
Sem a definição de uma estratégia clara, sem romper o cerco do rotativismo ao centro não nos safamos, nem se safa o povo. E na pior das hipóteses que ónus da derrota não seja da nossa responsabilidade, não seja por não nos termos esforçado nesse sentido. Mas não sejamos catastrofistas, ainda há tempo para dar um ganda golpe antes de 2009 e o primeiro passo é ter vontade para dá-lo!!!