quinta-feira, 28 de junho de 2007

ARTE - NOVAS TENDENCIAS

Estamos na alvorada de uma nova era, por todo o lado sente-se o mundo a mover e transformar-se… Dizem que as artes são muitas vezes percursoras, das novas tendências, arautos do futuro… Numa tosca pincelada diria que as artes nos dão objectos que são símbolos do sentir da sociedade onde foram criados. As artes sublinham tensões que se pressentem antes mesmo de se sentirem…

É natural portanto que seja nos períodos de maior transformação, logo de conflito, que surjam os mais sublimes objectos e movimentos, que transcendam o senso comum e não apenas pela provocação gutural, antes porque nos fazem questionar acerca do dado como adquirido, porque transportam o nosso pensamento para caminhos ainda não explorados.

Dá uns tempos para cá tenho sentido essa positiva fúria criativa, sobretudo no cinema e música, mas não só. Tenho sentido que existe algo novo, novo e bom. Mais ainda, novo, bom e empenhado. Confesso que sem ser um expert, tenho apreciado muito uma espécie de novo pop-rock-alternativo que tem vindo a conquistar o main stream quer a nível internacional com exemplos tão dispares como LCD Sound System, White Stripes, Gossip… Ou por cá com o Projecto Bala, Wray Gun, Micro Wave… E no cinema, já não via tantos bons filmes e com suco à muito tempo…


Mas falava em empenhado, há momentos em que, predominantemente se produz a “arte pela arte” e outros em que a “arte está ao serviço de…”. Neste momento estamos a sair de uma fase de arte umbigista para arte militante. É impressionante pensar na evolução dos Green Day, cujo último álbum altamente aclamado se chama “Bullet in a Bible”, uma bala na bíblia, isto no país em que a direita religiosa fundamentalista quer abolir o estudo do evolucionismo das disciplinas de ciências… Ou que dizer de Bruce Springsteen e o seu “We Shall Overcome: The Seeger Sessions”. São dois exemplos entre muitas no mundo da música. No cinema, dos documentários block buster de Michael Moore e Cª (e vem aí um novo sobre o sistema de saúde na terra do Uncle Sam “Sicko”), ao pouco falado mas magnífico “Lord of War” com Nicolas Cage…

E reconheço que nem todas as novas experiências estético-artísticas, com qualidade, têem carácter progressistas (e apesar de tudo há sempre um oceano de obras que reflectindo o que se passa, não tomam posição de forma assumida, o interessante é que há muitas que o começam a fazer), lembro-me das últimas obras cinematográficas baseadas nas BD´s de FranK Miller, no Nietzschesiano-Niilista “Sin City”, ao proto-fascista “300”, embora por vezes tenha sentido um frio na espinha (não, aquilo é mesmo fascismo, uma espécie de “Os Deuses do Estádio”, de Leni Riefenstahl com propaganda Bushiana anti-islâmica) não deixei de apreciar.

Por cá tenho gostado de Valete e fui tomado de surpresa por este cartaz no Bairro



Ouvi umas coisas na Rádio acerca disto, simplesmente sublime!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Não há Vazios Políticos, os Donos do Dinheiro Tomam as Rédeas do Debate

Enquanto existirem sociedades humanas a questão do Poder estará sempre presente. É necessário um conjunto de regras, convenções e decisões têm de ser tomadas para que as comunidades resolvam os seus problemas e possam sobreviver. Na melhor das hipóteses, para que possam progredir.

Neste momento é claro que em Portugal estamos a atravessar um momento de aparente vazio político... O governo aparenta ter perdido muito do seu vigor, dito, reformista e a confiança que o povo nele deposita está a afundar-se a cada dia que passa.

Mas nesta última semana os verdadeiros donos do país mostram a cara, ainda um pouco a medo, afinal há um certo pudor e esta gente prefere navegar na penumbra e escuridão do que na luz e clareza...
Primeiro foi acerca da OTA, é impressionante, depois de tantas diatribes do governo, na pessoa do ministro das obras públicas e mais tarde com o Almeida Santos a ajudar à festa, bastou uma intervenção do mundo dos negócios para que o governo se pusesse em sentido e o governo desse o dito pelo não dito. Hoje o Belmiro veio por mais uma acha para a fogueira... Mais do que nunca é claro quem manda neste país... No entanto, o mais interessante é o mundo dos negócios estar a intervir e a tomar decisões políticas que afectam o destino de toda a comunidade não através dos meios clássicos: de testas de ferro, corrompendo e seduzindo políticos e partidos, mas sim directamente através das suas associações a CIP e agora o Norte através da Associação de empresários dessa região e do Belmiro.

Ainda mais politizados e intervenientes são os jovens turcos[1] do movimento “Compromisso Portugal”. Lançam agora um livro com um título fulminante “Revolucionários”. Querem mudar o país, a sociedade e o estado. Para eles é preciso vencer o medo da mudança e remover os obstáculos à transformação. Hoje ouvi, em entrevista à RTP2, o seu porta-voz. Acabarem-se os “patrões”, dizia ele, cada um é o patrão de si próprio… No fundo cada um é uma empresa prestadora de serviços, ou seja, não tem horário, qualquer desconto para saúde ou segurança social, ou hipótese de ter sindicatos… É uma revolução completa nas relações de produção a imperar este conceito (e ele cada vez mais ganha terreno). Daqui para a frente sindicatos, ou qualquer forma de união dos trabalhadores não fará sentido… O que desejam estes senhores é a atomização completa da classe trabalhadora, dos trabalhadores por conta doutrem… O que estes senhores propõe é a sujeição total do trabalho face ao capital!!!

O problema é que este aparente vazio já está a ser ocupado… Com o governo debilitado, com os partidos da direita institucional destroçados e em processo de autofagia os empresários, sem pudor, chegam-se à frente. Mais, como o caso do estudo da CIP sobre a OTA demonstra até têm quem lhes dê uma áurea de legitimidade democrato-institucional, o nosso mui nobre Professor Cavaco Silva. Com a primeira linha ferida, o general manda avançar a reserva! Cavaco is Back in Town e os Patrões, impacientes com os resultados dos capatazes, chegam-se à frente.

Eles têm dinheiro, não são parvos e o que não é de somenos importância, têm uma visão e um projecto para o país. E nós? Temos???

O bloco tem sido uma voz de resistência, com capacidade de inovar nas lutas e no combate político-ideológico. Em certos sectores e sob certos temas, ao contrário do PC que se limita a defender o forte, temos tido capacidade ofensiva, mas não basta…
Se não lançarmos uma estratégia alternativa para o país, se não começarmos a fazer uma síntese da nossa visão do futuro e a ter um programa de “Urgência Nacional”, “Salvação Nacional”, ou de “refundação democrática” sei lá… um nome que dê ideia de um programa coerente e abrangente que responda à Crise… Não apresentar uma coisa dessas à sociedade è perder o combate à partida. E camaradas o momento é este, por agora ainda há uma certa desaceleração e confusão… Estão a descansar depois do esforço…

Por enquanto o projecto político do Bloco é uma colecção desgarrada de propostas sobre saúde, educação, fiscalidade, lei laboral, etc… Sendo a ofensiva global e de conjunto, também a nossa resposta terá de ser ou ficaremos sempre a perder…
Quando um barco é todo ele feito de aço não podemos querer remendá-lo com uma peça de madeira, por melhor que ela seja, quem apresentar uma solução de remendo também em aço ficará sempre em vantagem…

Bom convido-vos a visitar o seguinte link:

http://www.compromissoportugal.pt/?id_categoria=56&id_item=700

Eles Vêm aí!


[1] Conjunto de jovens oficias turcos que dirigidos por Kemal Ataturk transformaram o decadente e derrotado Império Otomano na moderna Turquia

terça-feira, 19 de junho de 2007

Guerrilheiros Topo de Gama

Em 2003, aquando da troca de argumentos acerca da invasão do Iraque, uma das boas razões dadas pelo movimento anti-guerra é que ao contrário do que diziam os defensores da invasão, a guerra do Iraque longe de debilitar os grupos "terroristas", seria um verdadeiro foco para onde iriam convergir e iria se tornar num verdadeiro campo de treino para a Jihad mundial...

Passado algum tempo este argumento é validado pelos factos... Neste momento o Iraque continua a ser o campo de batalha onde confluem candidatos a Jihadistas de todo o mundo muçulmano (inclusive da comunidade muçulmana que reside na Europa), mas mais do que isso, neste momento já há inúmeras notícias de veteranos da guerra do Iraque a irem levar a "guerra santa" e o know how adquirido a combater o melhor e mais sofisticado exército do mundo para outros locais de conflito no Médio-Oriente e arredores.

Muitos analistas referem que uma das razões para o aumento da eficácia da insurgência no Afeganistão prende-se como facto de insurgentes temperados na guerra do Iraque estarem agora a ir para essa frente de combate.

A mim tem-me chamado a atenção o conflito que surgiu nos campos de refugiados palestinianos no Líbano, nomeadamente no campo de Nahr al-Bared situado no norte do país. Um grupo obscuro denominado Fatah Al-Islam, inspirado na Ideologia da Al-Quaeda e com ligações à Síria, começou, dia 20 de Maio, a atacar postos do exército próximos do referido campo de refugiados. De então para cá já várias vezes o exército apelou à rendição dos renegados e anunciou que a rebelião em breve, muito breve, seria esmagada... A verdade é que até hoje o exército Libanês apesar dos intensos bombardeamentos e vasta superioridade numérica ainda não conseguiu dominar os Insurgentes que são poucas centenas e ainda para mais sem grande sustentação social... Fiquei intrigado e a pensar para com os meus botões... Talvez alguns deles sejam veteranos do Iraque, e pensemos... para quem combateu o todo poderoso US ARMY o que é que é o exército Libanês??? Sexta vi um comunicado da Reuters em que referiam que muitos dos combatentes do grupúsculo eram estrangeiros, alguns tinham estado no Iraque...



Na minha opinião, não é de somenos importância, que neste momento existam milhares de combatentes Jihadistas, agentes Iranianos, agentes Sírios, membros do Hezzbolah e talvez do Hamas (estes últimos mesmo que não tenham estado lá devem ter recebido treino de quem já lá esteve) que tenham experiência de combate, e combate bem sucedido, contra a mais poderosa máquina militar de todos os tempos.

É fundamental ter uma boa estratégia, mas sem uma boa táctica e instrumentos para operacionalizar essa estratégia a coisa torna-se muito difícil, por melhor que seja essa estratégia. Neste momento o maior problema das resistências no Médio-Oriente não é seguramente o de não disporem de boas tácticas, ou ferramentas...

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Resistências no Iraque

Já tinha lido umas gordas num site acerca disto, mas aqui vão alguns link´s que um amigo me enviou acerca da greve dos trabalhadores da indústria petrolífera no Iraque (contra a privatização e entrega a empresas Norte-Americanas do Petróleo do Iraque):

http://www.handsoffiraqioil.org/
http://www.socialistworker.co.uk/art.php?id=12067
http://www.zmag.org/content/showarticle.cfm?SectionID=15&ItemID=13042

Esta história é um exemplo magnífico de resistência à ocupação americana.
É bom lembrar que para além da componente militar há muitas outras formas pelas quais o povo e trabalhadores Iraquianos têm resistido ao invasor.

Israel, alguns mitos


A propósito da recente explosão de violência, em alguns aspectos sem precedentes, que assola a palestina muito se tem discutido acerca do já longo conflito árabe-israelita. Queria aqui só focar dois pontos: o argumento pró-israelita que muitas vezes se houve de que é “a única democracia” da região e a indignação que provoca entre os cronistas do regime o facto do Hamas não ter reconhecido o estado de Israel.


Quanto à democracia… É falso que Israel seja a única da região, existem mais dois territórios onde segundo observadores internacionais se realizaram eleições livres e justas. O Líbano e a Palestina (nesta última bem mais justas pois não há a divisão sectária de mandatos, baseada num censo de dos anos 30 do século XX).
Curioso é que foram exactamente esses territórios e não as monarquias absolutas ou as ditaduras corruptas que foram recentemente os alvos de invasões por parte de Israel. Caso é para dizer que se essas democracias não são mais fortes e se não há outras na região, a principal razão é são as políticas do Estado de Israel e do seu aliado e protector nº1 os EUA (e se olharmos para a história é isso que verificamos, vejam o caso flagrante do Irão e o golpe orquestrado pela CIA nos anos 50 contra Mossadeq).

E quanto ao reconhecimento de Israel… Bom, na passada sexta-feira ao ouvir um programa da Antena 1 “Contraditório”, alguns dos marretas do costume indignavam-se e passo a citar: “O Hamas não cedeu, eles não cedem…”, acrescentando, ao contrário da Fatah que para chegar aos acordos dos anos 90, que previam a criação da Autoridade Palestiniana, tiveram como ponto prévio a qualquer acordo de ter de publicamente declarar a aceitação do estado Israelita.
Não defendo, nem deixo de defender, a extinção do estado de Israel. A questão fundamental para mim é autodeterminação das várias populações que partilham aquele território, seja através da solução dos dois estados ou do estado único em que todos coexistam (implicando esta última solução que deixa de existir naquela região um estado com base confessional, a não ser que seja feita uma limpeza étnica).
Para mim, neste momento, o que é claro é que o caminho da obtenção da dita autodeterminação para os Palestinianos não passa pela mesa de negociações, a não ser pontualmente e por questões tácticas. Só com uma derrota político-militar do estado de Israel é que os Palestinianos poderão obter a dita auto-determinação. Assim sendo, tal como é a posição do Hamas, só faz sentido reconhecer Israel quando Israel reconhecer, de facto, o Estado da Palestina. Para quem acha que é impossível derrotar esse cão de fila do Império, a última guerra do Líbano está aí para provar o contrário.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Hamas vs Fatah Terra Santa a Sangrar

Líbano, Irão, Afeganistão, Paquistão, Somália, Turquia, Síria "and last but not least" Iraque... Em guerra civil, ou conflitos que se traduzem em violência, em lutas contra ocupação estrangeira, ameaçados de invasão, sob embargo... Todos estes territórios vivem uma, alguns quase todas, estas realidades. É todo um arco de tensão e conflito e com tendencia a complexificar-se e intensificar-se...

E a jóia da coroa, a Palestina, símbolo histórico da opressão a que o mundo Árabe e Islâmico está sujeito. Opressão que não provém apenas dos EUA e do estado cruzado de Israel (também poderia ter utilizado a expressão estado de colonos com função de policiar a região ao serviço do Império, mas estado cruzado acaba por numa palavra expressar tudo isso...) mas também das monarquias e ditaduras corruptas que governam a maioria dos estados dessa região.
Neste momento na faixa de gaza impera a Bandeira Verde do Hamas após duros combates contra as forças de segurança da Fatah, veremos como corre a luta na Cijordânia...




Sob cerco total após a vitória eleitoral do Hamas(em eleições perfeitamente legítimas e democráticas tal como reconecido por tod@s os observadores internacionais), com um governo não reconhecido pela UE, EUA e Israel e com a economia paralizada... Com o favorecimento claro dado por Israel e EUA à Presidência (controlada pela Fatah) face ao governo eleito pelo povo, que outro resultado seria de esperar?

Numa primeira leitura simplista diria que:

- do lado da Fatah existe a vontade de defender os muitos privilégios que o seu aparelho e afins ao longo dos anos acumulou, existem muitos vícios e hábitos corruptos (aliás esse foi um dos dois grandes motivos que levoua que perdessem as eleições contra o Hamas), existe, também, até para defender e manter os tais vícios, a pré disposição para se vergarem perante o Império e no fundo actuarem como Jagunços do Estado de Israel na Palestina.

- o Hamas ganhou as eleições pois é significa um corte com a corrupção e porque se matem fiél à luta pela auto-determinação do povo Palestiniano. No fundo a luta que agora se trava é entre aqueles que defendem, objectivamente, a independência e democracia contra aqueles que para manterem os seus privilégios estão dispostos a ser cães de fila do Império.

É um primeiro esboço apenas, ei de fazer uma análise mais detalhada... De qq das formas estes últimos desenvolvimentos, juntamente com a situação explosiva no Líbano e o alastrar do conflito Iraquiano para a fronteira com a Turquia corroboram a tese de que: ou há um grande entendimento sobre os vários conflitos em jogo e disposição para fazer uma nova partilha do poder ou a zona entrará, cada vez mais, numa espiral de violência e KaoS. Por um lado parece-me muito preocupante o facto que o Império tem preferido apostar numa lógica de KaoS e terra queimada em deterimento de fazer compromissos e aceitar novas partilhas de poder... No fundo entre terem de ceder um pouco, mas mesmo assim guardar alguma coisa da sua influência ou queimar tudo numa lógica de "se eu n tenho voçês tb não" o Império tem escolhido a segunda alternativa (fazendo uma análise puramente estratégica essa escolha, de facto, faz todo o sentido do ponto de vista da manutenção da manutenção da correlação de forças a favor do Império).

No entanto, se isto que acima disse é verdade, não menos é que têm surgido repostas à altura... Alguns sinais são - A vitória da resistência libanesa em Julho-Agosto de 2006. Os custos que os EUA têem vindo a pagar para manterem a ocupação do Iraque e a situação cada vez mais insustentável das forças da NATO no Afeganistão.


Tudo isto merece uma análise mais extensa e detalhada...

Guerra Total ou Solução Global
Império, KaoS e Resistências no Médio-Oriente


terça-feira, 12 de junho de 2007

Comentários ao Texto da Venezuela

Deixo-vos aqui, um comentário de um amigo ao txt que escrvi sobre o Processo Bolivariano, é um bom contraponto ao meu entusiasmo, quase transbordante... É bom porque acima de tudo temos de manter sempre uma grande dose de lucidez... Se bem que (e eu não poderia deixar de "virar o bico ao prego"...), infelizmente, o maior problema que temos hoje não é o de termos uma visão demasiado empolgada, emotiva do Processo... Antes pelo contrário o que agora, na alvorada do século XXI me preocupa mais é o excessivo cepticismo, cinismo e arrogância com q são encarados este tipo de fenómenos... Está na moda ser niilista... Quanto a mim não basta mandar bitaites (se bem que o bitaite e a posta de pescada são elementos fundamentais para a construção de uma nova e melhor sociedade), é muito fácil ser treinador de bancada e observar o mundo a partir de uma intocável torre de marfim... A verdade é que quem mete as mãos na merda, suja-se... é inevitável... Mas só assim se transforma o que quer que seja...


Mas bom, aqui vai uma crítica fixe!







1 - O teu texto dá uma ideia demasiado autosuficiente do processo venezuelano. Acho que teria ficado mais completo se tivesses feito um enquadramento da situação internacional. Estou convencido que o processo bolivariano só foi tão longe porque os Estados Unidos estão atolados no Iraque e portanto sem hipóteses de interferir seriamente numa região que sempre consideraram o seu "quintal". Para mim este é um ponto de partida fundamental para compreender o que se passa na Venezuela e no resto da América Latina

2 - Acho também que dás uma visão excessivamente optimista da situação. Estamos perante um processo em desenvolvimento e é preciso tentar compreender algumas das suas contradições e fragilidades. Se amanhã um golpe de direita derrubar definitivamente o Chavez será fácil para alguns dizer que tal desenlace era inevitável. Eu não acho que este tipo de atitude seja razoável precisamente por causa de muitas das virtudes do processo que tu invocas no teu texto (o compromisso de Chavez com o movimento de massas e a forma como se apoiam mutuamente). Mas é preciso ver que Chavez está à cabeça de um aparelho de estado completamente hostil à sua política (ele próprio fala dessa questão em alguma profundidade na entrevista com a Marta Harnecker ) e que mantém intactas as relações sociais burguesas. Isto não deve ser visto como uma oportunidade para denunciar o Chavez mas como uma situação realmente problemática (e perigosa) para o processo venezuelano e à qual é necessário dar resposta.

3 - A resposta passa a meu ver, pela dinâmica do movimento de massas. Se começarem a aparecer de forma autónoma orgãos de gestão de base, capazes de mobilizar pessoas independentemente do seu alinhamento partidário isto pode acelerar o processo, radicalizar ainda mais o próprio Chavez e isolar os sectores mais indecisos ligados à direcção bolivariana. Faço esta ressalva porque a dinâmica do processo tem corrido em grande parte de cima para baixo: o governo criou as Missões, o governo criou os círculos bolivarianos, o governo está a criar o novo partido. Apesar de a resposta popular ser positiva ainda está um pouco longe daquilo que é necessário para fortalecer o processo e levar a revolução a bom porto. Ou seja, a chave do sucesso da revolução está na automobilização das massas, na sua tentativa de tomar o controlo da situação. Tal mobilização poderia esvaziar de sentido e de poder alguns sectores do aparelho de estado e assim contornar a sua oposição enfraquecendo um importante ponto de apoio da oligarquia. O facto de um movimento social sólido não existir quando se iniciou o processo não é determinante, numa situação tão volátil esse movimento pode surgir de um dia para o outro. No entanto ele ainda não existe.

4 - A criação do novo partido não me parece que garanta o surgimento de tal movimento. Isto porque um partido para representar o movimento deveria ser o resultado de um processo orgânico de discussão e luta comum, ou seja, membros dos vários partidos serem confrontados com a questão da unidade para dar respostas à situação política Ao invés, o PSUV tem sido criado de cima para baixo. Foi uma decisão das cúpulas que vai pôr no mesmo partido sectores muito distintos e contraditórios. Assim a criação do novo partido pode ser uma perigosa ilusão de unidade que poderá fragmentar-se num combate sério contra a oligarquia. Para além disso, o risco de se tornar uma estrutura dominada por conflitos internos, burocrática e actuando como correia de transmissão das decisões do governo é grande.

5 - Dito isto, levantar estas questões não significa uma visão pessimista ou sectária da situação. O processo venezuelano é muito dinâmico e quem sabe, alguns destes problemas possam até ser ultrapassados muito mais rapidamente do que pensamos.

sábado, 9 de junho de 2007

As Regras da Violência Eric Hobsbawm

Aqui vai o txt há muito prometido, é uma análise, quase antropológico de como a nossa sociedade ocidental-liberal encara o fenómeno e os riscos que acarreta essa visão. É um texto, na minha opinião, FUNDAMENTAL, e que embora escito nos anos sessenta transpira actualidade...

The Rules of Violence

Of al the vogue words of the late 1960s, ‘Violence’ is very nearly the trendiest and the most meaningless. Everybody talks about it, nobody thinks about it. As the just-published report of the US National Commission of the Causes and Prevention of Violence points out, the International Encyclopedia of the Social Sciences, published 1968, contains no entry under this heading.

Both the vogue and the vagueness are significant. For most of the people likely to read books with such titles as The Age of Violence (as like as not about symbolist poetry) or Children of Violence (which is about physically rather tranquil lives) are aware of the world’s violence, but their relation to it is unprecedented and enigmatic. Most of them, unless they deliberately seek it out, can pass their adult lives without direct experience of ‘behavior designed to inflict physical injury on people or damage to property’ (to use the American commission´s definition), or even with force defined as the actual threatened use of violence to compel others to do what they might not otherwise do’.

Physical violence normally impinges on them only in one direct and three indirect ways. Directiy, it is omnipresent in the form of the traffic accident — casual, unintended, unpredictable and uncontrollable by most of its victims, and about the only peacetime contingency which is likely to bring most people working in homes and offices into actual contact with bleeding or mangled bodies. Indirectly, it is omnipresent in the mass media and entertainment. Probably no day passes in which most viewers and readers do not encounter the image of a corpse, that rarest of sights in real British life. Even more remotely, we are aware both of the existence in our time of vast, concretely mass destruction for which convenient symbols are found (‘the bomb’, ‘Auschwitz’ and such like), and also of the sectors and situations of society in which physical violence is common and, probably increasing. Tranquillity and violence coexist.
These are curiously unreal experiences, and we therefore find it very difficult to make sense of violence as a historical or social phenomenon, as is shown by the extraordinary devaluation of such terms as ‘aggression’ in popular psycho-sociological small talk, or of the word ‘genocide’ in politics. The prevailing ideas of liberalism do not make it any easier, since they assume an entirely unreal dichotomy between ‘violence’ or ‘physical force’ (bad and backward) and ‘non-violence’ or ‘moral force’ (good and the child of progress). Of course one sympathizes with this, as with other pedagogic simplifications, in so far as it discourages people knocking one another over the head, the avoidance of which all sane and civilized persons approve. Yet as with that other product of liberal morality, the proposition that ‘force never solves anything’, there comes a point where the encouragement of the good becomes incompatible with understanding reality — i.e. with providing the foundations for encouraging the good.

For the point to grasp about violence, as a social phenomenon, is that it exists only. in the plural. There are actions of differing degrees of violence which imply different qualities of violence. All peasant movements are manifestations of sheer physical force, but some are unusually chary of spilling blood while others develop into massacres, because their character and objects differ. The English farm-labourers of the early nine-teenth century regarded violence against property as legitimated, moderate violence against persons as justifiable under certain circumstances, but systematically refrained from ki1ling, but under different circumstances (such as affrays between poachers and gamekeepers) the same men did not hesitate to fight to kill. It is quite useless, except as a legal excuse for repression or a debating point about ‘never yielding to force’, to treat these various types and degrees of violent action as essentially indistinguishable. Again, actions of the same degree of violence may differ sharply in their legitimacy or justification, at least in the minds of public opinion. The great Calabrian brigand Musolino when asked to define the word ‘bad’ or ‘evil’ said it meant ‘killing Christians without a very deep reason’.

Genuinely violent societies are always and acutely aware of these ‘rules’, just because private violence is essential to their every clay functioning, though we may not be so aware of them, because the normal amount of bloodshed in such societies may seem to us to be so intolerably high. Where, as in the Philippines, the fatal casualties in every election campaign are counted in hundreds, it seems hardly relevant that, by Filipino standards, some of them are more open to condemnation than others. Yet there are rules. In the highlands of Sardinia they constitute an actual code of customary law, which has been formally described in legal terms by outside observers[1]. For instance, the theft of a goat is not an ‘offence’ unless the goat’s milk is used by the family of the thieves, or there is a clear intent to ‘offend’ or spite the victim. In this case revenge is progressively more serious, up to death.

However binding the obligation to kill, members of feuding families engaged in mutual massacre will be genuinely appalled if by some mischance a bystander or outsider is killed. The situations in which violence occurs and the nature of that violence tend to be clearly denied at least in theory, as in the proverbial Irishman’s question: ‘Is this a private fight or can any one join in?’ So the actual risk to outsiders, though no doubt higher than in our societies, is calculable. Probably the only uncontrolled applications of force are those of social superiors to social inferiors (who have, almost by definition, no rights against them) and even here there are probably some rules.

As a matter of fact some such rules of violence are still familiar to us. Why for instance do abolitionists, who presumably believe in the undesirability of all executions, base so much of their campaigning on the argument that the death penalty sometimes kills innocent people? Because for most of us, including probably most abolitionists, the killing of the ‘innocent’ evokes a qualitatively different response from that of the ‘guilty’.

One of the major dangers of societies in which direct violence no longer plays much part in regulating the everyday relations between peoples and groups, or in which violence has become depersonalized, is that they lose the sense of such distinctions. In doing so they also dismantle certain social mechanisms for controlling the use of physical force. This did not matter so much in the days when traditional kinds of violence in social relations, or at least the more dangerous among them, were diminishing visibly and fast. But today they may be once more on the increase, while new forms of social violence are becoming more important.

Older forms of violence may be increasing, because the established systems of maintaining public order, elaborated in the liberal era, are increasingly strained, and such forms of political violence as direct physical action, terrorism, etc. are more common than in the past. The nervousness and disarray of the public authorities, the revival of private-enterprise security guards and neo-vigilante movements, are evidence enough. In one respect they have already led to a certain rediscovery of controlled violence, as in the return by so many police forces to a curious medievalism — helmets, shields, armour and all — and development of various temporarily disabling gases, rubber bullets, etc., all of which reflect the sensible view that there are degrees of necessary or desirable violence within a society, a view which the ancient common law of England has never abandoned[2]. On the other hand the public authorities themselves have become accustomed to use certain horrifying forms o violence, notably torture, which were regarded until a few decades ago as barbaric, and entirely unsuitable to Civilized societies, while ‘respectable’ public opinion calls hysterically for indiscriminate terror.
This is part of a new kind of violence which is today emerging. Most traditional violence (including the revived types) assumes that physical force must be used in so far as no other methods are available or effective, and consequently that violent actions normally have a specific and identifiable purpose, the use of force being proportionate to that purpose. But a good deal of contemporary private violence can afford to be and is non-operational, and public violence is consequently tempted into indiscriminate action.

Private violence does not have to or cannot achieve very much against the really big and institutionalized wielders of force, whether or not these hold their violence in reserve. Where it occurs it therefore tends to turn from action into a substitute for action. The badges and iron crosses of the Nazi army had a practical purpose, though one of which we do not approve. The same symbols on the Hell’s Angels and similar groups merely have a motive: the desire of otherwise weak and helpless young men to compensate for their frustration by acts and symbols of violence. Some nominally political forms of violence (such as ‘trashing’ or some neo-anarchist bombing) are similarly irrational since under most circumstances their political effect is either negligible or more usually counter-productive.

Blind lashings-out are not necessarily more dangerous to life and limb (statistically speaking) than the violence of traditionally ‘lawless’ societies, though probably they do more damage to things, or rather to the companies which insure them. On the other hand such acts are, perhaps rightly, more frightening, because they are both more random and cruel, inasmuch as this kind of violence is its own reward. As the Moors murder case showed, the terrible things about dreams of Nazi jackboots, which flicker through various western underworlds and subcultures today, is not simply that they hark back to Himmler and Eichmann, the bureaucrats of an apparatus whose purposes happened to be insane. It is that for the disoriented fringe, for the weak and helpless poor, violence and cruelty — sometimes in the most socially ineffective and personalized sexual form — are the surrogate for private success and social power.
What is scarifying about modern American big cities is the combination of revived old and emerging new violence in situations of social tension and breakdown. And these are the situations with which the conventional wisdom of liberal ideas are quite incapable of coping, even conceptually; hence the tendency to relapse into an instinctive conservative reaction, which is little more than the mirror image of the disorder it seeks to control. To take the simplest example. Liberal toleration and freedom of expression helps to saturate the atmosphere with those images of blood and torture which are so incompatible with the liberal ideal of a Society based on consent and moral force[3].

We are probably once again moving into an era of Violence within societies, which must not be confused with the growing destructiveness of conflicts between societies. We had better understand the social uses of violence, learn once again to distinguish between different types of violent activity and above all construct or reconstruct systematic rules for it. Nothing is more difficult for people brought up in a liberal culture, with belief that all violence is worse than non-violence, other things being equal (which they are not). Of course it is, but unfortunately such an abstract moral generalization gives no guidance the practical problems of violence in our society. What was once a useful principle of social amelioration (‘settle conflicts peacefully rather than by fighting’, ‘self-respect does not require bloodshed’, etc.) turns into mere rhetoric and counter rhetoric It leaves the growing area of human life in which violence takes place without any rules, and paradoxically, without even any practically applicable moral principles; as witness the universal renascence of torture by the forces of the state. The abolition of torture was one of the relatively few achievements of liberalism which can be praised without any qualification, yet today it is once again almost universally practised and condoned by governments, and propagated by the mass media.

Those who believe that all violence is bad in principle can make no systematic distinction between different kinds of violence in practice, or recognize their effects both on those who suffer and on those who inflict it. They are merely likely to produce, by reaction, men and women who consider all violence good, whether from a conservative or a revolutionary point of view, that is to say who recognize the subjective psychological relief provided by violence without any reference to its effectiveness. In this respect the reactionaries who call for the return off indiscriminate shooting, flogging and execution are similar to those whose sentiments have been systematized by Fanon and others, and for whom action with gun or bomb is ipso facto preferable to non-violent action[4]. Liberalism makes no distinction between the teaching of the milder forms of judo to the potentially more murderous forms of karate, whereas Japanese tradition is perfectly aware that these are intended to be learned only by those who have sufficient judgment and moral training to use their power to kill responsibly.
There are signs that such distinctions are once again being slowly and empirically learned, but in a general atmosphere of disorientation and hysteria which makes the rational and limited use of violence difficult. It is time that we put this process of learning on a more systematic basis by understanding the social uses of violence. We may think that all violence is worse than non-violence, other things being equal. But the worst kind is the violence which gets out of anyone’s control.

Eric Hobsbawm (1969)

[1] See A. Pigliaru, La vendetta barbaricina come ordinamento giuridico, Milan 1959
[2] Between the wars the British Royal Air Force resisted any plans to use it to maintain public order on the grounds that its weapons were too indiscriminate, and that it might hence be liable to prosecution under the common law. It did not apply this argument to the bombing of tribal villages in India an the Middle East…
[3] The argument that these images cannot be proved to affect anyone’s action merely tries to rationalize this contradiction, and cannot stand serious scrutiny. Neither can the arguments that popular culture has always revelled in images violence, or that its images act as a sort of replacement for the real thing.
[4] Rational revolutionaries have always measured violence entirely by its purpose and likely achievement. When Lenin was told in 1916 that the secretary of the Austrian social democrats had assassinated the Austrian prime minister as a gesture of protest against the war, he merely wondered why a man in is position had no taken the less dramatic but more effective step of circulating the party activists with an anti-war appeal. It was evident to him that a boring but effective non-violent action was preferable to a romantic but ineffective one. This did not stop him from recommending armed insurrection when necessary.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Violência


Já há algum tempo tinha referido que iria aqui publicar um texto de Eric Hobsbawm intitulado “The Rules of Violence”. Bem aqui está ele não o encontrei na net por isso scanei do livro…

Num debate em que participei há uns meses, sobre as FARC, discutiu-se a questão da violência e da legitimidade de a ela se recorrer para alcançar objectivos políticos. Às páginas tantas um dos oradores principais disse qq coisa no género “Não podemos cair nos delírios românticos da juventude de esquerda dos anos 60 que se empolgava e venerava a luta política através da violência, nomeadamente as guerrilhas sul-americanas”… Sem dúvida que o recurso à violência não pode, de forma alguma, ser encarado de ânimo leve, as consequências de uma decisão desse género, e sobretudo, os vícios e hábitos que decorrem de um uso continuado da violência são muito pesados e marcantes. No entanto, do que vejo e oiço à minha volta creio que hoje em dia se corre o risco contrário àquele que, José Pureza, referia na sua intervenção. Aquilo que noto é uma rejeição total, independentemente do contexto, a qualquer utilização da violência e um endeusamento, ou melhor, a assunção de que só por meios estritamente pacíficos se podem alcançar resultados políticos satisfatórios.

Esta visão, percepção, muito generalizada e promovida é, no meu entender, ingénua, simplista e perigosa. Antes de mais o recurso à violência a maior parte das vezes mais do que uma opção é uma imposição, veja-se o caso do Iraque e mesmo da Colômbia, ou do Vietnam… Quando confrontados com forças que não admitem o pensamento e acção críticas, quando pela força bruta impõe as suas políticas, sem deixar o mínimo de margem de manobra para uma oposição que se expresse por via pacífica: manifestações”ordeiras”, emissão de panfletos, etc… Nessas situações que outra resposta é possível?

Claro que cada caso é um caso, há situações de violência e imposição pela força por parte da classe dominante que não devem ser respondidas na mesma moeda, ou porque apesar disso ainda à margem de manobra para uma resposta que não passe pela violência mais dura, pode até ser mais mobilizador e eficaz (e geralmente quando existe a tal margem de manobra acaba por ser) continuar a responder por meios pacíficos. Noutros casos a desproporção de forças é de tal ordem que uma resposta violenta às agressões acaba por ser inconsequente… Mas em muitos outros casos o recurso à violência, às armas, é condição necessária para que seja possível continuar aquilo que é o fundamental, a luta política.

Deixem-me, ainda, dizer ainda que a distinção entre luta pacífica e violenta não é assim tão clara, aliás muitíssimas são os casos em que lutas pacíficas descambam em massacres (lembremo-nos do Domingo sangrento na Irlanda) ou batalhas campais… Mais uma vez creio que em cada caso se deve analisar se face a uma resposta violenta por parte das forças da ordem a melhor resposta è o martírio ou o contra-ataque. Em qualquer dos casos o movimento popular deve estar consciente, tanto quanto possível, de qual a conduta a seguir e preparar-se o melhor possível para as consequências que irão ter os seus actos. Basicamente a malta deve ter consciência que à momentos em que muito provavelmente vai levar uma tareia, ponto final e noutros que vamos andar à pancada! Mas se for para andar à pancada, atenção!!! Só vale a pena se as coisas forem muito bem pensadas antes, as forças dominantes em termos de meios e instrumentos estão a muitas milhas de avanço, qualquer hipótese de sucesso da nossa parte só será concretizada se prepararmos muito bem a nossa táctica e estratégia.

Quanto à desobediência civil, seja ela cortes de estrada, ocupação de edifícios, etc… Creio q quanto a isso nem há muitas dúvidas… Só que lá está, é preciso estar consciente da resposta que esses actos trarão… E nem sempre calar e comer é a melhor resposta, assim de resto o provou a História…

Finalmente, não só é perigosa esta elevação do pacifismo a bezerro sagrado pois, deixa a esquerda ideologicamente desamparada perante ofensivas da reacção que para serem derrotadas implicam uma defesa “musculada”, como também no campo do debate das ideias nos reduz a margem de manobra. Explicando melhor este último ponto, se aceitamos cegamente o pacifismo como única via admissível com que cara podemos discutir de forma séria as justas e necessárias lutas contra o império no Líbano, Iraque e Palestina??? Esta doutrina acaba por ser um maná para a luta ideológica que o Império trava para legitimar as suas acções e sobretudo deslegitimar o combate de quem, com toda a razão e sensatez, lhe resiste.







sábado, 2 de junho de 2007

História em Canção

Um dos motivos pelos quais últimamente não tenho andado muito assíduo aqui no Bloge é porque tenho andado a fazer um CD que compila uma série de canções, hinos de vários eventos, movimentos, que contribuiram de forma decisiva para a transformação do mundo num sentido progressista, mais justo e democrático. São canções que vão desde os "Sans Coulotes" franceses, ao movimento abolicionista e pelos direitos civis nos EUA, sem olvidar as Resistências que combateram contra os Nazis na segunda Guerra ou músicas da Revolução Russa e Espanhola...







1- A Internacional
18 de Junho de 1888 por Pierre Degeyter
De pé, ó vitimas da fome!De pé, famélicos da terra!Da ideia a chama já consomeA crosta bruta que a soterra.Cortai o mal bem pelo fundo!De pé, de pé, não mais senhores!Se nada somos neste mundo,Sejamos tudo, oh produtores!



Bem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA InternacionalBem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA Internacional



Senhores, patrões, chefes supremos,Nada esperamos de nenhum!Sejamos nós que conquistemosA terra mãe livre e comum!Para não ter protestos vãos,Para sair desse antro estreito,Façamos nós por nossas mãosTudo o que a nós diz respeito!
Bem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA InternacionalBem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA Internacional



Crime de rico a lei cobre,O Estado esmaga o oprimido.Não há direitos para o pobre,Ao rico tudo é permitido.À opressão não mais sujeitos!Somos iguais todos os seres.Não mais deveres sem direitos,Não mais direitos sem deveres!
Bem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA InternacionalBem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA Internacional



Abomináveis na grandeza,Os reis da mina e da fornalhaEdificaram a riquezaSobre o suor de quem trabalha!Todo o produto de quem suaA corja rica o recolheu.Querendo que ela o restitua,O povo só quer o que é seu!
Bem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA InternacionalBem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA Internacional



Nós fomos de fumo embriagados,Paz entre nós, guerra aos senhores!Façamos greve de soldados!Somos irmãos, trabalhadores!Se a raça vil, cheia de galas,Nos quer à força canibais,Logo verá que as nossas balasSão para os nossos generais!
Bem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA InternacionalBem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA Internacional



Pois somos do povo os activosTrabalhador forte e fecundo.Pertence a Terra aos produtivos;Ó parasitas deixai o mundoÓ parasitas que te nutresDo nosso sangue a gotejar,Se nos faltarem os abutresNão deixa o sol de fulgurar!
Bem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA InternacionalBem unidos façamos,Nesta luta final,Uma terra sem amosA Internacional


2 - Come Out Ye Black and Tans

Irish rebel song written by Dominic Behan

I was born on a Dublin street where the Royal drums do beat And the loving English feet they tramped all over us, And each and every night when me father'd come home tight He'd invite the neighbors outside with this chorus:
Oh, come out you black and tans, Come out and fight me like a man Show your wives how you won medals down in Flanders Tell them how the IRA made you run like hell away, From the green and lovely lanes in Killashandra.
Come let me hear you tell How you slammed the great Pernell, When you fought them well and truly persecuted, Where are the smears and jeers That you bravely let us hear When our heroes of sixteen were executed.
Come tell us how you slew Those brave Arabs two by two Like the Zulus they had spears and bows and arrows, How you bravely slew each one With your sixteen pounder gun And you frightened them poor natives to their marrow.
The day is coming fast And the time is here at last, When each yeoman will be cast aside before us, And if there be a need Sure my kids wil sing, "Godspeed!" With a verse or two of Steven Beehan's chorus.


3 - WARSZAWIANKA 1905
Versão em Francês, música Revolucionária Polaca muito famosa durante a Revolução Russa

Notre ennemi nous attaque en rafales,Son joug cruel nous opprime odieusement.Nous sommes entrés dans la lutte finale,Qui sait encore quel sort nous attend ?Mais nous prendrons en nos mains prolétaires,Le drapeau rouge de tous les travailleurs,Nous lutterons pour la cause ouvrière,La liberté et le monde meilleur. Frères en route, tous à la lutte!Marche hardiment ouvrier, en avant! Frères en route, tous à la lutte!Marche hardiment ouvrier, en avant!Le travailleur meurt toujours de famine,Nous ne pouvons plus nous taire mes amis,Ni retenir notre haine en sourdine,Ni avoir peur d'échafauds ennemis.Ceux qui sont morts en honneur, avec gloire,En combattant pour le monde ouvrier,Ne périrons pas dans notre mémoire,Et ne seront nullement oubliés!Frères en route, tous à la lutte!Marche hardiment ouvrier, en avant!Frères en route, tous à la lutte!Marche hardiment ouvrier, en avant!Nous haïssons les tyrans et les trônes,Pour délivrer notre peuple martyr,Nous détruirons leurs palais et couronnes,N'en laisserons plus aucun souvenir.Notre vengeance sera impitoyableAux parasites du travail humain,Car tous leurs crimes sont impardonnables,Et notre jour de revanche est prochain.Frères en route, tous à la lutte!Marche hardiment ouvrier, en avant!Frères en route, tous à la lutte!Marche hardiment ouvrier, en avant!



4 - Ah! ça ira, ça ira, ça ira!
Paroles de Ladré, musique de Bécourt

Ah ! ça ira, ça ira, ça ira, Le peuple en ce jour sans cesse répète, Ah ! ça ira, ça ira, ça ira, Malgré les mutins tout réussira. Nos ennemis confus en restent là Et nous allons chanter alléluia ! Ah ! ça ira, ça ira, ça ira, Quand Boileau jadis du clergé parla Comme un prophète il a prédit cela. En chantant ma chansonnette Avec plaisir on dira: Ah ! ça ira, ça ira, ça ira!
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira, Suivant les maximes de l’évangile Ah ! ça ira, ça ira, ça ira, Du législateur tout s’accomplira. Celui qui s’élève on l’abaissera Celui qui s’abaisse on l’élèvera. Ah ! ça ira, ça ira, ça ira, Le vrai catéchisme nous instruira Et l’affreux fanatisme s’éteindra. Pour être à la loi docile Tout Français s’exercera. Ah ! ça ira, ça ira, ça ira!
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Pierette et Margot chantent la guinguette Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Réjouissons-nous, le bon temps viendra! Le peuple français jadis à quia, L'aristocrate dit : mea cilpa! Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Le clergé regrette le bien qu'il a, Par justice, la nation l'aura. Par le prudent Lafayette, Tout le monde s'apaisera. Ah ! ça ira, ça ira, ça ira!
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Par les flambeaux de l'auguste assemblée, Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Le peuple armé toujours se gardera. Le vrai d'avec le faux l'on connaîtra, Le citoyen pour le bien soutiendra. Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Quand l'aristocrate protestera, Le bon citoyen au nez lui rira, Sans avoir l'âme troublée, Toujours le plus fort sera. Ah ! ça ira, ça ira, ça ira!
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Petits comme grands sont soldtas dans l'âme, Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Pendant la guerre aucun ne trahira. Avec coeur tout bon français combattra, S'il voit du louche, hardiment parlera. Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Lafayette dit : "Vienne qui voudra!" Sans craindre ni feu, ni flamme, le français toujours vaincra! Ah ! ça ira, ça ira, ça ira!
Paroles anonymes ajoutées plus tard:
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Les aristocrates à la lanterne, Ah ! ça ira, ça ira, ça ira! Les aristocrates, on les pendra! Et quand on les aura tous pendus, On leur fich'ra la pelle au cul.


5 - Chant de guerre pour l'armée du Rhin ou "La Marseillaise"
1792 : Rouget de Lisle, escrita para galvanizar a jovem República, e seu exército de cidadãos quando se encontrava sob ataque pelas Monarquias circundantes.



Allons enfants de la Patrie,Le jour de gloire est arrivé !Contre nous de la tyrannie,L'étendard sanglant est levé, (bis)Entendez-vous dans les campagnesMugir ces féroces soldats ?Ils viennent jusque dans vos brasEgorger vos fils, vos compagnes !
Refrain :
Aux armes, citoyens,Formez vos bataillons,Marchons, marchons !Qu'un sang impurAbreuve nos sillons !
Que veut cette horde d'esclaves,De traîtres, de rois conjurés ?Pour qui ces ignobles entraves,Ces fers dès longtemps préparés ? (bis)Français, pour nous, ah ! quel outrageQuels transports il doit exciter !C'est nous qu'on ose méditerDe rendre à l'antique esclavage !
Refrain
Quoi ! des cohortes étrangèresFeraient la loi dans nos foyers !Quoi ! ces phalanges mercenairesTerrasseraient nos fiers guerriers ! (bis)Grand Dieu ! par des mains enchaînéesNos fronts sous le joug se ploieraientDe vils despotes deviendraientLes maîtres de nos destinées !
Refrain
Tremblez, tyrans et vous perfidesL'opprobre de tous les partis,Tremblez ! vos projets parricidesVont enfin recevoir leurs prix ! (bis)Tout est soldat pour vous combattre,S'ils tombent, nos jeunes héros,La terre en produit de nouveaux,Contre vous tout prets à se battre !
Refrain
Français, en guerriers magnanimes,Portez ou retenez vos coups !Epargnez ces tristes victimes,A regret s'armant contre nous. (bis)Mais ces despotes sanguinaires,Mais ces complices de Bouillé,Tous ces tigres qui, sans pitié,Déchirent le sein de leur mère !
Refrain
Amour sacré de la Patrie,Conduis, soutiens nos bras vengeursLiberté, Liberté chérie,Combats avec tes défenseurs ! (bis)Sous nos drapeaux que la victoireAccoure à tes mâles accents,Que tes ennemis expirantsVoient ton triomphe et notre gloire !
Refrain
Nous entrerons dans la carrièreQuand nos aînés n'y seront plus,Nous y trouverons leur poussièreEt la trace de leurs vertus (bis)Bien moins jaloux de leur survivreQue de partager leur cercueil,Nous aurons le sublime orgueilDe les venger ou de les suivre
Refrain



6 - John Brown's body
"John Brown's Body" is a famous Union marching song of the American Civil War. It is often alleged to have been created as a tribute to the abolitionist acts of John Brown
John Brown's body lies mouldering in the grave,
John Brown's body lies mouldering in the grave,
John Brown's body lies mouldering in the grave,
His soul is marching on!
(Chorus)
Glory, glory, hallelujah!
Glory, glory, hallelujah!
Glory, glory, hallelujah!
His soul is marching on!
He captured Harper's Ferry with his nineteen men so true,
And he frightened old Virginia till she trembled through and through,
They hung him for a traitor, themselves the traitor crew,
But his soul is marching on!
Chorus
John Brown died that the slave might be free,
John Brown died that the slave might be free,
John Brown died that the slave might be free,
And his soul is marching on!
Chorus
The stars of Heaven are looking kindly down,
The stars of Heaven are looking kindly down,
The stars of Heaven are looking kindly down,
On the grave of old John Brown.
Chorus
Now has come the glorious jubilee,
Now has come the glorious jubilee,
Now has come the glorious jubilee,
When all mankind are free.
Chorus

7 - Bandiera Rossa

Música Revolucionária italiana do início do século XX
Avanti o popolo. alla riscossa Bandiera rossa (bis) Avanti o popolo, alla riscossa Bandiera rossa trionfera. Bandiera rossa deve trionfa (ten) Evviva il communismo e la libertà.
Dans les usines et sous la terre Sont ceux qui peinent et qui espèrent. Allons, c’est l’heure, à la rescousse. Notre bannière triomphera.
Bannière rouge. tu triompheras (ter) Et le socialisme nous libérera.
Non più nemici. non più frontiere, Son i confini rosse bandiera. O proletari, alla riscossa Bandiera rossa trionfera Bandiera rossa deve trionfa (ter) Evviva il communismo e la libertà.

8 - Amur partisans

Foi nas margens do Rio Amur, na Sibéria, que o Exército Vermelho derrotou as últimas forças brancas e ocupantes estrangeiros, pondo assim um ponto final vitorioso à guerra civil que surgiu depois de eclodir a Revolução Russa de 1917



Through the valleys, over the mountains our division went forward, to conquer by storm the coastal area, the bulwark of the White Army – to conquer by storm the coastal area, the bulwark of the White Army.
The flags were soaked, reddened by last wounds, so went the bold squadrons of the partisans of Amur – so went the bold squadrons of the partisans of Amur.
The glory of these years won't grow silent and never lose its splendour: The troops of the partisans took the towns – the troops of the partisans took the towns.
And this will remain, like in the legends, like alluring fires: The stormy nights near Spassk and the days of Volotshayevka – the stormy nights near Spassk and the days of Volotshayevka.
We have smashed the Atamans, we have scattered the Voivods, and at the Pacific Ocean we have finished our campaign – and at the Pacific Ocean we have finished our campaign.


9 - Les partisans (versão Exército Vermelho)

Música relativa à Revolução Russa de 1917
Par le froid et la famine Dans les villes et dans les champs A l’appel du grand Lénine (bis) Se levaient les partisans.
Pour reprendre le rivage Le dernier rempart des blancs Par les monts et par les plaines S’avançaient les partisans. (bis)
Notre paix, c’est leur conquête Car en mil neuf cent dix-sept Sous les neig’s et les tempêtes Ils sauvèrent les Soviets. (bis)
Ecrasant les armées blanches Et chassant les atamans Ils finirent leur campagne Sur les bords de l’Océan. (bis)


10 - A las Barricadas
Hino da CGT, principal organização anarco-sindicalista espanhola, das mais populares músicas da Revolução e Guerra Civil espanhola de 1936



Negras tormentas agitan los aires nubes oscuras nos impiden ver. Aunque nos espere el dolor y la muerte contra el enemigo nos llama el deber. El bien mas preciado es la libertad hay que defenderla con fe y con valor. Alza la bandera revolucionaria que llevara al pueblo a la emancipacion En pie obrero a la batalla hay que derrocar a la reaccion A las Barricadas! A las Barricadas! por el triunfo de la Confederacion.

11 - SI ME QUIERES ESCRIBIR

Música da Guerra Civil espanhola
Si me quieres escribir ya sabes mi paradero.Si me quieres escribir ya sabes mi paradero.En el frente de Gandesa primera línea de fuego.En el frente de Gandesa primera línea de fuego.
Si tu quieres comer bien para morir en plena forma.Si tu quieres comer bien para morir en plena forma,en el frente de Gandesaallí tienes una fonda.En el frente de Gandesaallí tienes una fonda.
A la entrada de la fondahay un moro Mohamed.A la entrada de la fondahay un moro Mohamed, que te dice pasa "paisa" que quieres para comer.Que te dice pasa "paisa" que quieres para comer.
El primer plato que danson granadas rompedoras.El primer plato que danson granadas rompedoras, el segundo de metrallapara recordar memoria.El segundo de metrallapara recordar memoria.Si me quieres escribir ya sabes mi paradero.Si me quieres escribir ya sabes mi paradero.En el frente de Gandesa primera línea de fuego.En el frente de Gandesa primera línea de fuego.

12 - Viva la Quinta Brigada
by Christy Moore, música de homenagem aos voluntários Irlandeses que foram combater na Guerra Civil espanhola pela República
Ten years before I saw the light of morning
A comradeship of heroes was laid.
From every corner of the world came sailing
The Fifth International Brigade.
They came to stand beside the Spanish people.
To try and stem the rising Fascist tide
Franco's allies were the powerful and wealthy,
Frank Ryan's men came from the other side.
Even the olives were bleeding
As the battle for Madrid it thundered on.
Truth and love against the force af evil,
Brotherhood against the Fascist clan.
Viva La Quinta Brigada!
"No Pasarán" the pledge that made them fight.
"Adelante" was the cry around the hillside.
Let us all remember them tonight.
Bob Hilliard was a Church of Ireland pastor;
From Killarney to the Pyrenees he came.
From Derry came a brave young Christian Brother.
For side by side they fought and died in Spain.
Tommy Woods, age seventeen, died in Cordoba.
With Na Fianna he learned to hold his gun.
From Dublin to the Villa del Rio
Where he fought and died beneath the blazing sun.
Viva La Quinta Brigada!
"No Pasarán" the pledge that made them fight.
"Adelante" was the cry around the hillside.
Let us all remember them tonight.
Many Irishmen heard the call of Franco.
Joined Hitler and Mussolini too.
Propaganda from the pulpit and newspapers
Helped O'Duffy to enlist his crew.
The word came from Maynooth: 'Support the Fascists.'
The men of cloth failed yet again
When the bishops blessed the blueshirts in Dun Laoghaire
As they sailed beneath the swastika to Spain.
Viva La Quinta Brigada!
"No Pasarán" the pledge that made them fight.
"Adelante" was the cry around the hillside.
Let us all remember them tonight.
This song is a tribute to Frank Ryan.
Kit Conway and Dinny Coady too.
Peter Daly, Charlie Regan and Hugh Bonar.
Though many died I can but name a few.
Danny Boyle, Blaser-Brown and Charlie Donnelly.
Liam Tumilson and Jim Straney from the Falls.
Jack Nally, Tommy Patton and Frank Conroy,
Jim Foley, Tony Fox and Dick O'Neill.
Viva La Quinta Brigada!
"No Pasarán" the pledge that made them fight.
"Adelante" was the cry around the hillside.
Let us all remember them tonight.

13 - Bella ciao

Canção da resistência/Partisans italianos da segunda guerra mundial que combateram os alemães e o regime fantoche fascista fantoche de Saló.
Una mattina mi son svegliataO bella ciao, o bella ciao, o bella ciao ciao ciaoUna mattina mi son svegliataEo ho trovato l'invasor

O partigiano porta mi viaO bella ciao, o bella ciao, o bella ciao ciao ciaoO partigiano porta mi viaChe mi sento di morir

E se io muoio da partigianoO bella ciao, o bella ciao, o bella ciao ciao ciaoE se io muoio da partigianoTu mi devi seppellir

Mi seppellirai lassu in montagnaO bella ciao, o bella ciao, o bella ciao ciao ciaoMi seppellirai lassu in montagnaSotto l'ombra di un bel fior

Cosi le genti che passerannoO bella ciao, o bella ciao, o bella ciao ciao ciaoCosi le genti che passerannoMi diranno che bel fior

E questo é il fiore del partigianoO bella ciao, o bella ciao, o bella ciao ciao ciaoE questo é il fiore del partigianoMorto per la libertà


14 - Chant de la libération/ Chant des partisans

Canção da resistência/Partisans Franceses que na segunda guerra mundial combateram os alemães e os colaboradores (Franceses que apoiavam activamente a ocupação Nazi).
Ami, entends-tu le vol noir des corbeaux sur nos plaines ?Ami, entends-tu les cris sourds du pays qu'on enchaîne ?Ohé, partisans, ouvriers et paysans, c'est l'alarme.Ce soir l'ennemi connaîtra le prix du sang et les larmes.
Montez de la mine, descendez des collines, camarades !Sortez de la paille les fusils, la mitraille, les grenades.Ohé, les tueurs à la balle et au couteau, tuez vite !Ohé, saboteur, attention à ton fardeau: dynamite...
C'est nous qui brisons les barreaux des prisons pour nos frères.La haine à nos trousses et la faim qui nous pousse, la misère.Il y a des pays où les gens au creux des lits font des rèves.Ici, nous, vois-tu, nous on marche et nous on tue, nous on crève...
Ici chacun sait ce qu'il veut, ce qu'il fait quand il passe.Ami, si tu tombes un ami sort de l'ombre à ta place.Demain du sang noir sèchera au grand soleil sur les routes.Chantez, compagnons, dans la nuit la Liberté nous écoute...
Ami, entends-tu ces cris sourds du pays qu'on enchaîne ?Ami, entends-tu le vol noir des corbeaux sur nos plaines ?Ohé, partisans, ouvriers et paysans, c'est l'alarme.Ce soir l'ennemi connaîtra le prix du sang et les larmes.

16 - We Shall Overcome

Com origem num gospel evangélico esta música acabou por tornar-se num hino do movimento sindical e da luta pelos direitos civis nos EUA

1. We shall overcomeWe shall overcomeWe shall overcome some day
Chorus:Oh deep in my heartI do believeWe shall overcome some day 2. We'll walk hand in handWe'll walk hand in handWe'll walk hand in hand some dayChorus:
3. We shall all be freeWe shall all be freeWe shall all be free some dayChorus:

4. We are not afraidWe are not afraidWe are not afraid todayChorus:
5. We are not aloneWe are not aloneWe are not alone todayChorus:
6. The whole wide world aroundThe whole wide world aroundThe whole wide world around some dayChorus:
7. We shall overcomeWe shall overcomeWe shall overcome some dayChorus:

17 - Solidarity Forever

Hino sindical dos EUA, cantado por Pete Seeger

When the union's inspiration through the workers' blood shall run There can be no power greater anywhere beneath the sun Yet what force on earth is weaker than the feeble strength of one For the Union makes us strong
Chorus Solidarity forever, solidarity forever Solidarity forever For the Union makes us strong
Is there aught we hold in common with the greedy parasite Who would lash us into serfdom and would crush us with his might? Is there anything left to us but to organize and fight? For the union makes us strong
It is we who ploughed the prairies, built the cities where they trade Dug the mines and built the workshops, endless miles of railroad laid Now we stand outcast and starving 'mid the wonders we have made But the union makes us strong
All the world that's owned by idle drones is ours and ours alone We have laid the wide foundations, built it skyward stone by stone It is ours, not to slave in, but to master and to own While the union makes us strong
They have taken untold millions that they never toiled to earn But without our brain and muscle not a single wheel can turn We can break their haughty power gain our freedom when we learn That the Union makes us strong
In our hands is placed a power greater than their hoarded gold Greater than the might of armies magnified a thousandfold We can bring to birth a new world from the ashes of the old For the Union makes us strong

19 – Venceremos
Lyrics/Music: Claudio Iturra / Sergio Ortega, 1970 (Chile)
Desde el hondo crisol de la patriase levanta el clamor popular;ya se anuncia la nueva alborada,todo Chile comienza a cantar.Recordando al soldado valientecujo ejemplo lo hiciera immortalenfrentemos primero a la muerte:traicionar a la patria jamas.Venceremos, venceremosmil cadenas habra que rompervenceremos, venceremos,la miseria sabrémos vencer!Campesinos, soldados y obreros,la mujer de la patria también,estudiantes, empleados, mineroscumpliremos con nuestro deber.Sembraremos la tierra de gloria;socialista sera el porvenir,todos juntos hamos la historia,a cumplir, a cumplir, a cumplir.Venceremos, venceremosmil cadenas habra que rompervenceremos, venceremos,la miseria sabrémos vencer!

20 - En eso llegó Fidel
Carlos Puebla (Cuba), Guaracha (song style)
Aquí pensaban seguirganando el ciento por ciertocon casas de apartamentosy echar al pueblo a sufriry seguir de modo cruelcontra el pueblo conspirandopara seguirlo explotandoy en esto llegó Fidel.
Coda:Y se acabó la diversión,llegó el comandante y mandó a parar.(bis)
Aquí pensaban seguirtragando y tragando tierrasin sospechar que en la sierrase alumbraba el porveniry seguir de modo cruella costumbre del delitohacer de Cuba un garitoy en eso llegó Fidel
Aquí pensaban seguirdiciendo que los cuatreros,forajidos, bandolerosasolaban al paísY seguir de modo cruelcon la infamia por escudodifamando a los barbudos,y en eso llegó Fidel.
Aquí pensaban seguirjugando a la democraciay el pueblo que en su desgraciase acabara de morirY seguir de modo cruelsin cuidarse ni la forma,con el robo como norma,y en eso llegó Fidel.
21 - NICARAGUA NICARAGUITA
[ Lyrics & Music ] Carlos Mejia Godoy

Ay, Nicaragua, Nicaraguitarecibe como prenda de amoreste ramo de siemprevivas y jilinjochesque hoy florecen para vosCuando yo beso tu frentebeso la perla de tu sudormas dulcita que la frutita de tibuilotey el jocote tronadorAy, Nicaragua, Nicaraguitami cogollito de pijibaymi pasion se enterroen ei surco de tu querenciacomo un granitoEs tu saliva alaste y dulcitacomo la savia del maranonque restana con alegria todos los diasmi rebelde corazonAy, Nicaragua, Nicaraguitala flor mas linda de mi quererabonada con la bendita Nicaraguitasangre de DiriangenAy, Nicaragua sos mas dulcataque la mielita de tamagaspero ahora que ya sos libre, Nicaraguitayo te quiero mucho mas

22 - HIMNO DE LA UNIDAD SANDINISTA
música y letra: Carlos Mejía Godoy

Adelante marchemos compañerosavancemos a la revoluciónnuestro pueblo es el dueño de su historiaarquitecto de su liberación.
Combatientes del Frente Sandinistaadelante que es nuestro el porvenirrojinegra bandera nos cobija¡Patria libre vencer o morir!
Los hijos de Sandinoni se venden ni se rindenluchamos contra el yankeeenemigo de la humanidad.
Adelante marchemos compañerosavancemos a la revoluciónnuestro pueblo es el dueño de su historiaarquitecto de su liberación.
Hoy el amanecer dejó de ser una tentaciónmañana algún día sugirá un nuevo solque habrá de iluminar toda la tierraque nos legaron los mártires y héroescon caudalosos ríos de leche y miel.
Adelante marchemos compañerosavancemos a la revoluciónnuestro pueblo es el dueño de su historiaarquitecto de su liberación.
23 – Paramilitar
Ska-P

Situación de alarma. América Latina muere El ejército zapatista va cogiendo poder. Todos los indígenas son presa del fascismo. Con un pañuelo van cubriendo su tez. Terrorista, xenófobo, racista. Ese cacique no quiere comprender que la represión es el reflejo del fascista y que todo el pueblo unido se echará a la montaña zapatista. Todos bienvenidos a la fría realidad. Todos bienvenidos al territorio libertad. Todos bienvenidos al encuentro de la dignidad. Todos con Zapata. Rebeldía, solidaridad. Al paramilitar tenemos que eliminar. Al paramilitar tenemos que eliminar. Al paramilitar tenemos que eliminar. Paramilitar, ¡racista, criminal! (bis) Comienza a amanecer en el sureste mexicano y el subcomandante Marcos le responde al poder. Por toda la injusticia, violación y asesinato alza su voz, el pueblo debe saber. No hay fronteras, ni patria, ni bandera. Nada en el mundo le podrá detener. La revolución a comenzado ya en Chiapas por la humanidad y en contra de la represión del capital. Todos bienvenidos a la fría realidad... Al paramilitar tenemos que eliminar... (bis) Los paramilitares asesina campesinos y el gobierno mexicano nada quiere saber. La esperanza de los indios está latente en la guerrilla. Hombres y mujeres con Zapata juntos vamos a vencer. Todos bienvenidos a la fría realidad... Al paramilitar tenemos que eliminar... (bis)

24 - Organização Popular
Sérgio Godinho

Eramos para cima de um milhão de moradores sem eira nem beira a fazer das tripas coração cada qual da sua maneira a viver sem água e a viver sem geito a viver sem trégua uma vida a eito em barracas velhas e andares desfeitos. E da conjunção destes factores pouco a pouco nasceu a ideia de formar comissões de moradores elegíveis em assembleia e exigimos muito fizemos projectos ocupamos casas e erguemos tectos com a população e até alguns arquitectos. Vamos pr´a frente Com a organização popular (Bis) Vencer é lutar. Eram várias vezes um milhão vários milhões de trabalhadores a fazer das tripas coração e a sonhar com dias melhores a vender o corpo e a comprar migalhas a emprestar a vida e a viver ao calha e a ser despedido por dá cá aquela palha. E da conjunção destes factores pouco a pouco nasceu a ideia de formar comissões de trabalhadores elegíveis em assembleia lutamos primeiro para sobreviver mas no fim de contas para enfim poder mudar o destino lutar e vencer. Vamos pr´a frente Com a organização popular (Bis) Vencer é lutar.

25 - No Dia Da Unidade
Zeca Afonso
No dia da unidade Joaquim Carvalho Luís Pelas forças em parada Lembrado foi no RAL - 1 Onze de Março sabido Dentro e fora de fronteiras Para todos garantido De que já não há barreiras Que venham dividir homens Da mesma conformação Por essas montanhas fora Faremos a revolução Numa assembleia de tropas Delegados da unidade Decidiram em directo Que reinaria a igualdade Falaram cabos e praças Oficiais e sargentos Houve compromisso aberto De liquidar os intentos Da velha ordem fascista Dinheiro nunca lhe falta Terão que passar por cima Das sentinelas da malta Seja o RAL - 1 o modelo Duma luta popular Se vos tocam num cabelo Podeis connosco contar